"Especialismo é saber-se cada vez mais de cada vez menos até saber-se tudo de nada; do mesmo modo que generalismo é saber-se cada vez menos de cada vez mais, até não se saber nada de tudo." (William James)
segunda-feira, julho 31, 2006
Mais internautas colaborando com o Geraldo
Vídeo de internauta
Com já disse anteriormente, Geraldo Alckmin já pode ser considerado um político revolucionário só pelo fato dele ter inventado a militância voluntária do PSDB.
É impressionante as manifestações voluntárias de pessoas comuns em favor dele. Pessoas que mesmo sem qualquer envolvimento partidário, se enganjaram na luta em eleger o Geraldinho, o novo presidente.
Um internauta, membro da comunidade, do Orkut, Geraldo Alckmin Presidente 45, fez um vídeo onde declara seu apoio a candidatura do PSDB
A produção é modesta, mas o conteúdo do que é dito, é perfeito.
É, enquanto o PT tem seu caixa 2, o PSDB tem a militância expontânea e a esperança dos brasileiros de bem.
Para ver o vídeo, clique aqui.
"Do golpe ao Planalto - Uma vida de repórter"
Na obra, Kotscho coloca a marca do repórter acima da carteirinha do partido, ao narrar a negociação do PT com o PL, que ele presenciou em 2002, no apartamento do ex-deputado Paulo Rocha (PA), onde se plantou a semente do mensalão. A negociação juntou, de um lado, Lula e José Dirceu, e de outro, José Alencar e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Só três anos depois, Kotscho descobriu o móvel principal daquela feroz discussão: R$ 10 milhões. E o pior, é que ele assegura que Lula estava lá, debatendo a “fixação do preço”.
Ricardo Kotscho, que não é filiado ao Partido dos Trabalhadores, acrescentou um pósfácio em que faz duras críticas à corrupção no governo. O jornalista conclui que a corrupção é um “ingrediente trágico em nosso destino”. No livro, cujo objetivo é narrar sua trajetória profissional, Kotscho garante que nos seus dois anos de governo não teve nenhum sinal ou evidência de corrupção. Ele narra que, ao visitar um jornal, em janeiro de 2004, como assessor de imprensa do presidente, recebeu uma saraivada de críticas ao listar as realizações do governo Lula.
Naquele instante, Kotscho desafiou: “Vocês podem falar o que quiserem, mas pelo menos são obrigados a reconhecer que neste governo não tem corrupção”. O assessor só deu azar porque, um mês depois, explodiu o caso Waldomiro Diniz, que foi o estopim de todas as crises que atingiram o governo, com o mensalão, a queda de José Dirceu, o estouro da máfia dos sanguessugas, e, agora, a ainda não explorada Operação Mão de Obra, desbaratada pela Polícia Federal, que denuncia a manipulação de licitações, com um esquema que movimenta mais de meio bilhão de reais com a limpeza terceirizada dos órgãos da União.
Tanta sujeira, junto com a revelação contida no livro, levam a candidata a senadora pelo pequeno Partido Trabalhista Cristão paulista a relançar uma campanha pelo impedimento de Lula, mesmo próximo do período eleitoral. A candidata Ana Prudente considera que a declaração contida no livro de Ricardo Kotscho é o ingrediente final para comprovar que Lula não só sabia desde o começo, mas teve participação ativa na negociação com o PL no processo de cooptação de uma base aliada para o seu governo. Por isso, pretende liderar uma campanha nacional pelo impeachment de Lula.
Lançamento imperdível
O lançamento do livro "Do golpe ao Planalto - Uma vida de repórter" (Companhia das Letras), de Ricardo Kotscho, será hoje, a partir das 19h 30min, no Avenida Club, um bar que tem livraria, na Avenida Pedroso de Moraes, 1036 - Pinheiros/São Paulo).
Independentemente da polêmica que o livro venha a lançar, irritando os petistas na véspera da eleição, a obra de Kotscho sempre tem muito a ensinar, sobretudo aos jornalistas.
Ricardo Kotscho é um dos maiores repórteres brasileiros, com passagens marcantes pelos jornais Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo e Isto é.
Teve sua dura experiência de jornalista “chapa branca” no governo de seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva - com quem se dá desde os tempos das greves operárias do ABC.
No livro, Kotscho revelou que, no passado, teve pressentimentos sobre Lula no poder: O principal era que o presidente, a vida toda habituado a aplausos e elogios, não estivesse psicologicamente preparado para enfrentar uma onda daquele tamanho”.
De mal a pior!
Queda brusca
Levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o embarque de soja em grão nos portos brasileiros aumentou 25,2% no primeiro semestre deste ano em relação a 2005. Mas os dados, extremamente positivos, passam longe do Porto de Paranaguá que, ao contrário dos demais portos, registrou queda de 23,1% no embarque de grãos, em comparação aos primeiros seis meses de 2005.
PSDB compara os governos de Lula e FH em cartilha
Segundo a cartilha - que deve orientar a campanha do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência -, o governo FH ampliou "em mais de 50 vezes" o Programa Saúde da Família, propôs a vacina da gripe para idosos e distribuiu remédios básicos para 107 milhões de pessoas. Além disso, criou os genéricos, reduziu as mortes por aids e a mortalidade infantil. O texto acusa o governo Lula de permitir o aumento da mortalidade infantil nas populações indígenas. Exalta também os mutirões de cirurgias e o aumento dos transplantes.
Sob o lema "a verdade dos números contra o governo da mentira", diz que o governo FH pôs 8,7 milhões de crianças no Bolsa-Escola, atendeu a 809 mil crianças no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e elevou o número de alunos do ensino médio em 77,5%. O texto considera o Fome Zero "uma invenção de marketing". O Plano Real, afirma, teria aumentado o consumo de carne de frango em 86%, suína em 57%, bovina em 35%, o de queijo em 41% e o de iogurte em 82%. Também relata que, em 1994, o Brasil tinha 13,3 milhões de telefones e, em 2002, atingiu 49,4 milhões.
RECORDES
Segundo o texto, os dois governos FH duplicaram, restauraram e modernizaram 1.640 quilômetros de rodovias federais, enquanto o governo Lula teria descuidado da área. "O PT torra nosso dinheiro para empregar os companheiros". A comparação diz que a produção rural "bateu recordes" nos governos FH, passando de 81 milhões de toneladas de grãos para 123,2 milhões ao fim do segundo mandato. E acrescenta que a produção caiu no governo Lula, até chegar a 113,9 milhões de toneladas na safra 2004/2005. O governo Lula, diz, "está sendo considerado a pior praga da agricultura do Brasil". Ao mesmo tempo, afirma que o PT "faz aumentar o conflito no campo".
"O PT deixa o Brasil na lanterna", é a manchete de uma das páginas da cartilha, afirmando que o crescimento acumulado do Brasil sob o governo Lula (7,8%) foi bem menor que o crescimento médio da América Latina (12,9%). "Superou somente o crescimento do Haiti, um país muito pobre, destruído por corrupção e inserido em uma grave crise social", alerta.
Na área do emprego, a cartilha denuncia que aumentou a demissão dos que ganham mais de 3 salários mínimos e que Lula "descumpriu as promessas eleitorais de criar 10 milhões de empregos". E, durante seu governo, fez a dívida pública federal crescer "o dobro" do crescimento nos governos FH - já teria chegado a R$ 1 trilhão. Outra acusação é que os investimentos estrangeiros no Brasil no governo Lula "definharam", assim como caiu o crescimento da produção de petróleo.
Porque vai ser tão bom derrotar Requião - ou: "A vingança é um prato que se serve frio, e se come pelas bordas."
Aconte-se que o apedeuta do Planalto, me tira tanto do sério, que acabo me concentrando e desconstruir a figura dele. Daí, nosso apedeuta ali do Iguaçu, acaba por dormir o sono dos justos.
