Os contornos e desdobramentos da crise financeira mundial em curso ainda constituem um enigma até mesmo para os mais abalizados analistas econômicos. Sua extensão e prolongamento são objeto das mais variadas interpretações e proguinósticos. Não se trata de divisar entre otimistas e pessimistas, mas há evidente dificuldade de mensurar os efeitos no médio e longo prazo dos reflexos dessa crise. O que se evidencia é o crescente temor que assola governantes e governados de todo o planeta. Não há vaticínio infalível e só o tempo poderá mostrar os verdadeiros efeitos na economia real.
A postura da oposição no Congresso Nacional é de total apoio às medidas do governo que objetivem enfrentar a travessia difícil que se avizinha. Atribuir qualquer outra motivação seria leviandade. A propósito, não foi outro o comportamento do bloco oposicionista ao longo da gestão do presidente Lula. Jamais foi feita oposição ao Brasil.
Não podemos ignorar a magnitude da crise e, nesse ambiente de incertezas, o medo não deixa de povoar o inconsciente coletivo. A prontidão em prol da defesa dos interesses nacionais não pode ceder à tentação de escamotear a verdade ou transferir responsabilidades e eventualmente tentar capitalizar com fins eleitoreiros. Nesse momento, o palanque não é o lugar adequado para sediar o debate qualificado sobre as alternativas possíveis à crise que infelizmente já bateu a nossa porta.
A ação do Banco Central do Brasil tem sido correta e assegura a cota indispensável de equilíbrio e realismo em meio às turbulências enfrentadas. O pior dos mundos seria ignorar os dados de realidade. Inicialmente, o próprio presidente da República tentou "isolar" o Brasil da crise, a veia onírica sempre presente nas artérias do atual governo. O discurso mudou reconhecendo a gravidade do quadro, mas ainda existe controvérsia nas declarações oficiais. As pastas setoriais emitem sinais contraditórios, principalmente no tocante aos gastos de custeio.
Há sinais preocupantes. Segundo a Abdib - Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base - 324 grandes obras de infra-estrutura podem atrasar por escassez de crédito no País. É um canteiro de obras em construção ou já contratadas que corre o risco iminente de paralisia em razão da falta de crédito advinda da crise financeira internacional. As obras demandam aproximadamente R$ 90 bilhões para serem concluídas nos próximos anos.
Nesse contexto, é inaceitável que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie obras de infra-estrutura no exterior, considerando que aproximadamente 70% do volume de recursos deverão sair desse banco de fomento.
Ratifico, mais uma vez, a nossa disposição de cooperar com o governo federal de forma transparente e sem subterfúgios. A população deve ser informada sobre o andamento da crise. Os esclarecimentos são necessários e qualquer tentativa de camuflar a verdade nessa hora deve ser rechaçada.
As reações humanas esboçadas nos momentos de crise possuem muitas facetas. Os artistas retratam com matizes diferenciados o que percebem no cenário da alma dos homens. Numa serigrafia da "dama das artes plásticas brasileiras", a pintora, gravadora e escultora Tomie Ohtake, intitulada "visões do medo", pertencente ao acervo do Senado Federal e que ornamenta uma das paredes de meu gabinete, o medo é retratado em cores fortes e previsíveis, mas surpreendentemente o verde que simboliza a esperança se sobrepõe e define o cromatismo. A visão da consagrada artista nascida no Japão e que adotou o Brasil como sua pátria nos leva a enxergar que, em meio a tantas dificuldades, há um horizonte de oportunidades a ser descortinado.
A postura da oposição no Congresso Nacional é de total apoio às medidas do governo que objetivem enfrentar a travessia difícil que se avizinha. Atribuir qualquer outra motivação seria leviandade. A propósito, não foi outro o comportamento do bloco oposicionista ao longo da gestão do presidente Lula. Jamais foi feita oposição ao Brasil.
Não podemos ignorar a magnitude da crise e, nesse ambiente de incertezas, o medo não deixa de povoar o inconsciente coletivo. A prontidão em prol da defesa dos interesses nacionais não pode ceder à tentação de escamotear a verdade ou transferir responsabilidades e eventualmente tentar capitalizar com fins eleitoreiros. Nesse momento, o palanque não é o lugar adequado para sediar o debate qualificado sobre as alternativas possíveis à crise que infelizmente já bateu a nossa porta.
A ação do Banco Central do Brasil tem sido correta e assegura a cota indispensável de equilíbrio e realismo em meio às turbulências enfrentadas. O pior dos mundos seria ignorar os dados de realidade. Inicialmente, o próprio presidente da República tentou "isolar" o Brasil da crise, a veia onírica sempre presente nas artérias do atual governo. O discurso mudou reconhecendo a gravidade do quadro, mas ainda existe controvérsia nas declarações oficiais. As pastas setoriais emitem sinais contraditórios, principalmente no tocante aos gastos de custeio.
Há sinais preocupantes. Segundo a Abdib - Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base - 324 grandes obras de infra-estrutura podem atrasar por escassez de crédito no País. É um canteiro de obras em construção ou já contratadas que corre o risco iminente de paralisia em razão da falta de crédito advinda da crise financeira internacional. As obras demandam aproximadamente R$ 90 bilhões para serem concluídas nos próximos anos.
Nesse contexto, é inaceitável que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie obras de infra-estrutura no exterior, considerando que aproximadamente 70% do volume de recursos deverão sair desse banco de fomento.
Ratifico, mais uma vez, a nossa disposição de cooperar com o governo federal de forma transparente e sem subterfúgios. A população deve ser informada sobre o andamento da crise. Os esclarecimentos são necessários e qualquer tentativa de camuflar a verdade nessa hora deve ser rechaçada.
As reações humanas esboçadas nos momentos de crise possuem muitas facetas. Os artistas retratam com matizes diferenciados o que percebem no cenário da alma dos homens. Numa serigrafia da "dama das artes plásticas brasileiras", a pintora, gravadora e escultora Tomie Ohtake, intitulada "visões do medo", pertencente ao acervo do Senado Federal e que ornamenta uma das paredes de meu gabinete, o medo é retratado em cores fortes e previsíveis, mas surpreendentemente o verde que simboliza a esperança se sobrepõe e define o cromatismo. A visão da consagrada artista nascida no Japão e que adotou o Brasil como sua pátria nos leva a enxergar que, em meio a tantas dificuldades, há um horizonte de oportunidades a ser descortinado.
Senador Alvaro Dias - 2º Vice Presidente do Senado, vice-líder do PSDB
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