1. São Paulo, por seu enorme poder econômico, é sempre o foco da disputa de poder. Desde a Primeira República foi assim, com 3 presidentes paulistas (Prudente de Moraes, Campos Sales, Rodrigues Alves), que na sucessão, com outro paulista, produziu-se um impasse e veio a política do Café com Leite, S. Paulo e Minas. A insistência do presidente Washington Luís, com mais um governador de S. Paulo, precipitou a revolução de 30. Agora mesmo, a dicotomia eleitoral Nordeste-Sul decidiu a eleição e com uma presidente fora de S. Paulo. Na Federação tem sido assim.
2. Mas nos Partidos Políticos também. Nada tão natural. Controlar o seu Partido desde S. Paulo é sempre um objetivo. A proximidade com o poder econômico atrai. Mas às vezes a disputa federativa se transfere à partidária. Nada tão esperado. O primeiro caso já no início da democratização foi com o PDS. Maluf, desde S. Paulo, tenta controlar o partido e ser o candidato a presidente. Veio uma dissidência - a Frente Liberal - decisiva na eleição de Tancredo pelo Congresso e fundamental, por isso, na aceleração do processo de democratização e convocação da Constituinte. Em seguida a Frente liberal se transforma em Partido, o PFL.
3. Na eleição de 1986, o PMDB ganha em quase todos os Estados. Seus presidentes nacionais - Ulysses e depois Quércia - eram naturalmente de SP. A primeira disputa interna foi pela candidatura ao governo de SP. Vence Quércia com Fleury. Em seguida se inicia o processo de ruptura com a criação do PSDB, basicamente um partido paulista. Tasso, prestigiado governador do Ceará, permanece no PMDB e só entra depois. O fortalecimento posterior do PSDB afetou o PMDB, que por talento e habilidade políticos, voltou ao centro do poder, apoiado pela fragilidade parlamentar de Lula.
4. No PT esse processo de disputa de poder para retirar a hegemonia de SP vem se dando a cada convenção partidária. Mas os presidentes do partido foram e continuam sempre sendo de S. Paulo. Com o acesso ao poder e a liderança de Lula, essa disputa perdeu vitalidade. Mas voltará, quando fora do poder.
5. Os movimentos que se veem agora no Democratas são, portanto, perfeitamente previsíveis e politicamente naturais. A luta pelo poder com o controle de S. Paulo já ocorreu e retorna agora. A presidência do PMDB hoje é de S. Paulo. A presidência do PR é de S. Paulo, e a presidência do PP, saiu de S. Paulo em função do enorme desgaste de seu presidente, Paulo Maluf. Bem, e claro, a presidência do PT é de S. Paulo. A presidência do PSDB - formalmente fora de SP - é de fato exercida, desde S. Paulo.
6. Em geral, esta centralização do comando politico, local e nacional em S. Paulo, termina gerando um stress federativo. Melhor seria que a necessária desconcentração fosse administrada em cada partido, e em nível nacional. Aliás, nesse caso, como ocorreu por voluntarismo de Lula em sua escolha para 2010.
7. Mas não é simples, pois na política vale a primeira lei de Newton: "Matéria atrai matéria na razão direta da massa e na razão inversa do quadro da distância". Matéria em política é poder: poder econômico, tantas vezes associado ao poder político. A matéria com maior poder de atração é SP. Estar dentro de SP (inverso do quadro da distância) potencializa esse poder.
2. Mas nos Partidos Políticos também. Nada tão natural. Controlar o seu Partido desde S. Paulo é sempre um objetivo. A proximidade com o poder econômico atrai. Mas às vezes a disputa federativa se transfere à partidária. Nada tão esperado. O primeiro caso já no início da democratização foi com o PDS. Maluf, desde S. Paulo, tenta controlar o partido e ser o candidato a presidente. Veio uma dissidência - a Frente Liberal - decisiva na eleição de Tancredo pelo Congresso e fundamental, por isso, na aceleração do processo de democratização e convocação da Constituinte. Em seguida a Frente liberal se transforma em Partido, o PFL.
3. Na eleição de 1986, o PMDB ganha em quase todos os Estados. Seus presidentes nacionais - Ulysses e depois Quércia - eram naturalmente de SP. A primeira disputa interna foi pela candidatura ao governo de SP. Vence Quércia com Fleury. Em seguida se inicia o processo de ruptura com a criação do PSDB, basicamente um partido paulista. Tasso, prestigiado governador do Ceará, permanece no PMDB e só entra depois. O fortalecimento posterior do PSDB afetou o PMDB, que por talento e habilidade políticos, voltou ao centro do poder, apoiado pela fragilidade parlamentar de Lula.
4. No PT esse processo de disputa de poder para retirar a hegemonia de SP vem se dando a cada convenção partidária. Mas os presidentes do partido foram e continuam sempre sendo de S. Paulo. Com o acesso ao poder e a liderança de Lula, essa disputa perdeu vitalidade. Mas voltará, quando fora do poder.
5. Os movimentos que se veem agora no Democratas são, portanto, perfeitamente previsíveis e politicamente naturais. A luta pelo poder com o controle de S. Paulo já ocorreu e retorna agora. A presidência do PMDB hoje é de S. Paulo. A presidência do PR é de S. Paulo, e a presidência do PP, saiu de S. Paulo em função do enorme desgaste de seu presidente, Paulo Maluf. Bem, e claro, a presidência do PT é de S. Paulo. A presidência do PSDB - formalmente fora de SP - é de fato exercida, desde S. Paulo.
6. Em geral, esta centralização do comando politico, local e nacional em S. Paulo, termina gerando um stress federativo. Melhor seria que a necessária desconcentração fosse administrada em cada partido, e em nível nacional. Aliás, nesse caso, como ocorreu por voluntarismo de Lula em sua escolha para 2010.
7. Mas não é simples, pois na política vale a primeira lei de Newton: "Matéria atrai matéria na razão direta da massa e na razão inversa do quadro da distância". Matéria em política é poder: poder econômico, tantas vezes associado ao poder político. A matéria com maior poder de atração é SP. Estar dentro de SP (inverso do quadro da distância) potencializa esse poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário