segunda-feira, setembro 29, 2008

TEORIA DA BALOTAGE!

Balotage é como os argentinos chamam uma eleição com segundo turno, "espanizando" o termo. Uma eleição em dois turnos tem uma dinâmica política específica, que vem estudada pontualmente por muitos politólogos. Em 1999 o Instituto Friederich Nalmann do Partido Liberal Democrático da Alemanha patrocinou em Montevidéu um seminário com especialistas europeus e latino-americanos sobre os mistérios da balotage. O atual Prefeito do Rio foi convidado e participou como ouvinte e debatedor.
Esses mistérios estão localizados em como desenvolver o primeiro turno de forma a construir a ponte para agregar forças num segundo turno. Isso terá que se dar na comunicação dos candidatos e suas propostas divulgadas. Uma primeira análise é saber quais dos demais candidatos os seus eleitores poderiam num eventual segundo turno serem atraídos para a sua candidatura. De nada serve escolher um candidato de amaciamento, se seus leitores são antípodas de sua candidatura.

Uma vez escolhidos os candidatos de amaciamento, há que se escolher um deles. Esta escolha terá dois aspectos. Primeiro não pode chocar os seus próprios eleitores. Segundo, deve ser uma candidatura com lastro de forma a que valha a pena amaciar. Amaciamento é encontrar qualidades neste candidato ou no mínimo não atacá-lo.

Mas há um risco. Se o candidato de amaciamento tem lastro, ou seja, tem intenções de voto significativas, esta tática sempre terá o risco de que este cresça e o ultrapasse. Em 2000, o atual prefeito do Rio aplicou esta tática de amaciamento na candidata do PT e no candidato do PDT. Este duplo amaciamento era necessário porque eles trocavam votos entre si e a queda do candidato do PDT poderia levar a do PT ao segundo turno.

A tática funcionou, mas o risco foi enorme. A diferença dele para a terceira colocada do PT foi de apenas 14 mil votos. Mas esse amaciamento foi decisivo, pois esta agregação de votos no segundo turno foi milimétrica e deu a vitoria ao atual prefeito no final.

A eleição no Rio-Capital em 2008 partiu com 4 candidatos de oposição, viáveis. Inevitavelmente terão que criticar o governo. Mas qual será esse limite? E - os cinco candidatos - inclusive a do prefeito, que alvos devem escolher e que candidato ou candidatos devem amaciar?

O desespero de ir para o segundo turno, muitas vezes torna inviável a própria candidatura no segundo turno. Portanto a agressividade deve ser medida, como oposição ou entre a oposição, e desde a candidata do prefeito em relação aos demais. Eles têm pensado nisso? Ou só se fixado no primeiro obstáculo.

A ansiedade virá porque esta escolha de amaciamento - s - atrasa a agregação de intenção de votos, mas pode ser a pedra de toque da vitória no segundo turno.

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