"Especialismo é saber-se cada vez mais de cada vez menos até saber-se tudo de nada; do mesmo modo que generalismo é saber-se cada vez menos de cada vez mais, até não se saber nada de tudo." (William James)
quinta-feira, setembro 28, 2006
A SOCIEDADE DOS AMIGOS DE PLUTÃO
quarta-feira, setembro 27, 2006
GOBIERNO DE MIERDA!
GRAMSCI E O OVO DA SERPENTE
Para Lênin, a revolução comunista deveria começar pela tomada do Estado e, então, transformar a sociedade. Gramsci inverteu esses termos: a revolução deveria começar pela transformação da sociedade, tomando da classe dominante a direção da “sociedade civil” (rede de instituições educativas, religiosas e culturais que disseminam modos de pensar) e, só então, atacar o poder do Estado. Sem a prévia “revolução do espírito”, qualquer vitória comunista seria efêmera.
SEGUNDO TURNO TORNA-SE CERTEZA
Com as pesquisas levando ao limite a chamada “margem de erro” (que podendo variar 3 pontos para cima ou para baixo podem reduzir ainda mais a diferença entre Lula e o total dos demais candidatos) mostram que o 2º turno das eleições presidenciais é a avaliação mais provável das tendências eleitorais de domingo, 1ºde outubro.
Os fatores que justificam tal avaliação são:
1 – A aceleração acentuada da tendência de queda de Lula e, em contrapartida, o crescimento de Geraldo Alckmin;
2 – Lula está em queda em todos os Estados – todos, sem exceção, inclusive no Nordeste;
3 – A percepção do segundo turno é generalizada, a “maioria absoluta” de Lula é discutida até em shows populares, como aconteceu na Lapa, no Rio, no fim de semana, quando a cantora Paulo Toller disse “Estou animada para votar no segundo turno, porque do jeito que está não dá para ficar” e recebeu mais aplausos do que vaias;
4 – Os políticos de várias tendências já começam a estabelecer negociações para os palanques do segundo turno (marcado para 29 de outubro) e os marqueteiros de Lula (inclusive estúdios de TV contratados) já estão mobilizados.
Justiça manda prender os ‘aloprados’ do dossiê
terça-feira, setembro 26, 2006
segunda-feira, setembro 25, 2006
REJEIÇÃO VAI DECIDIR SEGUNDO TURNO
Pior para Lula, melhor para Geraldo Alckmin, que ganha de 19 x 30
Certos que haverá segundo turno, os analistas de pesquisas passaram a se interessar pelo índice que será decisivo na disputa Lula x Alckmin: a rejeição.
Partem do princípio de que o favoritismo está zerado. Começa tudo de novo. E a primeira referência é: qual o candidato em que um maior número de eleitores diz que “não votaria de jeito nenhum”?
Pois é nesse quesito que a situação de Lula se inverte em relação ao favoritismo do primeiro turno e que somente começou a se desfazer nos últimos 15 dias. Enquanto a rejeição de Lula está em 30% (três dias antes era de 28%), a rejeição de Alckmin está em queda: caiu em 72 horas de 22% para 19%.
Quanto menor for a rejeição de um candidato melhor para ele. O placar é favorável a Alckmin: 19 x 30.
Tendo em vista que o escândalo do dossiêgate é o fator de virada do primeiro turno, a expectativa é de que a indignação generalizada pela corrupção seja decisiva também no segundo, virando a tendência do favoritismo, que se transferirá de Lula para Geraldo Alckmin.
Trata-se de uma mudança total de posições na campanha eleitoral, que até o episódio do dossiêgate pendia para Lula, com chances de vitória no primeiro turno.
TEORIZANDO?
" Contra os pressupostos de uma democracia republicana, o Estado não é neutro quando os governantes dispõem de uma reserva de informações suscetíveis de serem dirigidas, como projétil psicológico, em direção aos inimigos que eles elejam. Estas ações precisam contar com uma organização secreta que, no lugar de fazer as vezes de garantia de segurança de todos os habitantes e cidadãos, servem de instrumento para atacar e destruir aos que incomodam politicamente a ditos governantes. Com estas manobras fica claro que o objeto da informação não se centra na defesa do Estado, mas no ataque a políticos que, de uma ou outra forma poderiam competir com as estratégias eleitorais do governo. ....Ainda que a primeira vista pareça absurdo, estes comportamentos recebem habitualmente a marca de "operações de inteligência". É difícil encontrar uma correlação tão precisa entre a corrupção de conduta e a corrupção de linguagem. "
Trecho do artigo do historiador e politólogo argentino - Natalio Botana - em La Nacion de 21 de setembro de 2006 - analisando a conjuntura politica argentina. Se fosse a brasileira não seria tão preciso.
sábado, setembro 23, 2006
A verdade está na cara, mas não se impõe
O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, "explicáveis" demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira.
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias. Claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada, broxa.
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos. Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo. Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nemvergonha do que faz. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata.
Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão na bunda. A verdade se encolhe, humilhada, num canto.
E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de "povo", consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações "falsas", sua condição de cúmplice e comandante em "vítima". E a população ignorante engole tudo.
Como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade. "Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados"! nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo. Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: "Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?". A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo . A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada! Só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da República. São verdades cristalinas, com sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de "gafe". Lulo-petistas clamam: "Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara? Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT? Como ousaram ser honestos?".
Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de "exibicionista". Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de " finesse" do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...
Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para coonestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma novi-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o populismo e o simplismo. Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em "a favor" do povo e "contra", recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o "sim" e o "não", teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição mundo x Brasil, nacional x internacional. A esquematização dos conceitos, o empobrecimento da linguagem visa à formaão de um novo ethos político no país, que favoreça o voluntarismo e legitime o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois.
Assim como vivemos (por sorte) há três anos sem governo algum, apenas vogando ao vento da bonança financeira mundial, espero que a consolidação da economia brasileira resista ao cerco político-ideológico de dogmas boçais e impeça a desconstrução antidemocrática. As coisas são mais democráticas que os homens.
Alguns otimistas dizem: "Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!". Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros.
O Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade e a novi-língua estará consagrada.
2° turno depende de 3,5 pontos, diz Ibope
Lula tem 49% das intenções de voto, contra 42% da soma dos adversários (o segundo colocado Geraldo Alckmin, do PSDB, tem 30%, e Heloísa Helena, a terceira, tem 9%). Hoje, o presidente seria reeleito já no primeiro turno. Para ocorrer segundo turno, há três possibilidades: os rivais teriam que ganhar 7 pontos, Lula teria que cair 7, ou os rivais "roubarem" 3,5 pontos de Lula.
Se a transferência direta de votos ocorresse, Lula ficaria com 45,5% e a soma dos adversários atingiria o mesmo patamar. Para ganhar no primeiro turno, Lula precisa superar o total de votos dos rivais. A diferença entre Lula e os adversários diminuiu de forma constante nas últimas semanas: de 15 pontos no fim de agosto para 10 em 8 de setembro, 9 no dia 15 e 7 pontos agora.
Movimento - O reforço na possibilidade de segundo turno é sustentado ainda por tendência de queda de intenção de voto em Lula e aumento da rejeição ao presidente e da intenção de voto em Alckmin. No Ibope, Lula perdeu um ponto enquanto sua rejeição no eleitorado cresceu de 24% em agosto para 26%, 27% e agora 28%. Alckmin subiu de 21% em agosto para 22%, 25%, 27% e agora 29%.
Artigo do Senador: Mentiras Húngaras
Acabamos de verificar, em episódio ocorrido no leste europeu, os efeitos colaterais produzidos pela mentira na órbita oficial. Na Hungria, um governante enfrenta a ira popular após ter sido desmascarado pelo uso de mentiras utilizadas para garantir a sua eleição. Numa gravação que vazou recentemente à imprensa local, o primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany foi flagrado admitindo que manipulou dados sobre a real situação da economia nacional para vencer as eleições realizadas em abril passado.
Nas conversas gravadas e que vieram a público como o estopim da revolta que tomou conta das ruas de Budapeste, o premiê Gyurcsany, em encontro com deputados de sua base de apoio no Parlamento, declara com todas as letras que mentiu em três turnos, "manhã, tarde e noite", para camuflar o verdadeiro cenário econômico da Hungria e obter apoio para se sagrar vencedor nas urnas.
Há um trecho do diálogo mantido pelo dirigente húngaro com os parlamentares no qual ele reconhece sem rodeios que sua gestão anterior foi nula e desafia os presentes à reunião: "Você não pode citar uma única medida importante do governo da qual possamos nos orgulhar".
Na seqüência das "inconfidências" que vieram à tona pela fita divulgada, cuja autenticidade foi confirmada pelo próprio governante, restando apenas descobrir o responsável pela gravação e difusão, um diagnóstico sombrio foi feito: o colapso é inevitável caso não sejam feitas as reformas estruturais adiadas ou promovidas de forma pirotécnica apenas.
Um país que, no passado, se posicionou na vanguarda do questionamento e da sublevação ao jugo soviético, demolindo o Pacto de Varsóvia e evoluindo para uma trajetória democrática, se encontra, no momento, diante de um impasse sem precedentes.
A sua adesão plena à União Européia em 2004 e o fato de ter sido precursora na difícil e tortuosa conversão ao capitalismo são credenciais que asseguraram à Hungria um lugar de destaque entre as nações que estiveram na órbita da antiga União Soviética. A crise atual, no entanto, revela a perda da condição de "modelo" do leste e põe à mostra uma mistura bastante explosiva: de um lado dados estatísticos ostensivamente maquiados somados à irresponsabilidade fiscal e, de outro, a utilização sistemática da mentira, o simulacro de um governo.
O caso húngaro não deveria passar desapercebido. É preciso mostrar que a tentativa de escamotear a verdade e induzir o eleitor à falsa expectativa é nefasta, seja onde estiver sendo perpetrada, seja no velho continente europeu ou abaixo da linha do Equador. As mentiras, o embuste e o engodo são nefastos e deploráveis sejam eles húngaros, bolivianos ou brasileiros.
A trajetória dos fatos que acontecem naquele país nos mostra que mentir com desfaçatez é um fenômeno que se reproduz em todo o mundo. As conseqüências tanto lá como aqui ou acolá são imprevisíveis e podem desestabilizar qualquer povo.
A Comissão Européia está atenta aos desdobramentos dos acontecimentos e deve muito provavelmente intensificar pressões para que as "reformas prometidas" sejam de uma vez por todas efetivadas.
