O reconhecimento da magnitude da crise financeira internacional deixou de ser considerada uma manifestação de arautos do catastrofismo. Em diversas análises abalizadas são diagnosticados os riscos e incertezas que assolam os mercados financeiros nos dias atuais. Há opinião respeitada na praça que já expressa que a superação da crise em curso vai impor um custo extremamente elevado, tanto econômico como social.
As reações de pânico se disseminam pelos quatro cantos do mundo, motivadas pelo ceticismo na efetividade das ações empreendidas pelos governos. O que se busca no momento é evitar uma perda total de credibilidade. Vamos torcer e rezar para que as medidas anunciadas em bloco na Europa e o pacote norte-americano sejam lenitivo eficaz.
O Primeiro Ministro britânico, Gordon Brown, em recente artigo publicado no periódico inglês "The Times", conclama os governos de outras nações a encampar as mesmas medidas adotadas por seu governo: comprar ações de bancos para capitalizá-los e garantir empréstimos interbancários como forma de restaurar a credibilidade do mercado de crédito.
Os que se negavam a uma ação coordenada se renderam às evidências dos fatos. Foi obtido um consenso emergencial em torno da necessidade de injetar capital nos bancos, em consonância com as medidas adotadas isoladamente pela Inglaterra. Registre-se que os Estados Unidos aderiram à idéia de comprar participações diretas nos bancos.
São atitudes de bom senso e equilíbrio como essa que esperamos se repitam em todos os países do globo. Nesse momento é fundamental banir o pânico instalado, restabelecendo o pleno funcionamento do sistema de pagamentos e o mercado interbancário. Nas palavras do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, "presidir um processo ordenado de venda de ativos, capitalização e consolidação do sistema bancário". Não há simulacro capaz de ocultar que o mundo viverá turbulências nos dias que se seguem. Na avaliação do referido economista, que tem larga experiência na condução da economia brasileira em tempos de uma conjuntura mundial adversa, a estagnação de crédito é "a expressão de uma crise global de confiança que extrapolou de muito o mercado interbancário e começou a afetar o chamado setor real e as perspectivas de crescimento".
O Governo tardou a reconhecer a gravidade da crise econômica internacional. No início, tentou minimizá-la. O Presidente Lula procurou descolar o Brasil da crise internacional, como se isso fosse possível.
Num primeiro momento, nos reportamos a opiniões credenciadas, como a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que alertava: "Não é desesperador, mas é preocupante. O Governo tem de agir rapidamente, adotando providências administrativas". Lembrei opinião mais pessimista e radical do economista Carlos Lessa, que afirmava ser a crise de extrema profundidade, alegando que US$200 bilhões se transformariam em pó, a exemplo do que ocorrera em um passado distante no Japão. Reproduzi comentário do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga que afirmava ser uma crise sistêmica; portanto, da maior gravidade.
Finalmente, o Governo reformulou seus posicionamentos e adotou uma postura menos evasiva diante da realidade incontestável. Eu reconheço e creio que praticamente toda a oposição brasileira enxerga no Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um homem lúcido da administração Lula no que diz respeito à área econômica. Certamente, ele é o grande responsável pela manutenção dessa estabilidade econômica conquistada em governos anteriores.
Portanto, se o Presidente confere mais poderes a Henrique Meirelles, até nos sentimos aliviados porque, certamente, do Banco Central não teremos notícias decepcionantes sob o ponto de vista de medidas incorretas que possam ser adotadas no enfrentamento da crise.
A vigilância e o monitoramento exercidos pelo Banco Central são fiadores da travessia incerta que teremos que enfrentar. O Presidente da República pode contar com o bloco de oposição para aprovar medidas que objetivem debelar os efeitos perniciosos advindos da crise financeira. Os discursos e as declarações de palanque são dispensáveis nesse momento tão grave. É hora de moderação e comedimento. Recomendável não difundir à população a máxima de que o "bom velhinho" reserva um trenó turbinado ao Brasil.
As reações de pânico se disseminam pelos quatro cantos do mundo, motivadas pelo ceticismo na efetividade das ações empreendidas pelos governos. O que se busca no momento é evitar uma perda total de credibilidade. Vamos torcer e rezar para que as medidas anunciadas em bloco na Europa e o pacote norte-americano sejam lenitivo eficaz.
O Primeiro Ministro britânico, Gordon Brown, em recente artigo publicado no periódico inglês "The Times", conclama os governos de outras nações a encampar as mesmas medidas adotadas por seu governo: comprar ações de bancos para capitalizá-los e garantir empréstimos interbancários como forma de restaurar a credibilidade do mercado de crédito.
Os que se negavam a uma ação coordenada se renderam às evidências dos fatos. Foi obtido um consenso emergencial em torno da necessidade de injetar capital nos bancos, em consonância com as medidas adotadas isoladamente pela Inglaterra. Registre-se que os Estados Unidos aderiram à idéia de comprar participações diretas nos bancos.
São atitudes de bom senso e equilíbrio como essa que esperamos se repitam em todos os países do globo. Nesse momento é fundamental banir o pânico instalado, restabelecendo o pleno funcionamento do sistema de pagamentos e o mercado interbancário. Nas palavras do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, "presidir um processo ordenado de venda de ativos, capitalização e consolidação do sistema bancário". Não há simulacro capaz de ocultar que o mundo viverá turbulências nos dias que se seguem. Na avaliação do referido economista, que tem larga experiência na condução da economia brasileira em tempos de uma conjuntura mundial adversa, a estagnação de crédito é "a expressão de uma crise global de confiança que extrapolou de muito o mercado interbancário e começou a afetar o chamado setor real e as perspectivas de crescimento".
O Governo tardou a reconhecer a gravidade da crise econômica internacional. No início, tentou minimizá-la. O Presidente Lula procurou descolar o Brasil da crise internacional, como se isso fosse possível.
Num primeiro momento, nos reportamos a opiniões credenciadas, como a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que alertava: "Não é desesperador, mas é preocupante. O Governo tem de agir rapidamente, adotando providências administrativas". Lembrei opinião mais pessimista e radical do economista Carlos Lessa, que afirmava ser a crise de extrema profundidade, alegando que US$200 bilhões se transformariam em pó, a exemplo do que ocorrera em um passado distante no Japão. Reproduzi comentário do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga que afirmava ser uma crise sistêmica; portanto, da maior gravidade.
Finalmente, o Governo reformulou seus posicionamentos e adotou uma postura menos evasiva diante da realidade incontestável. Eu reconheço e creio que praticamente toda a oposição brasileira enxerga no Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um homem lúcido da administração Lula no que diz respeito à área econômica. Certamente, ele é o grande responsável pela manutenção dessa estabilidade econômica conquistada em governos anteriores.
Portanto, se o Presidente confere mais poderes a Henrique Meirelles, até nos sentimos aliviados porque, certamente, do Banco Central não teremos notícias decepcionantes sob o ponto de vista de medidas incorretas que possam ser adotadas no enfrentamento da crise.
A vigilância e o monitoramento exercidos pelo Banco Central são fiadores da travessia incerta que teremos que enfrentar. O Presidente da República pode contar com o bloco de oposição para aprovar medidas que objetivem debelar os efeitos perniciosos advindos da crise financeira. Os discursos e as declarações de palanque são dispensáveis nesse momento tão grave. É hora de moderação e comedimento. Recomendável não difundir à população a máxima de que o "bom velhinho" reserva um trenó turbinado ao Brasil.
Senador Alvaro Dias - 2º Vice Presidente do Senado, vice-líder do PSDB
Nenhum comentário:
Postar um comentário