Isso vai acabar, resolvi conceder-lhe minha atenção e, espaço do meu Blog, para desancá-lo um pouco Governador.
A razão do título acima é clara: "acabar com este velho político, não se trata apenas de uma vitória eleitoral, trata-se de um prazer."
Requião sempre teve um histórico de usar as pessoas para atingir seus objetivos, para logo em seguida simplesmente descartá-las ou pior, traí-las.
A lista de vítimas da ambição sem limites do "Mussoline do Canguiri", só vem crescendo nos últimos anos. As mais recentes vítimas são os militantes do PT do Paraná.
Vocês podem argumentar, que Requião já foi derrotado uma vez. Verdade, mas a eleição de 1998 não conta não, pois, para ser bem sincero, a única coisa que ele perdeu em 98, foi o título de "jamais perdi uma eleição". É lógico, quem tinha algo a perder em 1998, era o então governador Jaime Lerner, ou seja, Requião não perdeu aquela eleição, apenas deixou de se eleger e, continuou seu mandato de Senador.
Em 2002, na minha modesta opinião, Requião elegeu-se, porque iludiu o PT-PR, nisso quem perdeu foi o Povo Paranaense, não o Sen. Alvaro Dias (fico imaginando como ficaria a Liderança da Minoria no Senado sem ele, não, nem gosto de imaginar), que agora parte para não uma tentativa de releição para o Senado, mas para uma recondução tranqüí-la e sem sobressaltos.
Enfim, temos que falar do candidato Osmar Dias, daí fica fácil ver porque Requião já pode ir botando as barbas de molho. Chega a ser covardia, comparar as duas figuras: A retidão, o equilíbrio e bom senso de Osmar Dias e a seja lá o que for, que Requião sempre demonstra na mídia.
Requião agride jornalistas, ofende agricultores, não pensa duas vezes em usar quaisquer armas que ache necessárias para atacar adversários políticos, tanta faz se abaixo ou acima da linha de cintura.
Todavia, ele não poderá dizer uma única palavra desabonadora contra o Sen. Osmar Dias; 1º porque o seu concorrente tem tido uma atuação exemplar no Congresso Nacioal em defesa dos interesses de nosso Estado, bem como do agronegócio; 2º porque Osmar Dias foi secretário da Agricultura de Requião e, ficou na Secretaria enquanto quis, só saindo de lá para disputar uma vaga no Senado em 1994.
Ou seja, aquele estilo venenoso, e para dizer a verdade, mentiroso de fazer política, onde passa o tempo todo criando "factóides" ou, pura e simplesmente, caluniando seu adversário (como bem deve lembrar a família Martinez), não pega no Sen. Osmar Dias. É só ele desandar a levantar dúvidas contra a idoneidade ou capacidade gerencial de Osmar, para as oposições começarem o desfile de testemunhos de competência, abraços cordias e demonstrações de apoio explícito que Requião já deu várias vezes em favor do Sen. Osmar Dias.
Requião tem muito mais rejeição que Dias e, se num 1º turno isso pode não ser um fator decisivo, por causa da pulverização dos votos em vários candidatos, no 2º turno, isso será fatal para ele. Lembrem-se, ele é o atual Governador, a ocorrência 2º turno é uma demonstração clara que a maioria dos paranaenses não aprova o governo dele (até onde sei, ele só tem sido muito aplaudido nos portos de São Francisco, Itajaí e Santos), já que uma eleição, onde um dos candidatos esta ocupando o cargo, tem caráter plesbicitário, ou seja, é a população referendando mais 4 anos para o governo atual, ou trocando de gerente visando uma guinada no modelo de gestão.
Bem, sobre modelo de gestão, minha nossa, nunca um político paranaense comprou tanta briga com o agronegócio. É impressionante a capacidade deste homem, em arrumar inimigos poderosos (atualizando a lista de inimigos poderosos, a maioria do PSDB-PR autênctico).