Os problemas da Hungria e a crise vivenciada pelo seu povo são emblemáticos da ausência de ética e de responsabilidade na condução dos negócios de Estado. Infelizmente, nesse caso, não poderíamos dizer que qualquer semelhança é mera coincidência.
sexta-feira, setembro 22, 2006
Para PF, dólares entraram no país ilegalmente
A PF obteve outro dado que considera relevante: a lista de passageiros de um vôo. Decolou de Brasília rumo a São Paulo no dia 14 de setembro. Estava a bordo Jorge Lorenzetti, o ex-funcionário do comitê de Lula implicado no dossiêgate. A data do vôo coincide com o dia que Gedimar Padilha disse ter recebido o dinheiro para a compra do dossiê. Gedimar é aquele sujeito que, depois de preso, disse em depoimento à PF, que fora contratado pela Executiva Nacional do PT para adquirir o dossiê antitucanato.
O blog apurou que a PF avançou também no rastreamento dos reais apreendidos em São Paulo. Sabia-se desde quarta-feira que a gana fora sacada em três bancos: Bradesco, Safra e BankBoston. Descobriu-se a localização das agências bancárias. Duas ficam em São Paulo, nos bairros da Barra Funda e da Lapa. Outra fica no Rio, em Duque de Caxias.
Escrito por Josias de Souza às 01h48
quinta-feira, setembro 21, 2006
Políticos que temos que aturar no horário eleitoral
O zerado - Não manja nada de política, mal sabe quais as verdadeiras atribuições de um deputado e só sabe dizer que vai trabalhar por "saúde, educação e emprego". Como não tem um passado político consistente, limita-se a enfileirar o seu parco currículo. Foi assessor de infra-estrutura da associação dos jogadores de celotex do Baixo Amazonas, trabalhou na comissão de merenda escolar de Alcides Tremembé e pegou malária cinco vezes quando era voluntário do Projeto Rondon. Nunca se elege. De vez em quando é visto andando debaixo do sol quente indo para alguma reunião de sindicato.
O sem-vergonha - Apoiou a Ditadura Militar nos anos 60, discursou a favor da Nova República nos anos 80 e desceu a rampa com Fernando Collor nos anos 90. Agora aparece na televisão discursando contra a corrupção mesmo que esteja respondendo a alguns processos por aí. Nunca apresentou um projeto decente. Não promete nada, apenas apela para a confiança do eleitor em quem há anos luta pelos seus direitos, seja lá o que isso queira dizer. Se veste mal e é cafona. Alguns usam bigodinho.
O religioso - Para ele, uma eleição é uma missão divina tão séria quanto a Cruzada Albigense ou a reconquista do Templo de Salomão. Apela para santos, anjos, trechos da Bíblia, Jesus Cristo e os milagres da Virgem de Fátima. Se dependesse dele a eleição seria resolvida com algum tipo de revelação esotérica aos moldes da conversão do imperador Constantino na Batalha da Ponte Mílvia. Só que, ao invés de uma cruz em chamas com a inscrição "IN HOC SIGNO VINCES", veríamos no céu algo como "Vote em Amiraldo Sussuarana - O Candidato do Senhor - PJM - Partido do Jesus Menino".
O radical -Quer romper com o FMI, com o Banco Central, com a ABNT, com o Google e com a Lei da Gravidade. Gosta de discursar contra a "política neoliberal de Luiz Inácio Lula da Silva" (antes era FHC). Apoia o Hezbolah, Fidel Castro, Hugo Chavez e qualquer coisa que vá contra o imperalismo ianque, mesmo que seja meia-dúzia de estudantes secundaristas protestando em frente a uma lanchonete do McDonalds. Se for mulher, nos seus comícios costuma tocar "Maria Maria", de Milton Nascimento.
O linha-dura - É a favor da pena de morte, da Ditadura Militar e da volta da Censura. Acredita que Hugo Chavez é o Anticristo e Lula um comunista financiado pelo ouro de Moscou. Às vezes se elege, mas seus projetos polêmicos nunca são aprovados. Quando a família foi lhe visitar no Dia dos Pais, deu um cascudo em um dos netos porque o flagrou assistindo a um clip do Charlie Brown Jr na televisão. Para ele, tudo o que não foi feito de 1968 para baixo é coisa de veado ou de comunista. Às vezes dos dois.
"Esse erro pode mudar tudo"
Aragão: “A suspeita vai prejudicar Lula”
Por Gustavo Paul
EXAME
1 - O novo escândalo pode mudar o rumo das eleições?
4 - José Serra e Geraldo Alckmin também não saem perdendo com o episódio do dossiê?
5 - Mesmo com o desgaste, a vantagem de Lula não é suficiente para liquidar logo as eleições?
6 - Alckmin diz que, se chegar ao segundo turno, começa uma nova eleição. O senhor concorda?
7 - No caso da reeleição, Lula começaria seu segundo mandato mais fraco com esses escândalos?
Impugnação moral e jurídica
É o que se vê agora. Lula chefia um governo comprador sistemático de deputados, mas navega de braçadas nas pesquisas, convencido de que a "bolsa-voto" e a redução do preço do arroz apagam a consciência ética do povo brasileiro. Só essa dinâmica do comportamento delituoso pode explicar que pessoas de intimidade do presidente da República formem a quadrilha responsável pelo pagamento a um malandro por uma entrevista difamatória e mentirosa.
Assim, juntam-se Freud Godoy, figura-sombra de Lula desde 1980, que chegou a morar no Alvorada; Jorge Lorenzetti, churrasqueiro de Lula, comensal do Alvorada e protetor de membros da família do presidente; Oswaldo Bargas, secretário de Relações do Trabalho na gestão Berzoini e marido da secretária particular de Lula; e Berzoini, presidente do PT: a "cosa nostra" lulista.
