01. Todo líder político que quiser manter a legitimidade e o prestígio de seu poder deve aprender a cultivar atitudes de reserva e uma certa aura misteriosa. Em toda a história política mundial, poucas advertências foram repetidas de tantas formas diferentes - embora sempre com o mesmo teor - como aquelas que aconselham o governante a ter cuidado com suas palavras. Armand Jean Du Pleiss, o Cardeal de Richelieu, primeiro-ministro do rei Luís XIII, célebre por ser o grande artífice do Absolutismo Real e por sua obra, constituída, basicamente, de conselhos políticos, costumava alertar o monarca francês para o fato de que: "Convém sempre ser comedido ao falar e escrever, e exteriorizar somente o que for necessário. Quando as palavras escapam, através da língua ou da pena, torna-se bem difícil controlá-las".
02. O líder político, o governante, é sempre um enigma para os seus governados e até mesmo para seus auxiliares. Não se trata apenas de um jogo, uma atração pelo segredo ou, ainda, um método para obter valorização. A reserva garante sua liberdade de ação, a possibilidade de escolher entre alternativas. Por isso, o silêncio não comete erros. Enquanto mantiver a discrição, evitando expor suas intenções e decisões, o líder conservará suas opções, sua liberdade de ação e sua capacidade de surpreender.
03. Há duas lógicas em jogo na relação entre governante e governados: 1) a do próprio líder e a dos outros - os assessores, auxiliares, aliados, a mídia, o eleitor, os adversários e inimigos. A segunda implica decodificar a autoridade, conhecendo tudo que seja possível (o que pensa, o que pretende, o que vai fazer) sobre quem dela estiver investido. Decifrada a autoridade, não existirá mais estratégia. O governante tornar-se-á previsível e sujeito a pressões que o paralisarão.
04. Além disso, a exteriorização das intenções de um governante tem muita força e acarreta muitas conseqüências, algumas das quais inesperadas e indesejáveis. Dessas considerações, constata-se que a lógica do governante é oposta à dos outros. Ele sempre terá interesse em preservar as condições de exercício do poder. Para isso, sempre deverá cultivar a reserva e tornar conhecido o indispensável. Somente assim ganhará o tempo necessário para pensar, avaliar alternativas e antecipar conseqüências antes de tomar suas decisões. Somente assim manterá as condições de viabilizar e praticar sua estratégia de governo. Somente assim preservará as condições para lançar mão do "efeito surpresa" a seu favor. Somente assim conseguirá que os governados o admirem, os inimigos o temam e os adversários o respeitem.
02. O líder político, o governante, é sempre um enigma para os seus governados e até mesmo para seus auxiliares. Não se trata apenas de um jogo, uma atração pelo segredo ou, ainda, um método para obter valorização. A reserva garante sua liberdade de ação, a possibilidade de escolher entre alternativas. Por isso, o silêncio não comete erros. Enquanto mantiver a discrição, evitando expor suas intenções e decisões, o líder conservará suas opções, sua liberdade de ação e sua capacidade de surpreender.
03. Há duas lógicas em jogo na relação entre governante e governados: 1) a do próprio líder e a dos outros - os assessores, auxiliares, aliados, a mídia, o eleitor, os adversários e inimigos. A segunda implica decodificar a autoridade, conhecendo tudo que seja possível (o que pensa, o que pretende, o que vai fazer) sobre quem dela estiver investido. Decifrada a autoridade, não existirá mais estratégia. O governante tornar-se-á previsível e sujeito a pressões que o paralisarão.
04. Além disso, a exteriorização das intenções de um governante tem muita força e acarreta muitas conseqüências, algumas das quais inesperadas e indesejáveis. Dessas considerações, constata-se que a lógica do governante é oposta à dos outros. Ele sempre terá interesse em preservar as condições de exercício do poder. Para isso, sempre deverá cultivar a reserva e tornar conhecido o indispensável. Somente assim ganhará o tempo necessário para pensar, avaliar alternativas e antecipar conseqüências antes de tomar suas decisões. Somente assim manterá as condições de viabilizar e praticar sua estratégia de governo. Somente assim preservará as condições para lançar mão do "efeito surpresa" a seu favor. Somente assim conseguirá que os governados o admirem, os inimigos o temam e os adversários o respeitem.
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