Bem, a conta vai ser apresentada agora em outubro, e vai ser amarga para Requião, muito amarga. Todas as forças políticas de oposição, no Estado, estarão lado-a-lado, para ver a derrocada de Roberto Requião, então veremos algo impensável, a pouco tempo: pela 1ª vez em 24 anos (1982, eleição de Requião para Dep. Estadual), Requião e seus irmãos, não terão qualquer cargo público.
Espero que os três ainda se lembrem como é trabalhar na iniciativa privada.
Um forte abraço a todos!
PS: Não podemos nos esquecer, que o "Mussoline do Canguiri", sempre pode voltar a comer semente de mamona, e daí, bem deixa pra lá!
DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO DA ESQUERDA
"LUTA DE CLASSES" = Termo amplo que pode significar desde a usurpação de bens privados até o genocídio.
"IMPERIALISTA" = Investidor estrangeiro que gera empregos no país no qual ele aplica seu capital.
"DEMOCRACIA BURGUESA" = A democracia.
"DEMOCRACIA SOCIALISTA" = Ditadura no molde castrista ou stalinista.
"JUSTIÇA SOCIAL" = Injustiça socialista. Ex: desapropriação
"TERRORISMO DE ESTADO DE ISRAEL" = A guerra convencional e legítima de Israel contra grupos como o Hezbollah ou Hamas, estes sim, terroristas.
"MOVIMENTOS SOCIAIS" = Grupos organizados que pregam desde privilégios ou até mesmo, terrorismo.
"LATIFUNDIÁRIO" = O agricultor oou pecuarista que produz alimentos de uma forma infinitamente mais eficaz e rápida do que na agricultura familiar, e com um custo final menor para o consumidor.
"ELITE INTELECTUAL FORMADORA DE OPINIÃO" = Pessoas com exposição na mídia que só falam bobagens marxistas.
"PASTORAL DA TERRA" = Padrecos vermelhos de passeata que têm a cara de pau de dizer que são cristãos.
"A CULPA É DO BUSH" = A culpa é nossa mesmo.
"JOVEM, O AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL" = Estudante de universidade pública federal, membro do DCE, militante do PT,PSOL ou PSTU e que usa camisa do Che Guevara, boina com um bottom de estrela vermelha (ou foice e martelo), vagabundo, sujo, vândalo e quase sempre maconheiro.
"INCLUSÃO SOCIAL" - assistencialismo puro e simples; uma forma de retornar aos bons tempos do Coronelismo, transformando-nos em "teúdos e manteúdos" do Estado. Não pensaram em usar o termo "melhoramento da infra-estrutura dos serviços públicos".
"EXCLUSÃO SOCIAL" - conceito que justifica o processo de Inclusão Social - e que é importante que continue justificando.
"INCLUSÃO DIGITAL" - uma forma de tornar todos nós escravos do processo tecnológico globalizante pela imposição e obrigatoriedade do uso do computador.
"EXCLUSÃO DIGITAL" - conceito pelo qual se entende que todos nós precisamos obrigatoriamente do computador como necessidade básica, e que justifica o processo de Inclusão Digital.
"PRECONCEITO" = Discordar deles .
"ELITE BURGUESA" = Classe média que se mata de trabalhar, paga impostos, só se ferra e tem que ficar feliz porque é privilegiada.
Bem, dei o ponta-pé inicial, agora aceito colaboração dos leitores na ampliação deste "dicionário".
domingo, julho 30, 2006
Lucro dos bancos deve bater recorde
Leandro Modé (fonte: clique aqui)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece finalmente ter-se rendido aos fatos. No discurso de inauguração de seu comitê eleitoral em Brasília, no início da semana passada, ele admitiu que os bancos lucraram bastante durante seu governo. “Banqueiro não tinha por que estar contra o governo, porque os bancos ganharam dinheiro e eu dizia textualmente que eu preferia que os bancos ganhassem dinheiro do que ter de fazer um Proer, como foi feito gastando bilhões e bilhões de reais.” O Proer foi o programa de recuperação de bancos implementado durante o governo Fernando Henrique Cardoso, que, segundo alguns estudos, consumiu mais de R$ 20 bilhões.