Está tudo podre no reino de Lula. Pessoas de pouca classificação moral e profissional, íntimas do presidente, têm as rédeas ocultas do poder faz quatro anos. Pretendem a todo custo permanecer a comandar o país.
É patente o jogo sujo de pretender interferir no processo eleitoral por via da compra de acusações inverídicas a serem veiculadas pela imprensa, com impacto sobre o eleitorado.
É curioso notar que Lula, na quinta passada, dizia que 81% das investigações da PF, inclusive o caso sanguessuga, tinham origem no governo FHC, como que antecipando o que seria objeto da matéria da "IstoÉ".
A impugnação moral de Lula é obrigatória, mais ainda pela farsa de se mostrar indignado com a falcatrua industriada por pessoas de sua intimidade, por dirigentes de sua campanha e do PT, os únicos que poderiam amealhar quase R$ 2 milhões em efetivo para pagar os Vedoin, líderes dos sanguessugas.
Ao lado da impugnação moral, há a impugnação jurídica. Estabelece o art. 67, IV, da lei nº 9.100/96, que constitui crime divulgar fatos que se sabe inverídicos, distorcer informações sobre partido ou candidato de forma a influir na vontade do eleitor, sendo o delito agravado quando realizado por meio da imprensa.
Em obediência à Constituição Federal, que determina que se protejam a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico e político, a lei complementar nº 64/90, estatui, em seu artigo 19 e parágrafos, que, na preservação da legitimidade das eleições, pode-se impugnar uma candidatura se comprovados o abuso do poder econômico ou poder de autoridade ou a utilização indevida de veículos de comunicação social em benefício de candidato ou partido.
Além de íntimos, os artífices da trama pertenciam à campanha de Lula: Lorenzetti é chefe do núcleo da reeleição; Oswaldo Bargas é responsável pelo programa de governo do candidato Lula; Berzoini, coordenador da campanha e presidente do PT. Foi nessa condição que arquitetaram a entrevista falsa a órgão de comunicação, visando influir na vontade do eleitor. Por determinação da executiva do PT, houve a utilização de alta "quantia não contabilizada".
O crime e as graves infrações eleitorais de abuso do poder econômico e político estão, de início, caracterizados, tanto que o TSE determinou a abertura de processo contra Lula. Lembre-se, também, o abuso do poder de autoridade por ter sido a Polícia Federal orientada a mostrar dados do chamado "dossiê" para incutir a idéia da existência de fatos desairosos contra Serra e Alckmin, ao mesmo tempo em que não veiculou (como seria habitual) imagens dos presos em São Paulo e do dinheiro apreendido, o que constituiu tratamento desigual com a finalidade de interferir na legitimidade e normalidade do pleito, configurando-se conduta típica de abuso do poder político. O ministro da Justiça reconhece a proibição de imagens do dinheiro para não abalar as eleições.
A distribuição ao PT das cartilhas da Secretaria de Comunicações da Presidência já constituiria abuso do poder político. Abuso surgido na semana passada. Assim, a impugnação jurídica da candidatura Lula tem pleno cabimento, para resguardo da ordem constitucional.
Resta ao povo, antes da impugnação jurídica, que pode se seguir à eleição, tomar-se de indignação e promover a impugnação eleitoral de quem não tem condição moral para nos governar. Crie vergonha, Brasil.
MIGUEL REALE JÚNIOR, 62, advogado, ex-ministro da Justiça (governo FHC), é professor titular da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário da Segurança Pública (governo Montoro) e da Administração (governo Covas) do Estado de São Paulo. É presidente do comitê financeiro da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB)
Bomba! - APARECEU A FOTO DO DINHEIRO DO PT USADO PARA COMPRAR O FALSO DOSSIÊ
Segundo o delegado é membro do PT.
Fonte da foto aqui.
OS ESCÂNDALOS DO GOVERNO LULA!
2. Se Lula não sabia de nada do que aconteceu em sua volta, com frequentadores de sua casa e de seu gabinete, é porque é idiota. Se for assim, não pode ser presidente. E se Lula sabia e coonestou, ou até orientou, então também não pode ser presidente.
3. Um governo de estadistas, como um ministério com este perfil, tem normalmente um jurista como ministro da justiça. Um governo de delinquentes, só pode ter como ministro da justiça um advogado criminalista, que cumpre uma segunda função: dar cobertura legal.
4. O mar de lama entrou pelo gabinete de Lula adentro; molhou os tapetes. Terá Lula o confundido com calda de chocolate?
5. Em um ano, é o segundo presidente do PT que delinque: Genoino e Berzoini. Sendo que esse entrou em substituição a Genoino com todos os cuidados pelo seu comportanto... Melhor deixar o PT sem presidente: desse jeito vai ser difícil encontrar um.
Ação do TSE põe em risco segundo mandato de Lula
Que reflexos são esses? Caso a representação ajuizada por PSDB e PFL seja julgada procedente, o TSE terá de declarar a inelegibilidade dos envolvidos por um período de três anos. Determinará, ainda, a cassação do registro de candidatos que tenham sido beneficiados pela interferência ilegal na eleição. E enviará o processo ao Ministério Público Eleitoral para a abertura de ação visando a impugnação do mandato obtido nas urnas. É o que determina o artigo 14, parágrafos 10 e 11 da Constituição. É o que preceitua também o artigo 262, inciso IV, do Código Eleitoral.
