
Nada justifica a barbárie dos índios opressores, e ninguém pode descartar a realidade de que, entre eles e muitas de suas tribos, houve muitas guerras, muitas delas de extrema violência e crueldade, se em nome de sacrificios supersticiosos ou disputando territórios. Contudo, o genocídio ocasionado pelos europeus, de homens, mulheres, crianças e idosos, nada se compara ao primitivismo destas ditas tribos em suas batalhas. Mesmo que houvesse genocídio entre os índios, nenhuma tribo, nem as mais cruéis, procurava aniquilar crianças propositalmente, como fizeram e ainda fazem os pertencentes à Grande Civilização Ocidental. Em nenhuma de suas guerras houve a menor intenção de aniquilar toda uma raça, mesmo porque a guerra era, ou assim se pode afirmar paralelamente, ‘civil’, entre os Mayas, em seu próprio âmago. Aniquilar toda uma raça, como ainda se diz e se cochicha pelos ouvidos dos racistas, homofóbicos, anti-semitas e misógenos, significaria para os Mayas, naquela época, exterminar os próprios Mayas. Gibson, com a frase de Durant, quis expressar que as grandes civilizações sempre foram iguais, e que os europeus apenas lograram a conquista pela desunião das tribos locais. Não se pode negar que a desunião tivesse alguma influência, mas imaginemos que, por mais avançados em suas arquitetura e no modo de condução de suas vidas, em floresta ou nas restantes cidades, a surpresa dos índios foi extrema ao avistar os europeus em suas caravelas. Talvez, menos por seu avanço em infra-estrutura, e mais pelo atraso em suas superstições, a batalha dos europeus, desde a original ilha caribenha invadida por Colombo, até a desoladora conquista dos territórios Maya e Azteca, foi infinita e superiormente desproporcional ao nível dos índios, originais habitantes dos territórios colonizados, mais cruel, desumana e opressora, por motivos mais banais, sem cultura ou estrutura pensamental antropológica, apenas pelo mais básico instinto animal pela busca e consolidação de um terreno.
No futuro, não se espantem se Gibson resolver fazer um filme sobre os muçulmanos, expressando seu primitivismo e sua barbárie, e o declínio de sua civilização, que antes se auto-desestruturou para que fosse assim possível a destruição pelas mãos dos Estados Unidos militar e seus aliados. Ele é um bom diretor, afirmo com toda a certeza que pode ter um mero espectador, como outro qualquer. Nenhum dos demais participantes da sessão sequer piscou os olhos durante o muito longa-metragem. O filme é bem filmado, bem traçado, bem falado, bem legendado, e tudo de bom que se pode dizer de um filme. Assustadora nem é a mensagem... Assustadora é a intenção do diretor, espelhada na frase inicial. Gênio, ele talvez pudesse ser, sem a frase... Talvez, com a mesma, torne-se ele o que, segundo Bush e para seu secreto agrado, chamar-se-ia de ‘Gênio do Mal’.
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