Desde que Lula assumiu a presidência, os balanços das instituições financeiras têm revelado lucro recorde atrás de lucro recorde. A história deve repetir-se nas próximas semanas, com a divulgação da safra de resultados relativos ao segundo trimestre de 2006.
Com exceção do grupo Santander Banespa, que anunciou seus números quinta-feira, os outros gigantes privados publicarão balanços a partir desta semana. O lucro do banco espanhol, aliás, caiu 53% em relação a igual período de
A agenda continua com o Itaú, na terça-feira. Na segunda-feira que vem, dia 7, será a vez do Bradesco. O resultado do Unibanco sai no dia 10 e o do HSBC, após o dia 15 - o balanço mundial da instituição inglesa será publicado amanhã. Entre os maiores privados do País, apenas o ABN Real ainda não tem a data de divulgação definida - assim como o HSBC, os números mundiais saem amanhã.
Maria Laura Pessoa, analista da Fator Corretora, publicou um relatório em que projeta os resultados trimestrais dos três maiores bancos privados. No caso do Bradesco, ela espera que o lucro líquido alcance R$ 1,59 bilhão, 12,3% a mais do que em igual período de 2005. Para o Itaú, a estimativa é de ganho líquido de R$ 1,53 bilhão, 14,6% superior ao do primeiro trimestre do ano passado. O lucro projetado para o Unibanco é de R$ 532,1 milhões, 17,8% maior que o do mesmo período de 2005. “Os números continuarão fortes”, resumiu ela.
Relatórios da Unibanco Corretora e do banco suíço UBS obtidos pelo Estado vão na mesma linha. Ambos projetam resultados de 10% a 20% superiores aos do ano passado. De acordo com analistas que acompanham o dia-a-dia do setor, a tendência é de que os ganhos continuem
Segundo Daniel Araújo, analista da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, atualmente os retornos no Brasil estão entre os maiores do mundo. Por aqui, o indicador que mede a relação entre lucro e ativo total médio está na casa de 3%. No resto do planeta, oscila de 1% a 2%. “O Itaú tem rentabilidade três vezes maior que um banco de varejo de país desenvolvido”, exemplificou.
Araújo explicou que esse panorama tende a mudar por causa da provável queda dos juros no País para níveis “civilizados”. Hoje, segundo ele, as taxas elevadas encobrem ineficiências das instituições - todas carregam muitos títulos públicos na carteira e ganham dinheiro sem esforço.
Não é à toa que todas têm expandido seus empréstimos, principalmente para pessoas físicas e pequenas e médias empresas. Nesses segmentos, os retornos são altos, o que compensa o risco também maior. Neste ponto, o desafio é manter a qualidade da carteira de crédito.
Por enquanto, os analistas dizem que os bancões têm sido bem sucedidos na empreitada. “Eles aprenderam com a história”, disse Maria Laura, referindo-se aos problemas que muitos enfrentaram após o boom de consumo que se seguiu ao Plano Real e culminou com a quebra de instituições como o Bamerindus.
Amorim espalha franquias do MST
O principal ponto de encontro de Boa Vista, a capital de Roraima, é uma plataforma com quiosques construída às margens do Rio Branco, a Orla Taumanan. Na semana passada, não se falava de outra coisa por ali: o MST chegou. Depois de se alastrar por 23 Estados, o Movimento dos Sem-Terra iniciou sua aventura amazônica levando cerca de 200 famílias para invadir, no domingo passado, um naco de terra a 30 quilômetros da cidade. Não houve confusão, mas, por via das dúvidas, todo mundo queria saber se poderia estourar um quebra-quebra. Nos bastidores do burburinho, estava Jaime Amorim (foto acima) - percorrendo as redondezas em uma moto vermelha com a diligência de quem inspeciona a implantação de uma nova franquia de multinacional.