Marco Aurélio conversou com o blog à 00h05, depois do encerramento do expediente noturno do TSE. Fez questão de frisar que falava em tese. “Não estou fazendo pré-julgamento. Falo do instrumental que temos à disposição para qualquer processo. Neste caso específico, a presumir-se alguma coisa, tem que ser presumida a ausência de envolvimento. É preciso aguardar o encerramento do processo”.
O blog perguntou a Marco Aurélio se, uma vez detectadas ilegalidades, o tribunal poderia impor sanções apenas ao PT, já que Lula alega que não sabia do envolvimento do partido e de integrantes de seu comitê de campanha na tentativa de compra, por R$ 1,7 milhão, do dossiê conta os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. A resposta do ministro negativa.
“Há um elo, uma contaminação. Dificilmente se chegará à conclusão de que o candidato em si estaria alheio a tudo. Sob o ângulo eleitoral, temos disposições que alcançam o beneficiário do ato julgado ilegal, ainda que não saiba. Do contrário seria muito fácil. Qualquer candidato poderia alegar desconhecimento de ilegalidades para fugir a eventuais punições.”
A investigação do dossiêgate está a cargo do ministro César Asfor Rocha, corregedor-geral do TSE. Nesta quarta-feira, ele enviou ofício à Polícia Federal requisitando cópia integral do inquérito. Foi o primeiro ato formal no processo depois do acatamento da representação protocolada por PSDB e PFL. Se julgar necessário, César Rocha pode requisitar diligências à PF, que, neste caso, atua como polícia judiciária.
Segundo explicou Marco Aurélio ao blog, a ação do TSE não constitui uma interferência no trabalho da PF. “Há independência processual”, diz ele. Interessam ao tribunal apenas os aspectos eleitorais envolvidos no inquérito. São transgressões previstas no artigo 19 da Lei de Inelegibilidades, de 1990 – origem do dinheiro e abuso do poder econômico, por exemplo.
A próxima providência do ministro César Rocha será a expedição de notificações aos investigados, para que apresentem defesa em cinco dias. Cada um poderá indicar até seis testemunhas de defesa. Além de Lula, encontram-se sob investigação o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça); o presidente do PT, Ricardo Berzoini; o ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy; e os petistas Gedimar Pereira Passos e Valdebran Carlos Padilha.
Marco Aurélio lamentou que Lula e o PT estejam novamente enredados em suspeições: “Quando nós imaginamos que tudo já veio à tona, surge mais esse problema. Qual é a tendência? Quando se é apanhado num desvio qualquer, fica-se mais atento com os parâmetros legais e com os princípios que são próprios da vida em sociedade. Assim deveria ser.”
Fonte: Blog do Josias de Souza
BERZOINI CAIU PORQUE TEVE CULPA COMPROVADA
Berzoini caiu duas horas depois de prometer a Lula que transformaria o “dossiê infamante” contra Alckmim e Serra em argumento para desmoralizar a oposição. Por quê?
Resposta: porque a Polícia Federal já sabe a origem do dinheiro R$ 1,7 milhão (em notas de dólares e reais) apreendido no Hotel Íbis, em São Paulo, com os petistas que pagariam pelo dossiê que alimentou a matéria da revista “Isto é” e que era a peça de abertura de uma campanha de denúncias para evitar que a eleição vá para o segundo turno.
Na reunião com Lula, logo depois da chegada do Presidente que estava nos Estados Unidos, Berzoini demonstrou sua tática: ia exigir que a TV, rádios e jornais dessem tratamento e espaço iguais à bandidagem petista e ao que chamou “conteúdo do dossiê”. Argumentava: “Se vamos pagar pela compra do dossiê, sacrificando nossos companheiros, podemos exigir que as acusações que ele contém também penalizem nossos adversários”.
Aparentemente, Lula concordou. Pelo menos, era essa a impressão de Berzoini. Minutos depois, porém, foi destituído do comando da campanha. Por quê? Porque o Presidente foi informado de que a Polícia Federal havia descoberto que Berzoini estava na rota do dinheiro.
Veja você mesmo o Freud e Lula na campanha de 2002 no documentário Entreatos! Freud e Lula aparecem no ponto 1 minuto e 17 segundos
O Bandido da Estrela Vermelha
Não vamos deixar esta situação acabar igual ao vídeo.
Um abraço a todos!
quarta-feira, setembro 20, 2006
Dinheiro do dossiê foi sacado em três bancos
Revelou-se nesta quarta que boa parte da grana que financiaria a “Operação Tabajara” foi sacada em três bancos: Bradesco, Safra e Boston. Logo se chegará aos nomes dos titulares das contas e dos sacadores.
E não pára de crescer a lista de implicados no dossiêgate. Em depoimento à PF, Valdebran Padilha, o lobista do PT matogrossense, mencionou um personagem novo: Expedito Afonso Veloso. Vem a ser diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil.
Além dele, vão ao banco de interrogatórios Oswaldo Bargas, responsável pelo capítulo de Emprego e Trabalho do programa de governo de Lula; e Jorge Lorenzetti, afastado ontem das funções de analista de risco e mídia do comitê reeleitoral. Por último, será chamado a dar explicações o deputado Ricardo Berzoini, presidente do PT e coordenador da campanha de Lula.
