sábado, junho 30, 2007

E OS POLICIÓLOGOS? REFLEXÕES SOBRE A OPERAÇÃO-ALEMÃO!

1. A operação ocorrida no Complexo de Favelas do Alemão, é tudo o contrário do que os policiólogos mediáticos vem dizendo há anos. Aliás, todos se lembram - imagens da TV mostraram - quando a policióloga ONG - Viva-Rio e os policiólogos de plantão, pediram que a polícia - que ocupava a Rocinha - saísse de lá. E - quem não se lembra - quando a partir de 1999 influenciaram a segurança pública para um alto de fogo sempre que o tráfico de drogas - traficasse a vontade - sem que houvesse troca de tiros em disputas de bocas de fumo. E o GPAE? Era a polícia cuidando da boca de fumo para não haver tiroteios. Aliás, um GPAE foi criado na Vila Cruzeiro. Onde está?

2. Nesses dois dias só não se ouviu a opinião destes policiólogos. O que eles tem a dizer? O que acham? Estão esperando - furtivamente os resultados para opinar?

3. Depois de ter registrado que aquele cerco anterior com 20 homens não daria - como não estava dando - em nada, espero que o próximo passo vá além do cerco e mega-incursão. Que se ocupe de fato o Complexo, e que a policia fixe-se nas partes superiores e desaloje de lá os bandidos definitivamente. Os corpos dos bandidos mortos (relógios, roupas, tipo físico...) sinalizam que eram soldados da baixa hierarquia do tráfico. As armas apreendidas corresponderam a isso, fora aquelas que servem mais para fotos que para a ação, como metralhadoras antiaéreas ou lança rojões.

4. O processo de recomposição das gangs é automático, com novos integrantes, novas armas, novas munições, novas drogas... Aliás, os novos "soldados" por menor experiência são mais perigosos... Por isso - o que diz o secretário de segurança que é apenas o início - traz uma expectativa positiva dos desdobramentos. A Maré então - onde há um batalhão PM - mal localizado - por decisão do secretário de segurança da época, e onde no extremo oeste milícias já ocupam mostrando que os bandidos não estão com essa bola toda, poderia levar o batalhão para o miolo da área, como propôs a prefeitura na época. Coisa fácil de se fazer, obra simples.

5. O programa de segurança pública apresentado pelo PFL, em 1998 e 2002, priorizava a ocupação das comunidades do corredor da Tijuca para se ir numa progressão, reduzindo o confronto inicial e ampliando-o a outras áreas. Tudo bem: que sejam as do corredor da Leopoldina. Mas falta - conjuntamente - a transformação progressiva - uma a uma - das áreas integradas de segurança - nos bairros, em laboratórios de Policia Integrada e rotina exemplar. Começar-se-ia - naquele programa - pela Ilha do Governador. Agora pela Baixa Leopoldina - Ramos, Bonsucesso, Olaria.

6. A Operação-Rio de 1994-1995, mostrou que as operações de ocupação em comunidades, sem outras correspondentes nos bairros adjuntos, reduz - no início - a criminalidade associada ao tráfico de drogas, mas faz explodir a criminalidade de rua. A Secretaria de Segurança Pública pode pedir os números do início de 1995 e conhecê-los. E fazer uma re-avaliação da Operação-Rio para não repetir os mesmos erros com as conseqüências conhecidas.

7. Torço para que as informações ainda não conhecidas sobre desdobramentos da dinâmica da Operação Alemão sejam aquelas que - finalmente produzam o moto-contrário do atual. Ou seja: que bandido corra e tenha medo da polícia. E que a presença da polícia ali - e alhures - seja como é nos bairros melhor policiados, como os da zona sul.

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