Trechos de matéria no El País de 28/10/2008.
1. Para os peritos em comunicação é certo que a gesticulação e o não-verbal transmitem diariamente mensagens em nada depreciáveis na vida política. Por exemplo, esses modos paternalistas tendem a estar ligados, segundo Rubiales, a uma cultura da "direita". Na opinião de Roberto Izurieta, docente de organização política da Universidade George Washington e assessor de campanhas, “no âmbito das relações internacionais, as relações pessoais desempenham um papel importantíssimo”.
2. Numa reunião de cúpula, num jantar, numa reunião entre representantes de diferentes países ou num debate transmitido pela televisão, o uso do corpo, a postura, o movimento das mãos, um sorriso e inclusive um beijo podem resultar em aspectos decisivos. Tudo está relacionado, segundo peritos, com o caráter, o gênero, a cultura ou a origem de cada um.
3. As investigações do antropólogo britânico Desmond Morris demonstraram, por exemplo, que os árabes, os países mediterrâneos e africanos pertencem a culturas "de contato", e, por outro lado, os norte americanos, escandinavos, anglo-saxãos e asiáticos pertencem a culturas de "não contato".
4. A comunicação não-verbal pode inclusive transcender uma ofensa, quando falamos dos círculos do poder. Porque, entre os políticos, a gesticulação é um traço de caráter que está muito relacionado com o carisma e com uma imagem vencedora. De que depende então esse êxito visual? "O carisma não é de uma só classe”, indica Ricardo Izurieta, que acompanhou de perto a campanha dos candidatos à presidência dos Estados Unidos da América. “Porque o carisma é a emoção de quem está contente consigo mesmo”. E, para estar contente, o desejável consistiria em adaptar o protocolo, ao caráter de cada um.
5. “Nas campanhas eleitorais, as expressões corporais e os gestos constituem aspectos fundamentais. Não se pode esquecer que o ato do voto é, definitivamente, um ato de confiança, e a confiança é um sentimento, é algo que pertence à esfera emocional. Num debate, por exemplo, encontramos posturas, expressões, caras que ultrapassam muitos conhecimentos racionais e institucionais, explica Izurieta.
6. Mas como conseguir que um candidato projete essa confiança? Além do olhar, são necessários abraços, sorrisos, um choro e uma clara efusão? Depende.
7. "Os bons treinadores de políticos em campanhas eleitorais conhecem uma das regras básicas da comunicação institucional", prossegue Izurieta. "Antes de mais nada, não se deve mudar a forma de ser dos candidatos. É importante levar em conta que os debates, os encontros e as relações internacionais e institucionais se realizam em cenários antinaturais e incômodos por definição. Pois bem, deve-se procurar que o candidato se sinta cômodo. E para sentir-se cômodo, devem-se desenvolver certas habilidades de cada um. Além disso, existem técnicas para desenvolver esse tipo de carisma diante de um público moderno, que percebe cada vez mais a comunicação da imagem como algo decisivo. Aqui se encontra a importância da comunicação corporal".
8. Por esta razão, nas palavras de García Huete, um personagem da esfera pública deveria estar consciente da necessidade de coerência entre as linguagens verbal e não-verbal. Porque tem de haver coerência? Coloquemos um exemplo. “Se alguém, diante de um auditório, diz que ‘vai para a esquerda’ e, ao mesmo tempo, levanta a mão direita, a maioria dos que escutam e observam assumirá esta mensagem: esse senhor caminha para a direita". Por isso, é importante que as palavras sejam acompanhadas de gestos coerentes. Começando pelo olhar.
9. "E é que o contato visual é o fundamental. Se um interlocutor baixa os olhos ou não mantém o olhar, por exemplo, pode-se chegar a acreditar que está mentindo”, acrescenta esse psicólogo acostumado ao treinamento de personagens públicos em questão de comunicação não-verbal. A distância física entre pessoas também desempenha um papel muito importante. “Se, por exemplo, alguém entra em nosso campo de movimento e recuamos, pode-se produzir um ruído capaz de provocar a interrupção da comunicação que estávamos mantendo”.
10. De todas formas, embora sejam evidentes as diferenças culturais e de gênero, também existem algumas exceções à regras. São as expressões do rosto. Em particular, a manifestação pública de alegria pode constituir a chave do êxito de uma mensagem política. Por quê? “Diz-se que em torno de 60% das emoções e do que sentimos podem ser lidos nos gestos e nas expressões dos rostos”, comenta García Huete. "E a gente, por vezes de forma inconsciente, prestará muita atenção nesses aspectos, assim como nos movimentos das mãos”.