Caso dossiê avança sobre os 'homens do presidente'
O fato de o presidente do PT, Ricardo Berzoini, saber que seus 'homens do comitê' estavam envolvidos na plantação do dossiê Vedoin na imprensa e de o sindicalista e secretário licenciado do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas ser um dos personagens da operação que tentou vender denúncias contra o candidato tucano ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, traz à tona um conjunto de nomes políticos com uma marca em comum: todos podem ser chamados de 'homens de Lula'.
Esses 'homens' forjaram a intimidade com o presidente no tempo da militância sindical. Eles foram integrados ao governo federal depois da vitória de 2002 e, em muitos casos, ainda que subordinados ao chefe das pastas em que foram empregados, sempre estiveram acima dos ministros e sempre trataram dos assuntos políticos diretamente com o presidente.
Oswaldo Bargas, ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e que foi para o comitê eleitoral para 'pensar o programa de governo de um segundo mandato', é um caso exemplar dessa intimidade com o presidente Lula. Berzoini, também. Assim como Freud Godoy, o segurança lotado no Planalto - foi exonerado anteontem - que teria arquitetado a operação de compra e venda do dossiê Vedoin. Em depoimento na PF, Gedimar Passos, outro nome do comitê da campanha de Lula, afirmou que Freud seria o homem por trás da compra das informações fornecidas pelos Vedoin.
A fidelidade dos 'homens de Lula' permite que o presidente sacrifique suas carreiras políticas em nome da preservação do governo e do partido. Delúbio Soares, Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Silvio Pereira, José Dirceu e João Paulo Cunha são alguns dos amigos que Lula foi obrigado a realocar ou remover do poder, sem o risco de vê-los se transformar em denunciantes do governo. O presidente se diz genericamente 'traído', mas, em contrapartida, nunca diz quem são os traidores.
Boa parte desses 'homens de Lula' não apenas passou a integrar o governo, como recebeu do próprio presidente tarefas especiais.
Oswaldo Bargas é amigo de Lula desde os tempos da direção no Sindicato dos Metalúrgicos. Tinha total autonomia de ação e decisão em tudo que fazia no ministério e foi escolhido a dedo para cuidar das reformas trabalhista e sindical. Não aprovou nenhuma das duas, mas ressuscitou no noticiário desta terça-feira na condição de licenciado do ministério, membro da campanha de Lula e operador do chamado 'dispositivo de tratamento de informações' do comitê reeleitoral. A expressão serve para disfarçar os propósitos reais desse 'dispositivo', que é a fabricação de dossiês.
Os 'homens de Lula' dividem-se em dois grupos básicos: os 'sindicalistas', que são os mais próximos do presidente da República, e os chamados 'operadores de campanha', que tomaram conta do PT depois que, em 1995, o então deputado federal José Dirceu assumiu a presidência do partido.
Em grande parte, Dirceu montou a máquina de financiamento do partido com a ajuda dos amigos 'sindicalistas' de Lula. Destacaram-se nessas tarefas, segundo o Ministério Público e as CPIs dos Correios e do Mensalão, nomes como Paulo Okamotto, Henrique Pizzolato e Delúbio Soares. Nesse esquema, duas prefeituras tiveram papel de destaque: Santo André, dirigida pelo prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e Ribeirão Preto, sob o comando do hoje ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Celso Daniel foi escolhido para o cargo de coordenador do programa de governo do então candidato Lula, na campanha de 2002. Assassinado, em janeiro daquele ano, foi substituído por Palocci.
O ESQUIFE DE PAPEL!
Gedimar, militante do PT responsável pela segurança do comitê de Lula, combinou com Vedoin-sanguessuga, pagar muito dinheiro por aquele material contra o Serra e o Alckmin. É preso num hotel ao lado do aeroporto em SP com 1,7 milhão de reais, entre reais e dólares, junto com um contato, o empresário filiado ao PT, Valdebran.
Gedimar entrega o Freud, segurança de Lula, seu treinador pessoal, amigo de tantos anos e com sala ao lado. Esse diz que foi contatado por Lorenzetti -alto dirigente do PT- coordenador da campanha de Lula em S. Catarina, seu churrasqueiro, diretor do banco de SC e do grupo do Zé Dirceu.
Antes, Oswaldo Bargas, ligado a Berzoini e responsável pelo programa de emprego e trabalho da campanha de Lula, procurou a revista Época para publicar o material. Esta pediu detalhes e documentos. Mas era necessário publicar no fim de semana antes da viagem de Lula a ONU. Berzoini diz que sabia dos contatos que foram feitos por Bargas com revistas, mas apenas genericamente. Bargas é casado com a secretária de Lula.
Gedimar, Freud, Lorenzetti, Bargas, Vedoin, Valdebran e provavelmente Zé Dirceu. E claro, Lula. Que nome tem isso?
CERTAMENTE NÃO FOI COINCIDÊNCIA!!!!!
Lula sabia com muita antecedência quando viajaria do Brasil para a assembléia da ONU. Por isso a publicação na revista Isto É tinha que ser no fim de semana, para que quando a discussão começasse ele estivesse longe, não precisando dar explicações.
Por isso o tempo que a revista Época pediu para análise não era possível. Tudo tinha que estar publicado no fim de semana da viagem de Lula. Essa é uma convicção de alguns policiais federais que acompanham o caso.
Pega ladrão! (A chantagem eleitoral de Lula)
SURPREENDIDO, o ladrão antecipa-se ao alarme e grita: "Ladrão! Pega ladrão!". Mistura-se aos seus próprios perseguidores e se livra da polícia. As cenas do repertório da velha malandragem, antes que a violência e o narcotráfico lhes retirassem qualquer possibilidade de riso, estão sendo revividas grotescamente na atual campanha eleitoral. Especialmente no caso da chantagem montada pelo PT contra Alckmin e Serra, a quem Lula, com a maior cara-de-pau, hipotecou solidariedade de crocodilo.
É espantoso ver na TV Lula e o PT gritando, indignados: "Baixaria! Baixaria!", quando estão mergulhados até a cabeça no golpe. Assim como foi em outros escândalos: mensaleiros, vampiros, sanguessugas, valerioduto, operação tapa-buracos, "bingueiros", pagamentos do marqueteiro Duda com dólares sem declaração de origem e cartilhas eleitorais de R$ 11 milhões pagas com dinheiro público e distribuídas pelo PT, e tantos outros casos que já perderam o benefício de serem considerados denúncias para se transformarem em inquéritos apurados e votados por comissões parlamentares e pelo TCU.
Tal como aconteceu no último fim de semana, quando Lula apareceu protestando inocência e declarando repulsa à tentativa de chantagem envolvendo a considerável quantia de R$ 1,7 milhão contra Alckmin e Serra.
O grave é que a PF já sabia, àquela hora, que a trama era conduzida pelo Palácio do Planalto, por um assessor especial da Secretaria Particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tal como Waldomiro Diniz -que traficava com bicheiros e era subchefe da Casa Civil, do ex-ministro José Dirceu, e gerou a CPI dos Correios e a revelação dos mensaleiros-, Freud Godoy, personagem-chave do novo episódio da compra de um dossiê, trabalha com o também notório Gilberto Carvalho, secretário particular de Lula.
Gilberto é personagem do escabroso episódio do assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André. Criou-se uma situação sem saída para Lula, pois o próprio Freud Godoy, acusado pelo operador da chantagem, apanhado com o dinheiro, confessou implicitamente ao anunciar que estava pedindo demissão do seu cargo no Palácio do Planalto e, como Waldomiro, será exonerado "a pedido" -com agradecimentos pelos bons serviços, como Lula faz com todos os corruptos que é obrigado a demitir.
O cinismo da impunidade ganha requintes nas mãos de marqueteiros inescrupulosos. Mas, como todo golpe, há o momento em que a mentira se confronta diretamente com a verdade e, aí, a impostura se desfaz. Tudo indica que houve uma precipitação. Deram um passo em falso. Imaginando que o jogo tinha acabado -na minha opinião, não acabou, pois haverá segundo turno, e, aí, a questão "corrupção de Lula" versus "ética de Alckmin" será julgada-, Lula e o PT resolveram tripudiar e realizar uma intervenção criminosa na eleição.
O crime perfeito consistia em desestabilizar Serra e, ao mesmo tempo, dar oportunidade a Lula para fazer declarações de repúdio àquela chantagem, como efetivamente fez. Com isso, teria o pretexto para protestar contra o uso de acusações -para ele, "baixarias"-, relembrando os casos de corrupção no seu governo, único perigo temido por seus marqueteiros.
Ao se jactarem de "com o limão fizemos uma limonada", ou seja, com os protestos da oposição pela chantagem, ainda conseguiriam que Lula ampliasse sua própria blindagem contra ataques. Os petistas achavam que a questão estaria liquidada. Gritavam, mais que as vítimas: "Pega ladrão!" (no caso, Lula declarou, indignado: "Fora as baixarias contra candidatos!"), e, além de criarem um clima para que os chantagistas se safassem, ainda melhoravam a posição na campanha eleitoral.
Dito isso, encenada a farsa da inocência compungida, continuariam com o realejo da impostura das falsas obras sociais, fazendo esquecer a tunda que a Petrobras está levando de Chávez e Evo Morales, banqueteando-se com banqueiros uma vez por semana e batendo recordes de presença de mensaleiros e sanguessugas em seus comícios.
segunda-feira, setembro 18, 2006
Pesquisa dinamita urnas da Diebold
A mídia americana não pára de emitir comentários sobre o assunto. O sistema de votação estudado dispunha de mecanismo de impressão do voto do eleitor, ou seja, a máquina de votar era acoplada a uma impressora que registrava o voto. Mesmo assim, o relatório mostrou que, no caso de uma recontagem de votos, cerca de 10% das provas do sistema de verificação e emissão de votos eram ilegíveis, foram destruídas, desapareceram ou estavam comprometidas. Em resumo, a recontagem de votos estava comprometida. Este fato parece derrubar a tese dos que defendem o mecanismo de emissão do voto em papel.
Além disto, o estudo constatou que em cerca de 50% dos locais de votação houve discrepância entre o que estava registrado e armazenado na máquina e a emissão do voto de papel. A média de discrepância foi de 25 votos por local de votação, embora se tenha registrado uma discrepância de mais de 200 votos num único local. Resumindo, o que se constatou foi que a verificação e a impressão de votos não batiam com o que estava armazenado na máquina de votar; o que estava registrado na memória da máquina não batia com os cartões de memória; que também não batia com a emissão de votos.
Um fato curioso apontado na pesquisa e comentado pela imprensa foi o de que 24 urnas utilizadas na eleição não continham nenhum voto registrado. Diante destas e outras irregularidades, o relatório concluiu que confiar num sistema de votação eletrônico no estado atual é um risco calculado, pois embora se tenha o resultado de uma eleição que seja aceitável, existe um elevado risco de custo inaceitável. Não estamos falando de fraudes, mas de erros ocorridos nas urnas eletrônicas.
Imprensa atenta
O relatório foi o resultado de uma pesquisa que custou US$ 341 mil, ou seja, quase um bilhão de reais, gastos num período de três meses pelo distrito de Cuyahoga, município de Cleveland, no estado americano de Ohio, envolvendo um batalhão de pesquisadores das áreas de computação, engenharia de sistemas, ciência política, estatística e gestão organizacional. Trata-se de um documento completo e rico de informações, de mais de 200 páginas e que estudou minuciosamente 467 urnas no distrito. O relatório pode ter suas falhas, mas não se trata de um documento falso.
A empresa Diebold tentou desqualificar o relatório do Instituto de Ciência Eleitoral alegando que as discrepâncias encontradas não eram discrepâncias, atribuindo os erros aos mesários que não tinham o devido treinamento para cuidar de uma eleição. Nos últimos dias desta semana, a administração municipal tentou assumir os erros, pois seria até injusto atribuir todos eles à Diebold e a suas máquinas. Neste caso, tanto a Diebold como o relatório da pesquisa chegou a uma conclusão mais ou menos idêntica: uma eleição só pode ser segura e confiável se a administração humana do sistema da eleição estiver devidamente preparada para conduzi-la. Mesmo assim, fica demonstrado, neste caso, que existiram falhas das máquinas, falhas das impressoras e falhas humanas. Daí a necessidade de se continuar desenvolvendo pesquisas para se encontrar o sistema mais eficiente e confiável.
Os Estados Unidos vão realizar eleições no mês de novembro próximo, tendo investido bastante em urnas eletrônicas, com a intenção de que mais de 50% dos votos sejam computados por elas. Mesmo assim, desde julho a imprensa, quase que diariamente, solta comentários contra o uso das urnas eletrônicas; há ações judiciais para que não sejam empregadas em vários estados, e alguns não pretendem mesmo utilizá-las.
O que se ganhou?
No Brasil, neste período eleitoral, com raríssimas exceções, parece não haver interesse da imprensa em tratar das fragilidades das urnas da Diebold, que são utilizadas nas nossas eleições. Aliás, quando se fala em urnas eletrônicas é incrível como muitos brasileiros parecem sentir seu ego massageado, acreditando que se trata de uma tecnologia brasileira e que o mundo está com inveja do Brasil.
Não há dúvida de que o Brasil foi o primeiro país do mundo a decidir usar, de forma precipitada, urnas eletrônicas numa eleição em larga escala. Contudo, as urnas sempre foram adquiridas da empresa Diebold, ou seja, sempre foi uma tecnologia lá de fora e, ao que tudo indica, investimentos obscenos foram realizados em urnas eletrônicas, comprometendo outras necessidades básicas e maiores de nossa população. Não se pode continuar, neste país, reciclando velhas iniqüidades com o único propósito de se ter, com rapidez, o resultado de uma eleição e mostrar ao mundo que somos tecnologicamente avançados, embora pagando muito caro pela tecnologia utilizada.
Não somos contra a tecnologia, mas devemos primeiramente saber se o país tem as condições econômicas de utilizá-la, pois se trata de um elevado investimento. Há poucos anos a empresa Diebold festejou ter alcançado o maior faturamento de um único pedido em seus 141 anos de história, equivalente a mais de 100 milhões de dólares, ao vender urnas eletrônicas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro. A pergunta que se faz é a seguinte: o que a nossa democracia ganhou com isso?
As novas sacerdotisas
Estamos assistindo a uma divisão digital neste país por conta de investimentos vergonhosos em urnas eletrônicas, sem a criação de nenhuma capacidade tecnológica nesta área. Enquanto o TSE investe maciçamente na aquisição de urnas eletrônicas sofisticadas, correndo o risco de não utilizar toda a sua capacidade nas eleições deste ano, nega-se, por outro lado, a pagar irrisórias despesas de viagens e hospedagens de um ou outro pesquisador brasileiro interessado em comparecer, neste início de setembro, à cerimônia de lacre destas urnas para as próximas eleições. O TSE deveria inicialmente investir em pesquisas para depois decidir sobre a aquisição de compra de máquinas de votar. É assim que acontece em outros países.
Enquanto a comunidade acadêmica dos países desenvolvidos dinamita as urnas da Diebold, com resultados bastante consistentes, no Brasil estes artefatos são adorados, devendo a comunidade acadêmica se manter distante para não conhecê-los. Nós, pesquisadores, eleitores e cidadãos, somos tratados como pagãos salvos no altar da máquina de votar da Diebold. Como seres humanos, somos imperfeitos, sujeitos ao pecado e temos de ser perdoados, porém as urnas são "infalíveis". Pior ainda: ninguém pode se atrever a interferir no sermão da contagem de votos.
O Brasil é um país com experiência na utilização das urnas da Diebold, porém não existe um só estudo demonstrando sua robustez, como afirma o TSE. Pior ainda, qualquer comentário contrário às urnas da Diebold é desmentido e desqualificado por técnicos do TSE. Não se avalia tecnologia de informação neste país. As urnas já alcançaram o status de religião e o cultor não pode questionar o dogma. No dia 1º de outubro vamos à igreja da democracia fazer a nossa genuflexão perante as novas sacerdotisas das máquinas de votar, considerando que elas são as mais altas autoridades num país que, realmente, foi o primeiro a privatizar o seu sistema de votação.