1. Dez em cada dez economistas de renome afirmam que a combinação da valorização do real com a deterioração nos termos de troca do comércio exterior (projetam um déficit comercial de 10 bilhões de dólares em 2010, e nos próximos 12 meses um déficit em conta corrente no balanço de pagamentos de 20 bilhões de dólares), reverterá o quadro econômico. Mas não há consenso sobre a velocidade em que isso ocorrerá: se dentro do governo Lula ou depois, o que depende da velocidade de contaminação da crise internacional.
2. Se acontecer antes, até metade de 2010, o fato de Lula estar jogando tudo num auge de popularidade ainda antes da metade do segundo governo, produzirá um forte contraste e uma desmontagem de sua imagem no final do governo. Acontecendo isso Lula deixa de ser um nome forte para 2014. Mas se isso ocorrer muito no final de 2010, ou já em 2011, a bomba estoura no colo do próximo presidente e Lula volta consagrado em 2014.
3. Esta disjuntiva deixa nervosos os candidatáveis a presidente em 2010 e 2014. Para uma crise no atual governo, vela a pena Aécio e Eduardo Campos, por exemplo, esperarem por 2014. Mas se a crise ocorrer no próximo governo, Lula volta e a chance deles se perde.
4. Hoje não interessa a ninguém bem informado - nem ao Lula - o terceiro mandato ou mudança para cinco anos, em função daquela expectativa de desarrumação da conjuntura. Se Lula segura a crise até o final do governo, pode voltar em 2014 e pensar em repetir dois mandatos pelas mesmas razões do quatriênio 1999-2002 que o levaram ao governo. Mas se a crise estoura antes, abre-se um cenário de espera para governadores mais jovens como os citados. E que a bomba estoure no colo de outro.
5. Disse assim, num trecho, o editorial da FSP de 4 de maio: “A dívida externa de US$ 254 bilhões, responde, porém, apenas por uma parte do passivo externo da economia brasileira - ou seja, do conjunto de compromissos em moeda estrangeira. Este monta a US$ 885,2 bilhões, de acordo com o dado mais recente divulgado pelo BC, de setembro de 2007. O ativo externo (os investimentos de brasileiros no exterior, incluindo reservas internacionais) alcança US$ 342,1 bilhões. O resultado é um passivo externo líquido de US$ 543,1 bilhões.
Obter moeda estrangeira em escala e velocidade suficientes para arcar com essa posição externa negativa será crucial para evitar, no futuro, rupturas dramáticas como as que vivenciamos reiteradas vezes nas últimas décadas.
Isso requer atenção para o patamar da taxa de câmbio, bem como políticas agressivas de fomento às exportações.”
6. Política é um jogo estratégico. Vence quem projeta melhor um cenário futuro incerto. Isso é que deixa hoje, os presidenciáveis de 2010 e 2014 - claro, os bem informados - nervosos e até estressados. Façam suas apostas.
2. Se acontecer antes, até metade de 2010, o fato de Lula estar jogando tudo num auge de popularidade ainda antes da metade do segundo governo, produzirá um forte contraste e uma desmontagem de sua imagem no final do governo. Acontecendo isso Lula deixa de ser um nome forte para 2014. Mas se isso ocorrer muito no final de 2010, ou já em 2011, a bomba estoura no colo do próximo presidente e Lula volta consagrado em 2014.
3. Esta disjuntiva deixa nervosos os candidatáveis a presidente em 2010 e 2014. Para uma crise no atual governo, vela a pena Aécio e Eduardo Campos, por exemplo, esperarem por 2014. Mas se a crise ocorrer no próximo governo, Lula volta e a chance deles se perde.
4. Hoje não interessa a ninguém bem informado - nem ao Lula - o terceiro mandato ou mudança para cinco anos, em função daquela expectativa de desarrumação da conjuntura. Se Lula segura a crise até o final do governo, pode voltar em 2014 e pensar em repetir dois mandatos pelas mesmas razões do quatriênio 1999-2002 que o levaram ao governo. Mas se a crise estoura antes, abre-se um cenário de espera para governadores mais jovens como os citados. E que a bomba estoure no colo de outro.
5. Disse assim, num trecho, o editorial da FSP de 4 de maio: “A dívida externa de US$ 254 bilhões, responde, porém, apenas por uma parte do passivo externo da economia brasileira - ou seja, do conjunto de compromissos em moeda estrangeira. Este monta a US$ 885,2 bilhões, de acordo com o dado mais recente divulgado pelo BC, de setembro de 2007. O ativo externo (os investimentos de brasileiros no exterior, incluindo reservas internacionais) alcança US$ 342,1 bilhões. O resultado é um passivo externo líquido de US$ 543,1 bilhões.
Obter moeda estrangeira em escala e velocidade suficientes para arcar com essa posição externa negativa será crucial para evitar, no futuro, rupturas dramáticas como as que vivenciamos reiteradas vezes nas últimas décadas.
Isso requer atenção para o patamar da taxa de câmbio, bem como políticas agressivas de fomento às exportações.”
6. Política é um jogo estratégico. Vence quem projeta melhor um cenário futuro incerto. Isso é que deixa hoje, os presidenciáveis de 2010 e 2014 - claro, os bem informados - nervosos e até estressados. Façam suas apostas.
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