Trechos do artigo do politólogo argentino Natálio Botana em La Nacion. Refere-se à Argentina. Serve como luva para o Brasil.
1. Na atualidade, devido às transformações que a prática da democracia afronta por toda parte, as lideranças ascendem e descendem num ritmo vertiginoso. A opinião expressa nas pesquisas é responsável por este vai-e-vem, e também as mobilizações, os protestos e o constante questionamento dos governantes veiculado por diversos meios de comunicação. A superioridade dos dirigentes nas democracias do começo do século XXI é volátil.
2. Esta relação é, em principio, positiva, porque coloca a democracia num plano de horizontalidade. Mas as estruturas representativas perdem prestígio, os parlamentos se transformam em correias de transmissão dos interesses sociais prontos para capturar o espaço público, e os partidos políticos não cumprem sua função primordial de oferecer à cidadania um projeto fundado em valores comuns e na capacidade para realizá-lo.
3. Uma vez que o barco entra num mar tempestuoso, as lideranças deveriam modificar-se ainda mais, sob pena de provocar uns naufrágios que, lamentavelmente, se repetem ao longo das últimas décadas. Nesta abrupta transformação do cenário, a oposição deve fazer suas contas. Não nos referimos à contestação social, que costuma ocupar as ruas e as estradas na defesa de seu interesse particular, mas sim, sobretudo, a oposição política nos partidos e, por meio deles, no Congresso e no regime federativo do país. Que oferta de governabilidade pode-se ir desenhando, enquanto está virando o vento de trás de que tanto se falava?
4. A indignação moral, diante do que acontece, tem asas curtas na ausência de uma vontade política que atraia e incorpore e, ao mesmo tempo, esteja disposta a enfrentar a descrença dos cidadãos e os “poderes de obstrução” incrustados em nossa sociedade. O ideal de governo representativo recomenda consolidar lideranças nascidas no seio dos partidos.
5. Na hipótese de uma liderança sem partido, de uma pura liderança de opinião formada ao calor da conjuntura e do impulso mediático, corre o risco de diluir-se numa desorganizada improvisação. São considerações que por acaso valham a pena levar em conta nestes momentos de crise internacional.
1. Na atualidade, devido às transformações que a prática da democracia afronta por toda parte, as lideranças ascendem e descendem num ritmo vertiginoso. A opinião expressa nas pesquisas é responsável por este vai-e-vem, e também as mobilizações, os protestos e o constante questionamento dos governantes veiculado por diversos meios de comunicação. A superioridade dos dirigentes nas democracias do começo do século XXI é volátil.
2. Esta relação é, em principio, positiva, porque coloca a democracia num plano de horizontalidade. Mas as estruturas representativas perdem prestígio, os parlamentos se transformam em correias de transmissão dos interesses sociais prontos para capturar o espaço público, e os partidos políticos não cumprem sua função primordial de oferecer à cidadania um projeto fundado em valores comuns e na capacidade para realizá-lo.
3. Uma vez que o barco entra num mar tempestuoso, as lideranças deveriam modificar-se ainda mais, sob pena de provocar uns naufrágios que, lamentavelmente, se repetem ao longo das últimas décadas. Nesta abrupta transformação do cenário, a oposição deve fazer suas contas. Não nos referimos à contestação social, que costuma ocupar as ruas e as estradas na defesa de seu interesse particular, mas sim, sobretudo, a oposição política nos partidos e, por meio deles, no Congresso e no regime federativo do país. Que oferta de governabilidade pode-se ir desenhando, enquanto está virando o vento de trás de que tanto se falava?
4. A indignação moral, diante do que acontece, tem asas curtas na ausência de uma vontade política que atraia e incorpore e, ao mesmo tempo, esteja disposta a enfrentar a descrença dos cidadãos e os “poderes de obstrução” incrustados em nossa sociedade. O ideal de governo representativo recomenda consolidar lideranças nascidas no seio dos partidos.
5. Na hipótese de uma liderança sem partido, de uma pura liderança de opinião formada ao calor da conjuntura e do impulso mediático, corre o risco de diluir-se numa desorganizada improvisação. São considerações que por acaso valham a pena levar em conta nestes momentos de crise internacional.
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