Este Blog tem insistido que a divisão básica do eleitorado brasileiro não é de caráter social -pobres e ricos- mas de caráter regional, nordeste-norte de um lado, e as demais regiões do outro. Usando a base de pesquisa do Data-Folha, metade dos pobres pesquisados está no nordeste. Ou seja, o corte social no sul ou sudeste é muito menos pronunciado.
Lula ocupou o imaginário nordestino, como não há exemplo desde que se vota de fato no Brasil, ou seja, a partir da República de 46. Esse tipo de voto é de dificil desestruturação. Façamos a diferença. O voto de representação (quem fará o que por quem), permite em campanha se oferecer alternativas que atraiam o eleitor que eventualmente esteja intencionado a votar em outro.
Por exemplo: Alckmin demonstrando que seu governo em SP cuidou muito dos pobres, na saúde, na habitação, nos programas assistenciais. Mas o voto de identificação não é transferível, por razões programáticas. É um voto carregado de valores que no imaginário do eleitor significa dizer que prescinde de razões para apoiá-lo. Lembre-se a famosa expressão dos eleitores populares chilenos às vésperas da eleição parlamentar de março de 1973 que decidiria a sorte de Allende (e que o fez a seu favor): "Esto es un gobiermo de mierda, pero es nuestro gobierno".
A única forma de quebrar o voto de identificação é desconstituir a nível pessoal o candidato, no caso Lula. Mas esse tipo de comunicação o TSE não permite e dá direito de resposta. O que se pode fazer é insinuar que Lula deixou correr a corrupção em seu governo. Mas isso não é suficiente para quebrar a lógica da identificação. A eleição pode chegar ao segundo turno.
A última pesquisa Data-Folha mostra o crescimento de Alckmin em vários cortes e cruzamentos de todos os tipos, menos no nordeste. Do ponto de vista da estabilidade política, especialmente regional, o segundo turno poderia trazer alguma acomodação nesta ruptura regional do voto. Todos os candidatos vitoriosos em todas as eleições presidenciais, desde 1950, tiveram sua vitória lastreada em pelo menos duas grandes regiões (JK em Minas e Nordeste) e tiveram seu voto muito mais equilibrado, regionalmente.
Dessa maneira, cabe aos políticos-seniors e aos politólogos avaliarem este quadro novo para o Brasil, e suas consequências. E cabe a oposição desconstituir, mesmo que parcialmente, a identificação do nordeste com Lula no imaginário do eleitor nordestino.
Lula ocupou o imaginário nordestino, como não há exemplo desde que se vota de fato no Brasil, ou seja, a partir da República de 46. Esse tipo de voto é de dificil desestruturação. Façamos a diferença. O voto de representação (quem fará o que por quem), permite em campanha se oferecer alternativas que atraiam o eleitor que eventualmente esteja intencionado a votar em outro.
Por exemplo: Alckmin demonstrando que seu governo em SP cuidou muito dos pobres, na saúde, na habitação, nos programas assistenciais. Mas o voto de identificação não é transferível, por razões programáticas. É um voto carregado de valores que no imaginário do eleitor significa dizer que prescinde de razões para apoiá-lo. Lembre-se a famosa expressão dos eleitores populares chilenos às vésperas da eleição parlamentar de março de 1973 que decidiria a sorte de Allende (e que o fez a seu favor): "Esto es un gobiermo de mierda, pero es nuestro gobierno".
A única forma de quebrar o voto de identificação é desconstituir a nível pessoal o candidato, no caso Lula. Mas esse tipo de comunicação o TSE não permite e dá direito de resposta. O que se pode fazer é insinuar que Lula deixou correr a corrupção em seu governo. Mas isso não é suficiente para quebrar a lógica da identificação. A eleição pode chegar ao segundo turno.
A última pesquisa Data-Folha mostra o crescimento de Alckmin em vários cortes e cruzamentos de todos os tipos, menos no nordeste. Do ponto de vista da estabilidade política, especialmente regional, o segundo turno poderia trazer alguma acomodação nesta ruptura regional do voto. Todos os candidatos vitoriosos em todas as eleições presidenciais, desde 1950, tiveram sua vitória lastreada em pelo menos duas grandes regiões (JK em Minas e Nordeste) e tiveram seu voto muito mais equilibrado, regionalmente.
Dessa maneira, cabe aos políticos-seniors e aos politólogos avaliarem este quadro novo para o Brasil, e suas consequências. E cabe a oposição desconstituir, mesmo que parcialmente, a identificação do nordeste com Lula no imaginário do eleitor nordestino.
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