"Somos todos iguais perante o dever moral". (Kant)
Foi estampado nos grandes periódicos nacionais que o senador Barak Obama, candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, elegeu a economia como tema principal da campanha. Sua intenção é demonstrar ao eleitorado que alçar o candidato republicano à Casa Branca, John McCain, significará a manutenção de políticas públicas que conduziram ao conturbado cenário atual da economia norte-americana. A crise das hipotecas somada ao crescimento do déficit público e o aumento galopante do desemprego são temas previsíveis nos debates das eleições presidenciais daquele país.
Barak Obama deverá cotejar com vigor as suas propostas em contraposição às de seu opositor no tocante a emprego, impostos, preço da energia e assistência médica - entre outros pontos a serem explorados -, sem esquecer de apontar os equívocos da política externa do presidente George W. Bush, com foco no conflito iraquiano.
A sucessão presidencial no Brasil, ainda distante, em que pese o calendário ter sido ostensivamente antecipado pelo presidente da República, seguramente deverá ser pautada por uma questão crucial que afeta e preocupa toda a sociedade brasileira. Não tenho qualquer margem de dúvida de que a ética será o tema central das próximas eleições presidenciais.
Os escândalos jorram aos borbotões nos espaços públicos e privados, estabelecendo uma relação de consolidada promiscuidade entre essas duas esferas. Vivemos uma época em que se tornou difícil acompanhar a seqüência de um determinado escândalo (etapas da investigação), invariavelmente superado pela revolta instalada diante da violação ou quebra do decoro do dia seguinte.
Não podemos prescindir do aparato ético nessa fase de consolidação da nossa jovem democracia. Como tão bem sentenciou o apóstolo da unidade e da independência italiana, o genovês Giuseppe Mazzini, ''o verdadeiro instrumento do progresso dos povos encontra-se no fator moral''. A prosseguirmos nessa toada impatriótica que futuro será descortinado ao povo brasileiro?
A atual situação transcende a ótica partidária de viés oposicionista. O momento é realmente grave. O ambiente de deterioração ética e moral provocou fortes abalos em várias dimensões de governança.
Deflagrar um movimento em prol da reconstrução da base ética solapada de forma sistemática nos últimos tempos, sem dúvida, será tarefa a ser capitaneada e patrocinada pelo próximo aspirante ao Palácio do Planalto. A sucessão de escândalos que o Brasil assistiu desde o surgimento da primeira denúncia sobre a existência do mensalão - maio de 2005 - foi avassaladora. O resultado do inquérito sobre o esquema do mensalão conduzido pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, endossando as acusações da CPI dos Correios, é a síntese da derrocada ética e moral.
''Nunca antes neste País'' - para utilizar um bordão do presidente Lula - se tergiversou com tamanha naturalidade. Os acontecimentos, por exemplo, que antecederam a compra da VarigLog e da Varig, envolvendo o fundo americano Matlin Patterson e sócios brasileiros escolhidos a 'laço ou a dedo', possuem ingredientes de um folhetim policialesco.
É constatação corrente de que a promiscuidade que permeia as relações entre as esferas pública e o privada chegou às raias do paroxismo. Esperamos que o desafio ético seja eleito e faça parte da plataforma do próximo governante do Brasil.
Foi estampado nos grandes periódicos nacionais que o senador Barak Obama, candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, elegeu a economia como tema principal da campanha. Sua intenção é demonstrar ao eleitorado que alçar o candidato republicano à Casa Branca, John McCain, significará a manutenção de políticas públicas que conduziram ao conturbado cenário atual da economia norte-americana. A crise das hipotecas somada ao crescimento do déficit público e o aumento galopante do desemprego são temas previsíveis nos debates das eleições presidenciais daquele país.
Barak Obama deverá cotejar com vigor as suas propostas em contraposição às de seu opositor no tocante a emprego, impostos, preço da energia e assistência médica - entre outros pontos a serem explorados -, sem esquecer de apontar os equívocos da política externa do presidente George W. Bush, com foco no conflito iraquiano.
A sucessão presidencial no Brasil, ainda distante, em que pese o calendário ter sido ostensivamente antecipado pelo presidente da República, seguramente deverá ser pautada por uma questão crucial que afeta e preocupa toda a sociedade brasileira. Não tenho qualquer margem de dúvida de que a ética será o tema central das próximas eleições presidenciais.
Os escândalos jorram aos borbotões nos espaços públicos e privados, estabelecendo uma relação de consolidada promiscuidade entre essas duas esferas. Vivemos uma época em que se tornou difícil acompanhar a seqüência de um determinado escândalo (etapas da investigação), invariavelmente superado pela revolta instalada diante da violação ou quebra do decoro do dia seguinte.
Não podemos prescindir do aparato ético nessa fase de consolidação da nossa jovem democracia. Como tão bem sentenciou o apóstolo da unidade e da independência italiana, o genovês Giuseppe Mazzini, ''o verdadeiro instrumento do progresso dos povos encontra-se no fator moral''. A prosseguirmos nessa toada impatriótica que futuro será descortinado ao povo brasileiro?
A atual situação transcende a ótica partidária de viés oposicionista. O momento é realmente grave. O ambiente de deterioração ética e moral provocou fortes abalos em várias dimensões de governança.
Deflagrar um movimento em prol da reconstrução da base ética solapada de forma sistemática nos últimos tempos, sem dúvida, será tarefa a ser capitaneada e patrocinada pelo próximo aspirante ao Palácio do Planalto. A sucessão de escândalos que o Brasil assistiu desde o surgimento da primeira denúncia sobre a existência do mensalão - maio de 2005 - foi avassaladora. O resultado do inquérito sobre o esquema do mensalão conduzido pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, endossando as acusações da CPI dos Correios, é a síntese da derrocada ética e moral.
''Nunca antes neste País'' - para utilizar um bordão do presidente Lula - se tergiversou com tamanha naturalidade. Os acontecimentos, por exemplo, que antecederam a compra da VarigLog e da Varig, envolvendo o fundo americano Matlin Patterson e sócios brasileiros escolhidos a 'laço ou a dedo', possuem ingredientes de um folhetim policialesco.
É constatação corrente de que a promiscuidade que permeia as relações entre as esferas pública e o privada chegou às raias do paroxismo. Esperamos que o desafio ético seja eleito e faça parte da plataforma do próximo governante do Brasil.
Senador Alvaro Dias - 2º Vice Presidente do Senado, vice-líder do PSDB
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