Lendo o noticiário de hoje, me veio à memória um comentário de Franklin Martins, quando ainda atuava na TV Globo, dizendo alguma coisa mais ou menos assim: "Ora, todo mundo sabe que o governo Lula não é um mar de lama". Ele falava para desqualificar as suspeitas que surgiram, se não me engano, com a descoberta do esquema Waldomiro-Dirceu. Pois é... O tempo passou e Franklin, que já operava informalmente como assessor de imprensa do Planalto, assumiu finalmente sua real condição. E de lá para cá, não deu outra: foi só mar de lama.
Hoje poderíamos afirmar o oposto do que disse Franklin: "Ora, todo mundo sabe que o governo Lula é um mar de lama" (com exceção das oposições, é claro). Vejam o noticiário dos últimos dias, rememorem o que saiu na imprensa nos últimos três ou quatro anos e façam as contas:
1) Quantos amigos e parentes de Lula estão envolvidos em casos suspeitos?
2) Quantos colaboradores pessoais, da "cozinha" do presidente, foram acusados de crimes e outras ilicitudes?
3) Quantos ministros e outros altos cargos de confiança do governo federal foram afastados sob sérias acusações de irregularidades?
4) Quantos ministros atuais de sua Excelência estão tentando caminhar "no fio da navalha"?
5) Quantos aliados estratégicos de Lula estão neste momento sendo investigados pela polícia?
Sim, corrupção no Brasil sempre houve, mas nunca a ponto de transformar boa parte da cúpula do governo federal num caso de polícia. Não, não há precedentes para esse mar de lama em que estamos imersos desde 2003.
E não adianta muito a PF fazer uma operação espetacular atrás da outra. Cada nova operação apaga o impacto da anterior, já notaram? De sorte que os presos da operação imediatamente anterior são soltos e vão se acomodando no anonimato enquanto esfria a indignação do distinto público. Amanhã, ninguém vai lembrar mais de nada. E aí eles voltam.
Os escândalos sucessivos vão banalizando o escândalo e vão elevando o nível crítico da indignação. Se alguém desviou um recurso, isso passa a ser quase nada em relação a quem montou uma quadrilha para desviar recursos. Se alguém meteu a mão no dinheiro público, isso passa a ser um mero deslize em relação a quem deturpou a natureza de uma instituição colocando-a a serviço do crime. É como se a falta maior desculpasse a menor.
A espiral da impunidade vai, assim, rebaixando os critérios éticos e, inclusive, diminuindo a eficácia das sanções legais. Esse é o resultado objetivo da perversão da política e da degeneração das instituições promovidas pelo lulopetismo. Não é preciso grande esforço para concluir que isso não pode acabar bem.
Vai aqui um recado para os empresários (já que dezenove em cada vinte grandes e médios empresários acham que tudo bem, porque a economia vai bem, porque Lula não está fazendo besteiras nesse campo etc. e tal, devemos fechar os olhos para a esculhambação geral que o governo está promovendo em todos os demais campos da vida nacional). Atenção, meus caros: abaixo de certo nível de credibilidade das instituições políticas, a segurança jurídica despenca. E despenca de uma vez! Isso é praticamente inevitável, mesmo que a economia mundial e nacional vivam no sétimo céu.
O que estamos assistindo nos últimos dias são apenas os primeiros sinais da putrefação do governo. É razoável supor que haja mais, muito mais do que o está vindo a tona em virtude da impossibilidade de controle sobre todas as facções da Polícia Federal e sobre a imprensa e a mídia em geral.
Se existisse oposição no Brasil é óbvio que este governo já teria sido afastado. Mas mesmo sem oposição - ou com uma oposição jogando a favor do governo, pronta para salvá-lo na última hora - o governo Lula não tem como acomodar adequadamente a massa informe de interesses díspares que hoje compõem a sua base de apoio. Mais cedo ou mais tarde esse arranjo perverso - e perverso inclusive com os aliados, pois que são estes arrebanhados instrumentalmente, comprados com dinheiro, cargos ou outras prebendas para servir aos propósitos de um única organização - tende a ruir. Aí é que nós vamos ver, além do mar, a lama jorrando em múltiplas cascatas, as "Cataratas do Iguaçú" da imundice.
Antes, porém, eles tentarão "disciplinar" a Polícia Federal. Atuando seletivamente (sim, pois que até agora não sabemos a origem do dinheiro do falso-dossiê, nem o que faziam os homens de confiança de Lula na trama - assim como não temos notícia de nenhuma investigação que focalizasse as cabeças coroadas do PT envolvidas em irregularidades), a PF serviu aos propósitos do governo, sobretudo durante a campanha da reeleição, mas agora já começa a se transformar num problema.
Ah! sim, e eles também tentarão, de todas as formas, controlar os meios de comunicação. Mas depois da patacoada de Chávez, isso ficou um pouquinho mais difícil, não é mesmo?
