Diz no artigo - A IMPRENSA NA AMÉRICA DO SUL NA MIRA - da colunista Inês Capdevila do La Nacion! Trechos!
1. Na América do Sul, nas últimas décadas, as relações entre governos e imprensa sempre foram sinuosas. Hoje, os governos adotam cada vez mais a confrontação como estratégia. As táticas têm diferentes facetas. Uma é o hermetismo do governo de Bachelet. Outra é a ironia do governo de Lula. E a guerra declarada de Hugo Chávez à imprensa, caminho seguido por Evo Morales e Rafael Correa. Os governo compartilham uma visão dos meios de comunicação: para todos a imprensa é um rival. Nos países da região mais acossados por crises institucionais ela é o adversário que substitui a oposição política, quase um inimigo.
2. A imprensa não é para Bachelet um inimigo a combater. Mas é, em todo caso um contrincante pouco confiável. Por sua mentalidade mais ideológica, por sua desconfiança do quadro político, a presidente tem uma obsessão com os vazamentos e infiltrações.
3. Não só com a matéria do NYT e seu correspondente Lula teve problemas. As relações do presidente brasileiro com a imprensa nunca foram intensas. Lula evita o contato com a imprensa. Em seu primeiro mandato - excluindo o ano eleitoral - só teve contato com a imprensa uma vez, em abril de 2005. Lula agregou a retórica do desprezo. Ataca a imprensa por "só publicar más notícias", como crime, corrupção e pobreza. Chegou a enviar ao Congresso um projeto de lei para criar o Conselho Federal de Jornalismo para "orientar e disciplinar" a mídia.
4. Também são habituais as ofensivas verbais do presidente Tabaré Vazquez contra a imprensa uruguaia. Acusa-a de "conspirações e complôs". Em 2006 ele chegou a divulgar uma lista negra de meios de comunicação que acusou de integrar a "oposição".
5. "Os partidos políticos se esvaziaram. Já não são representativos. Essa é nossa realidade. Então a sociedade se volta à imprensa, que absorve a crítica e assume funções dos atores políticos. E os governos querem castigar isso e calar a dissidência", diz desde Caracas, Marcelino Bisbal, especialista em comunicação.
6. Chávez abriu um caminho, hoje transitado por Rafael Correa e Evo Morales. Segundo Bisbal embora ainda longe de cancelar licenças como Chávez, o presidente boliviano ataca os donos dos meios de comunicação de "principais inimigos" de seu governo. Para enfrentá-los Morales quer criar uma ampla rede de rádios comunitárias por toda a Bolívia, financiada com 1,5 bilhão de dólares vindos da Venezuela.
7. Os donos dos meios de comunicação também são os maiores inimigos de Rafael Correa, segundo ele diz. Ele anunciou que revisará as concessões de rádio e TV. Apoiado por sua alta popularidade, ele lançou desde o inicio do mandato uma crescente ofensiva contra a imprensa, que inclui propostas para limitá-la constitucionalmente. Tem demandado judicialmente a imprensa. Em seu caso, a guerra contra a imprensa recém começa.
1. Na América do Sul, nas últimas décadas, as relações entre governos e imprensa sempre foram sinuosas. Hoje, os governos adotam cada vez mais a confrontação como estratégia. As táticas têm diferentes facetas. Uma é o hermetismo do governo de Bachelet. Outra é a ironia do governo de Lula. E a guerra declarada de Hugo Chávez à imprensa, caminho seguido por Evo Morales e Rafael Correa. Os governo compartilham uma visão dos meios de comunicação: para todos a imprensa é um rival. Nos países da região mais acossados por crises institucionais ela é o adversário que substitui a oposição política, quase um inimigo.
2. A imprensa não é para Bachelet um inimigo a combater. Mas é, em todo caso um contrincante pouco confiável. Por sua mentalidade mais ideológica, por sua desconfiança do quadro político, a presidente tem uma obsessão com os vazamentos e infiltrações.
3. Não só com a matéria do NYT e seu correspondente Lula teve problemas. As relações do presidente brasileiro com a imprensa nunca foram intensas. Lula evita o contato com a imprensa. Em seu primeiro mandato - excluindo o ano eleitoral - só teve contato com a imprensa uma vez, em abril de 2005. Lula agregou a retórica do desprezo. Ataca a imprensa por "só publicar más notícias", como crime, corrupção e pobreza. Chegou a enviar ao Congresso um projeto de lei para criar o Conselho Federal de Jornalismo para "orientar e disciplinar" a mídia.
4. Também são habituais as ofensivas verbais do presidente Tabaré Vazquez contra a imprensa uruguaia. Acusa-a de "conspirações e complôs". Em 2006 ele chegou a divulgar uma lista negra de meios de comunicação que acusou de integrar a "oposição".
5. "Os partidos políticos se esvaziaram. Já não são representativos. Essa é nossa realidade. Então a sociedade se volta à imprensa, que absorve a crítica e assume funções dos atores políticos. E os governos querem castigar isso e calar a dissidência", diz desde Caracas, Marcelino Bisbal, especialista em comunicação.
6. Chávez abriu um caminho, hoje transitado por Rafael Correa e Evo Morales. Segundo Bisbal embora ainda longe de cancelar licenças como Chávez, o presidente boliviano ataca os donos dos meios de comunicação de "principais inimigos" de seu governo. Para enfrentá-los Morales quer criar uma ampla rede de rádios comunitárias por toda a Bolívia, financiada com 1,5 bilhão de dólares vindos da Venezuela.
7. Os donos dos meios de comunicação também são os maiores inimigos de Rafael Correa, segundo ele diz. Ele anunciou que revisará as concessões de rádio e TV. Apoiado por sua alta popularidade, ele lançou desde o inicio do mandato uma crescente ofensiva contra a imprensa, que inclui propostas para limitá-la constitucionalmente. Tem demandado judicialmente a imprensa. Em seu caso, a guerra contra a imprensa recém começa.
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