Agência Estado
O fato de o presidente do PT, Ricardo Berzoini, saber que seus 'homens do comitê' estavam envolvidos na plantação do dossiê Vedoin na imprensa e de o sindicalista e secretário licenciado do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas ser um dos personagens da operação que tentou vender denúncias contra o candidato tucano ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, traz à tona um conjunto de nomes políticos com uma marca em comum: todos podem ser chamados de 'homens de Lula'.
Esses 'homens' forjaram a intimidade com o presidente no tempo da militância sindical. Eles foram integrados ao governo federal depois da vitória de 2002 e, em muitos casos, ainda que subordinados ao chefe das pastas em que foram empregados, sempre estiveram acima dos ministros e sempre trataram dos assuntos políticos diretamente com o presidente.
Oswaldo Bargas, ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e que foi para o comitê eleitoral para 'pensar o programa de governo de um segundo mandato', é um caso exemplar dessa intimidade com o presidente Lula. Berzoini, também. Assim como Freud Godoy, o segurança lotado no Planalto - foi exonerado anteontem - que teria arquitetado a operação de compra e venda do dossiê Vedoin. Em depoimento na PF, Gedimar Passos, outro nome do comitê da campanha de Lula, afirmou que Freud seria o homem por trás da compra das informações fornecidas pelos Vedoin.
A fidelidade dos 'homens de Lula' permite que o presidente sacrifique suas carreiras políticas em nome da preservação do governo e do partido. Delúbio Soares, Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Silvio Pereira, José Dirceu e João Paulo Cunha são alguns dos amigos que Lula foi obrigado a realocar ou remover do poder, sem o risco de vê-los se transformar em denunciantes do governo. O presidente se diz genericamente 'traído', mas, em contrapartida, nunca diz quem são os traidores.
Boa parte desses 'homens de Lula' não apenas passou a integrar o governo, como recebeu do próprio presidente tarefas especiais.
Oswaldo Bargas é amigo de Lula desde os tempos da direção no Sindicato dos Metalúrgicos. Tinha total autonomia de ação e decisão em tudo que fazia no ministério e foi escolhido a dedo para cuidar das reformas trabalhista e sindical. Não aprovou nenhuma das duas, mas ressuscitou no noticiário desta terça-feira na condição de licenciado do ministério, membro da campanha de Lula e operador do chamado 'dispositivo de tratamento de informações' do comitê reeleitoral. A expressão serve para disfarçar os propósitos reais desse 'dispositivo', que é a fabricação de dossiês.
Os 'homens de Lula' dividem-se em dois grupos básicos: os 'sindicalistas', que são os mais próximos do presidente da República, e os chamados 'operadores de campanha', que tomaram conta do PT depois que, em 1995, o então deputado federal José Dirceu assumiu a presidência do partido.
Em grande parte, Dirceu montou a máquina de financiamento do partido com a ajuda dos amigos 'sindicalistas' de Lula. Destacaram-se nessas tarefas, segundo o Ministério Público e as CPIs dos Correios e do Mensalão, nomes como Paulo Okamotto, Henrique Pizzolato e Delúbio Soares. Nesse esquema, duas prefeituras tiveram papel de destaque: Santo André, dirigida pelo prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e Ribeirão Preto, sob o comando do hoje ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Celso Daniel foi escolhido para o cargo de coordenador do programa de governo do então candidato Lula, na campanha de 2002. Assassinado, em janeiro daquele ano, foi substituído por Palocci.
O fato de o presidente do PT, Ricardo Berzoini, saber que seus 'homens do comitê' estavam envolvidos na plantação do dossiê Vedoin na imprensa e de o sindicalista e secretário licenciado do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas ser um dos personagens da operação que tentou vender denúncias contra o candidato tucano ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, traz à tona um conjunto de nomes políticos com uma marca em comum: todos podem ser chamados de 'homens de Lula'.
Esses 'homens' forjaram a intimidade com o presidente no tempo da militância sindical. Eles foram integrados ao governo federal depois da vitória de 2002 e, em muitos casos, ainda que subordinados ao chefe das pastas em que foram empregados, sempre estiveram acima dos ministros e sempre trataram dos assuntos políticos diretamente com o presidente.
Oswaldo Bargas, ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e que foi para o comitê eleitoral para 'pensar o programa de governo de um segundo mandato', é um caso exemplar dessa intimidade com o presidente Lula. Berzoini, também. Assim como Freud Godoy, o segurança lotado no Planalto - foi exonerado anteontem - que teria arquitetado a operação de compra e venda do dossiê Vedoin. Em depoimento na PF, Gedimar Passos, outro nome do comitê da campanha de Lula, afirmou que Freud seria o homem por trás da compra das informações fornecidas pelos Vedoin.
A fidelidade dos 'homens de Lula' permite que o presidente sacrifique suas carreiras políticas em nome da preservação do governo e do partido. Delúbio Soares, Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Silvio Pereira, José Dirceu e João Paulo Cunha são alguns dos amigos que Lula foi obrigado a realocar ou remover do poder, sem o risco de vê-los se transformar em denunciantes do governo. O presidente se diz genericamente 'traído', mas, em contrapartida, nunca diz quem são os traidores.
Boa parte desses 'homens de Lula' não apenas passou a integrar o governo, como recebeu do próprio presidente tarefas especiais.
Oswaldo Bargas é amigo de Lula desde os tempos da direção no Sindicato dos Metalúrgicos. Tinha total autonomia de ação e decisão em tudo que fazia no ministério e foi escolhido a dedo para cuidar das reformas trabalhista e sindical. Não aprovou nenhuma das duas, mas ressuscitou no noticiário desta terça-feira na condição de licenciado do ministério, membro da campanha de Lula e operador do chamado 'dispositivo de tratamento de informações' do comitê reeleitoral. A expressão serve para disfarçar os propósitos reais desse 'dispositivo', que é a fabricação de dossiês.
Os 'homens de Lula' dividem-se em dois grupos básicos: os 'sindicalistas', que são os mais próximos do presidente da República, e os chamados 'operadores de campanha', que tomaram conta do PT depois que, em 1995, o então deputado federal José Dirceu assumiu a presidência do partido.
Em grande parte, Dirceu montou a máquina de financiamento do partido com a ajuda dos amigos 'sindicalistas' de Lula. Destacaram-se nessas tarefas, segundo o Ministério Público e as CPIs dos Correios e do Mensalão, nomes como Paulo Okamotto, Henrique Pizzolato e Delúbio Soares. Nesse esquema, duas prefeituras tiveram papel de destaque: Santo André, dirigida pelo prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e Ribeirão Preto, sob o comando do hoje ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Celso Daniel foi escolhido para o cargo de coordenador do programa de governo do então candidato Lula, na campanha de 2002. Assassinado, em janeiro daquele ano, foi substituído por Palocci.
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