De sorte que a "fórmula" lulopetista de poder, que parecia tão boa, pode não funcionar. Nisso tudo que está vindo à tona não há um dedo da oposição. O esperto Lula já se imaginava realizando o sonho dourado de qualquer governante autoritário: governar com uma 'oposição a favor'. No entanto... apesar de tudo, apesar dos bons ventos da economia mundial, apesar da grande popularidade do líder carismático, o arranjo vem fazendo água; ou melhor, lama.
Hoje poderíamos afirmar o oposto do que disse Franklin: "Ora, todo mundo sabe que o governo Lula é um mar de lama" (com exceção das oposições, é claro). Vejam o noticiário dos últimos dias, rememorem o que saiu na imprensa nos últimos três ou quatro anos e façam as contas:
1) Quantos amigos e parentes de Lula estão envolvidos em casos suspeitos?
2) Quantos colaboradores pessoais, da "cozinha" do presidente, foram acusados de crimes e outras ilicitudes?
3) Quantos ministros e outros altos cargos de confiança do governo federal foram afastados sob sérias acusações de irregularidades?
4) Quantos ministros atuais de sua Excelência estão tentando caminhar "no fio da navalha"?
5) Quantos aliados estratégicos de Lula estão neste momento sendo investigados pela polícia?
Sim, corrupção no Brasil sempre houve, mas nunca a ponto de transformar boa parte da cúpula do governo federal num caso de polícia. Não, não há precedentes para esse mar de lama em que estamos imersos desde 2003.
E não adianta muito a PF fazer uma operação espetacular atrás da outra. Cada nova operação apaga o impacto da anterior, já notaram? De sorte que os presos da operação imediatamente anterior são soltos e vão se acomodando no anonimato enquanto esfria a indignação do distinto público. Amanhã, ninguém vai lembrar mais de nada. E aí eles voltam.
Os escândalos sucessivos vão banalizando o escândalo e vão elevando o nível crítico da indignação. Se alguém desviou um recurso, isso passa a ser quase nada em relação a quem montou uma quadrilha para desviar recursos. Se alguém meteu a mão no dinheiro público, isso passa a ser um mero deslize em relação a quem deturpou a natureza de uma instituição colocando-a a serviço do crime. É como se a falta maior desculpasse a menor.
A espiral da impunidade vai, assim, rebaixando os critérios éticos e, inclusive, diminuindo a eficácia das sanções legais. Esse é o resultado objetivo da perversão da política e da degeneração das instituições promovidas pelo lulopetismo. Não é preciso grande esforço para concluir que isso não pode acabar bem.
Vai aqui um recado para os empresários (já que dezenove em cada vinte grandes e médios empresários acham que tudo bem, porque a economia vai bem, porque Lula não está fazendo besteiras nesse campo etc. e tal, devemos fechar os olhos para a esculhambação geral que o governo está promovendo em todos os demais campos da vida nacional). Atenção, meus caros: abaixo de certo nível de credibilidade das instituições políticas, a segurança jurídica despenca. E despenca de uma vez! Isso é praticamente inevitável, mesmo que a economia mundial e nacional vivam no sétimo céu.
O que estamos assistindo nos últimos dias são apenas os primeiros sinais da putrefação do governo. É razoável supor que haja mais, muito mais do que o está vindo a tona em virtude da impossibilidade de controle sobre todas as facções da Polícia Federal e sobre a imprensa e a mídia em geral.
Se existisse oposição no Brasil é óbvio que este governo já teria sido afastado. Mas mesmo sem oposição - ou com uma oposição jogando a favor do governo, pronta para salvá-lo na última hora - o governo Lula não tem como acomodar adequadamente a massa informe de interesses díspares que hoje compõem a sua base de apoio. Mais cedo ou mais tarde esse arranjo perverso - e perverso inclusive com os aliados, pois que são estes arrebanhados instrumentalmente, comprados com dinheiro, cargos ou outras prebendas para servir aos propósitos de um única organização - tende a ruir. Aí é que nós vamos ver, além do mar, a lama jorrando em múltiplas cascatas, as "Cataratas do Iguaçú" da imundice.
Antes, porém, eles tentarão "disciplinar" a Polícia Federal. Atuando seletivamente (sim, pois que até agora não sabemos a origem do dinheiro do falso-dossiê, nem o que faziam os homens de confiança de Lula na trama - assim como não temos notícia de nenhuma investigação que focalizasse as cabeças coroadas do PT envolvidas em irregularidades), a PF serviu aos propósitos do governo, sobretudo durante a campanha da reeleição, mas agora já começa a se transformar num problema.
Ah! sim, e eles também tentarão, de todas as formas, controlar os meios de comunicação. Mas depois da patacoada de Chávez, isso ficou um pouquinho mais difícil, não é mesmo?
De sorte que a "fórmula" lulopetista de poder, que parecia tão boa, pode não funcionar. Nisso tudo que está vindo à tona não há um dedo da oposição. O esperto Lula já se imaginava realizando o sonho dourado de qualquer governante autoritário: governar com uma 'oposição a favor'. No entanto... apesar de tudo, apesar dos bons ventos da economia mundial, apesar da grande popularidade do líder carismático, o arranjo vem fazendo água; ou melhor, lama.
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