1. Para os peritos em comunicação é certo que a gesticulação e o não-verbal transmitem diariamente mensagens em nada depreciáveis na vida política. Por exemplo, esses modos paternalistas tendem a estar ligados, segundo Rubiales, a uma cultura da "direita". Na opinião de Roberto Izurieta, docente de organização política da Universidade George Washington e assessor de campanhas, “no âmbito das relações internacionais, as relações pessoais desempenham um papel importantíssimo”.
2. Numa reunião de cúpula, num jantar, numa reunião entre representantes de diferentes países ou num debate transmitido pela televisão, o uso do corpo, a postura, o movimento das mãos, um sorriso e inclusive um beijo podem resultar em aspectos decisivos. Tudo está relacionado, segundo peritos, com o caráter, o gênero, a cultura ou a origem de cada um.
3. As investigações do antropólogo britânico Desmond Morris demonstraram, por exemplo, que os árabes, os países mediterrâneos e africanos pertencem a culturas "de contato", e, por outro lado, os norte americanos, escandinavos, anglo-saxãos e asiáticos pertencem a culturas de "não contato".
4. A comunicação não-verbal pode inclusive transcender uma ofensa, quando falamos dos círculos do poder. Porque, entre os políticos, a gesticulação é um traço de caráter que está muito relacionado com o carisma e com uma imagem vencedora. De que depende então esse êxito visual? "O carisma não é de uma só classe”, indica Ricardo Izurieta, que acompanhou de perto a campanha dos candidatos à presidência dos Estados Unidos da América. “Porque o carisma é a emoção de quem está contente consigo mesmo”. E, para estar contente, o desejável consistiria em adaptar o protocolo, ao caráter de cada um.
5. “Nas campanhas eleitorais, as expressões corporais e os gestos constituem aspectos fundamentais. Não se pode esquecer que o ato do voto é, definitivamente, um ato de confiança, e a confiança é um sentimento, é algo que pertence à esfera emocional. Num debate, por exemplo, encontramos posturas, expressões, caras que ultrapassam muitos conhecimentos racionais e institucionais, explica Izurieta.
6. Mas como conseguir que um candidato projete essa confiança? Além do olhar, são necessários abraços, sorrisos, um choro e uma clara efusão? Depende.
7. "Os bons treinadores de políticos em campanhas eleitorais conhecem uma das regras básicas da comunicação institucional", prossegue Izurieta. "Antes de mais nada, não se deve mudar a forma de ser dos candidatos. É importante levar em conta que os debates, os encontros e as relações internacionais e institucionais se realizam em cenários antinaturais e incômodos por definição. Pois bem, deve-se procurar que o candidato se sinta cômodo. E para sentir-se cômodo, devem-se desenvolver certas habilidades de cada um. Além disso, existem técnicas para desenvolver esse tipo de carisma diante de um público moderno, que percebe cada vez mais a comunicação da imagem como algo decisivo. Aqui se encontra a importância da comunicação corporal".
8. Por esta razão, nas palavras de García Huete, um personagem da esfera pública deveria estar consciente da necessidade de coerência entre as linguagens verbal e não-verbal. Porque tem de haver coerência? Coloquemos um exemplo. “Se alguém, diante de um auditório, diz que ‘vai para a esquerda’ e, ao mesmo tempo, levanta a mão direita, a maioria dos que escutam e observam assumirá esta mensagem: esse senhor caminha para a direita". Por isso, é importante que as palavras sejam acompanhadas de gestos coerentes. Começando pelo olhar.
9. "E é que o contato visual é o fundamental. Se um interlocutor baixa os olhos ou não mantém o olhar, por exemplo, pode-se chegar a acreditar que está mentindo”, acrescenta esse psicólogo acostumado ao treinamento de personagens públicos em questão de comunicação não-verbal. A distância física entre pessoas também desempenha um papel muito importante. “Se, por exemplo, alguém entra em nosso campo de movimento e recuamos, pode-se produzir um ruído capaz de provocar a interrupção da comunicação que estávamos mantendo”.
10. De todas formas, embora sejam evidentes as diferenças culturais e de gênero, também existem algumas exceções à regras. São as expressões do rosto. Em particular, a manifestação pública de alegria pode constituir a chave do êxito de uma mensagem política. Por quê? “Diz-se que em torno de 60% das emoções e do que sentimos podem ser lidos nos gestos e nas expressões dos rostos”, comenta García Huete. "E a gente, por vezes de forma inconsciente, prestará muita atenção nesses aspectos, assim como nos movimentos das mãos”.
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