1. O crescimento de Marina, no primeiro turno, em base ao voto evangélico contra o aborto, levou Serra e Dilma a abrirem o segundo turno com contatos com as Igrejas - evangélicas e católica -, a assinar documentos, distribuir panfletos com afirmações cristãs... Suas assessorias não entenderam - ainda - esse processo. Mas ainda há tempo de entenderem. São vários programas de TV, debates e dias de campanha.
2. Nos valores cristãos, a vida/rejeição ao aborto é um dos pontos mais visíveis do discurso conservador. Aqui e alhures. Vide a temperatura dos debates a respeito, no mundo todo. Mas quando este ponto de forte impacto aflora, na verdade é indicação que os valores conservadores ganham destaque na conjuntura e mobilizam grande parte da população e, portanto, do eleitorado. E não só os valores cristãos.
3. Valores conservadores - em geral - são aqueles que minimizam - ou eliminam - a insegurança das pessoas, as incertezas, e sinalizam para um futuro previsível. As reformas liberais, atingindo a previdência, as funções do estado, a desmontagem dos ofícios (profissões que iam de pai para filho desde a idade média), os riscos de desemprego, o sistema de saúde, a insegurança pública..., potencializaram a sensação de um futuro de imprevisibilidades.
4. Isso nos ensinou o sociólogo alemão Ralph Dahrendorf (foto), naturalizado britânico, Sir, membro da Câmara dos Lordes, e um mestre liberal. Disse ele que os méritos das reformas liberais deveriam ser compensados pelas imprevisibilidades quanto ao futuro que aportavam. Quando surge em destaque um valor conservador, há que se colocar em cima da mesa para análise que elementos de insegurança e de incerteza quanto ao futuro estão na cesta de preocupações do eleitor e que são apenas aglutinados e resumidos em um deles.
5. As equipes dos candidatos deveriam analisar a fundo o conjunto das preocupações dos eleitores, que se traduzem em valores conservadores. A França de hoje é um exemplo. Sarkozy é um líder conservador e com esses valores ascendeu e se afirma, especialmente em relação à lei e a ordem. Mas enfrenta uma greve geral de grandes proporções porque tocou em um dos pilares da segurança quanto ao futuro do trabalhador: seu sistema previdenciário. No caso, os valores conservadores estão representados pelos grevistas e não por Sarkozy.
6. Que questões são essas no Brasil que podem ser englobadas em valores conservadores com impacto eleitoral? O sistema previdenciário é claramente uma delas. Mas aí se pisa em ovos, em função da questão fiscal. Quem quebra os ovos? A violência, as drogas, a segurança pública, que esperam um discurso contundente dos candidatos. E nada se ouve. O sistema de emprego e não como seguro, mas como expansão garantida mesmo que por obras públicas. O sistema de bolsas criado e que agora surge como incerteza/certeza. A questão das funções do estado e das privatizações/terceirizações/organizações e os riscos que incorporam. A saúde pública como oferta de serviços de rotina e não agregações sofisticadas a nível pontual ou gerencial. E por aí vai.
7. Cabe às assessorias dos candidatos - listar e checar em pesquisa - e hierarquizar de forma a que a comunicação nesses dias finais possa dar destaque aos temas, incluir agendas e mobilizar o eleitor, dando ao mesmo, confiança, garantias e certezas de forma a que o discurso de valores conservadores ganhe abrangência e profundidade. Não tenham dúvida. Essa é a agenda vencedora. Que o governo tenta resgatar com o risco de mudanças em seus programas, mas que vai muito além disso. E - por isso mesmo - quem governa e não fez..., perdeu a vez. Se não há tempo para pesquisa, vale a intuição de políticos experimentados.
2. Nos valores cristãos, a vida/rejeição ao aborto é um dos pontos mais visíveis do discurso conservador. Aqui e alhures. Vide a temperatura dos debates a respeito, no mundo todo. Mas quando este ponto de forte impacto aflora, na verdade é indicação que os valores conservadores ganham destaque na conjuntura e mobilizam grande parte da população e, portanto, do eleitorado. E não só os valores cristãos.
3. Valores conservadores - em geral - são aqueles que minimizam - ou eliminam - a insegurança das pessoas, as incertezas, e sinalizam para um futuro previsível. As reformas liberais, atingindo a previdência, as funções do estado, a desmontagem dos ofícios (profissões que iam de pai para filho desde a idade média), os riscos de desemprego, o sistema de saúde, a insegurança pública..., potencializaram a sensação de um futuro de imprevisibilidades.
4. Isso nos ensinou o sociólogo alemão Ralph Dahrendorf (foto), naturalizado britânico, Sir, membro da Câmara dos Lordes, e um mestre liberal. Disse ele que os méritos das reformas liberais deveriam ser compensados pelas imprevisibilidades quanto ao futuro que aportavam. Quando surge em destaque um valor conservador, há que se colocar em cima da mesa para análise que elementos de insegurança e de incerteza quanto ao futuro estão na cesta de preocupações do eleitor e que são apenas aglutinados e resumidos em um deles.
5. As equipes dos candidatos deveriam analisar a fundo o conjunto das preocupações dos eleitores, que se traduzem em valores conservadores. A França de hoje é um exemplo. Sarkozy é um líder conservador e com esses valores ascendeu e se afirma, especialmente em relação à lei e a ordem. Mas enfrenta uma greve geral de grandes proporções porque tocou em um dos pilares da segurança quanto ao futuro do trabalhador: seu sistema previdenciário. No caso, os valores conservadores estão representados pelos grevistas e não por Sarkozy.
6. Que questões são essas no Brasil que podem ser englobadas em valores conservadores com impacto eleitoral? O sistema previdenciário é claramente uma delas. Mas aí se pisa em ovos, em função da questão fiscal. Quem quebra os ovos? A violência, as drogas, a segurança pública, que esperam um discurso contundente dos candidatos. E nada se ouve. O sistema de emprego e não como seguro, mas como expansão garantida mesmo que por obras públicas. O sistema de bolsas criado e que agora surge como incerteza/certeza. A questão das funções do estado e das privatizações/terceirizações/organizações e os riscos que incorporam. A saúde pública como oferta de serviços de rotina e não agregações sofisticadas a nível pontual ou gerencial. E por aí vai.
7. Cabe às assessorias dos candidatos - listar e checar em pesquisa - e hierarquizar de forma a que a comunicação nesses dias finais possa dar destaque aos temas, incluir agendas e mobilizar o eleitor, dando ao mesmo, confiança, garantias e certezas de forma a que o discurso de valores conservadores ganhe abrangência e profundidade. Não tenham dúvida. Essa é a agenda vencedora. Que o governo tenta resgatar com o risco de mudanças em seus programas, mas que vai muito além disso. E - por isso mesmo - quem governa e não fez..., perdeu a vez. Se não há tempo para pesquisa, vale a intuição de políticos experimentados.
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