Resumo do artigo de Sergio Aguayo Quezada - "Vivir con el `narco` - professor do Centro de Estudios Internacionales de El Colegio de México".
1. Passaram vinte anos, morreram ou desapareceram dezenas de milhares de pessoas, para que o Estado mexicano assumisse seriamente o desafio lançado pelo crime organizado, capaz de impor sua lei em 40% do território mexicano. Algumas semanas atrás começou uma guerra, mas ainda de incerto desenlace.
2. Esse ano cumpre-se duas décadas desde que o presidente Miguel de la Madrid colocou o narcotráfico como a principal ameaça à segurança nacional. Foram palavras sonoras, mas vazias de conteúdo.
3. Essa displicência suicida tem sido a norma e preparou o terreno para que a delinqüência crescera e até fundara enclaves territoriais fechados ao acesso das forças de segurança.
4. Com poucos dias de governo o novo presidente do México informou que empregaria "toda a força do Estado para recuperar dos delinqüentes os espaços públicos" e "resgatar a México" (as implicações dessa última frase são escalofriantes). O exército se lançou em oito Estados. A utilização das Forças Armadas era a última opção dada à corrupção, ineficácia e impotência de centenas de milhares de policiais mal remunerados.
5. Tirar as tropas dos quartéis tinha como principal objetivo demonstrar a firmeza do presidente e recuperar o espaço cedido ou conquistado pelo crime organizado. No desenho original, o exército patrulharia as ruas enquanto que se intensificava as ações de inteligência requerida para deter os capos e desmantelar os esquadrões sicários. A estratégia parecia tão sensata como pareciam realistas os objetivos. Recebeu os aplausos de uma sociedade farta de seqüestros, assaltos à mão armada e execuções.
6. Seis semanas depois de iniciada a Operação, eu visitei Tijuana, onde dialoguei com uma amostra mais ou menos representativa de conhecedores do submundo criminoso. O entusiasmo inicial havia desaparecido. e prevalecia o desconcerto e o desalento entre acadêmicos, lideres sociais e jornalistas.
7. Os efetivos militares relaxaram e nunca se deteve os capos cujos apelidos, manias e lugares de reunião são bem conhecidos em uma cidade que voltou a viver debaixo da ameaça de seqüestros e execuções.
8. O futuro da segurança mexicana é incerto porque se desconhece a força dos cartéis e a reação que terão diante das extradições de seus chefes aos Estados Unidos, as detenções e as desapropriações. Absorverão com estoicismo os golpes? Aumentarão as execuções de policiais e soldados? Recorrerão ao terrorismo contra alvos civis? Buscarão dissimular-se entre a população ou se entrincheirarão em seus enclaves territoriais?
1. Passaram vinte anos, morreram ou desapareceram dezenas de milhares de pessoas, para que o Estado mexicano assumisse seriamente o desafio lançado pelo crime organizado, capaz de impor sua lei em 40% do território mexicano. Algumas semanas atrás começou uma guerra, mas ainda de incerto desenlace.
2. Esse ano cumpre-se duas décadas desde que o presidente Miguel de la Madrid colocou o narcotráfico como a principal ameaça à segurança nacional. Foram palavras sonoras, mas vazias de conteúdo.
3. Essa displicência suicida tem sido a norma e preparou o terreno para que a delinqüência crescera e até fundara enclaves territoriais fechados ao acesso das forças de segurança.
4. Com poucos dias de governo o novo presidente do México informou que empregaria "toda a força do Estado para recuperar dos delinqüentes os espaços públicos" e "resgatar a México" (as implicações dessa última frase são escalofriantes). O exército se lançou em oito Estados. A utilização das Forças Armadas era a última opção dada à corrupção, ineficácia e impotência de centenas de milhares de policiais mal remunerados.
5. Tirar as tropas dos quartéis tinha como principal objetivo demonstrar a firmeza do presidente e recuperar o espaço cedido ou conquistado pelo crime organizado. No desenho original, o exército patrulharia as ruas enquanto que se intensificava as ações de inteligência requerida para deter os capos e desmantelar os esquadrões sicários. A estratégia parecia tão sensata como pareciam realistas os objetivos. Recebeu os aplausos de uma sociedade farta de seqüestros, assaltos à mão armada e execuções.
6. Seis semanas depois de iniciada a Operação, eu visitei Tijuana, onde dialoguei com uma amostra mais ou menos representativa de conhecedores do submundo criminoso. O entusiasmo inicial havia desaparecido. e prevalecia o desconcerto e o desalento entre acadêmicos, lideres sociais e jornalistas.
7. Os efetivos militares relaxaram e nunca se deteve os capos cujos apelidos, manias e lugares de reunião são bem conhecidos em uma cidade que voltou a viver debaixo da ameaça de seqüestros e execuções.
8. O futuro da segurança mexicana é incerto porque se desconhece a força dos cartéis e a reação que terão diante das extradições de seus chefes aos Estados Unidos, as detenções e as desapropriações. Absorverão com estoicismo os golpes? Aumentarão as execuções de policiais e soldados? Recorrerão ao terrorismo contra alvos civis? Buscarão dissimular-se entre a população ou se entrincheirarão em seus enclaves territoriais?
Nenhum comentário:
Postar um comentário