Amorim tem 45 anos. É hoje o integrante da direção nacional do MST com maior importância no xadrez expansionista do movimento porque, nos últimos 19 anos, dedicou cada minuto de sua vida à organização de invasões em todos os Estados do Nordeste - e agora começa a avançar pelo Norte. É também uma de suas faces públicas mais radicais. Foi visto nos últimos tempos liderando saques em cidades de Pernambuco; protagonizando confrontos com a polícia que resultaram na morte de um militante; ou soltando frases alucinadas que costuma definir como parte de um "método agitativo" para "despertar as massas".
Alguns exemplos: em Roraima, chegou anunciando que estava ali para "frear o agronegócio". Quando soube do choro de uma cientista que participava das pesquisas desenvolvidas pela Monsanto e destruídas pelo MST, saiu-se com essa: "Se ela fosse séria, não teria se vendido a uma multinacional." E no 2º Forum Social Brasileiro, há dois meses, anunciou: "Não vamos deixar nenhum latifundiário em paz. Ele pode estar em sua casa de praia, mas não vai dormir sossegado, ligando para o caseiro para ver se o cadeado da porteira ainda não foi quebrado."
"PAI, VOCÊ INVADE TERRAS?"
O incendiário líder sem-terra que desbravou a banda de cima do País é torcedor do Corinthians, gosta de ler Jorge Amado e de ouvir músicas de Zé Ramalho. Mas não tem vida além do movimento e de seu ideário.
É casado com Rubineusa, uma educadora baiana também militante do MST. Tem três filhos. O mais velho, de 17 anos, chama-se Raul, em homenagem a Raul Seixas. O segundo, de 10 anos, foi batizado como Marcos, em referência ao zapatista Subcomandante Marcos. E a caçula, de 9 anos, recebeu o nome de Rosa, por causa da mãe de Amorim - e da revolucionária Rosa Luxemburgo.
Amorim mora em Caruaru, em Pernambuco, onde montou o quartel-general do MST para toda a região. Ganha um salário de R$ 600 por mês, há meses em que precisa de ajuda para pagar o aluguel da casa onde mora e recentemente começou a plantar abacaxi, mandioca e macaxeira em um lote de um assentamento para "não perder o contato com a terra".
Quando está em casa, vez por outra convive com o peso de suas convicções. Dia desses, o filho de 10 anos voltou da escola injuriado porque foi xingado pelos colegas: "Pai, é verdade que você invade as terras dos outros?", perguntou. "Expliquei a ele a importância do movimento", conta o dirigente.
O comandante sem-terra também faz seus pequenos boicotes pessoais. Não compra roupas de marca, evita entrar em shopping centers e até usa calça jeans, mas apenas as compradas em feiras livres. Quando está na estrada, nunca abastece o carro em postos Shell ou Texaco. "Pra que, se temos aqui a Petrobrás?" O anticapitalismo levado para a vida comezinha só não resiste à Coca-Cola. "É imperialismo... Mas a bicha é boa, né?"
CABEÇA NO TRAVESSEIRO
Homem importante na hierarquia de um movimento que costuma disseminar a tese de que não há personalismos em sua estrutura, Amorim costuma definir sua atuação com discrição.
"Não existe isso de pessoas muito importantes no MST. Nosso movimento é feito pelas bases", diz. Mas ninguém precisa acreditar nisso. Ele é um dos figurões do Movimento dos Sem-Terra desde a sua fundação, em 1985.
Jaime Amorim é o filho do meio entre os dez de um casal de pequenos agricultores do município de Guaramirim, em Santa Catarina. Freqüentou escola pública e fez faculdade de Pedagogia em Joinville. Teve uma breve passagem pelas Forças Armadas - experiência da qual fala pouco, mas que lhe rendeu uma tatuagem no braço direito que mostra uma caveira e uma cobra entrelaçadas. Depois começou a freqüentar comunidades eclesiais de base e se juntou aos fundadores do MST.
Assim que o movimento foi criado, no norte de Santa Catarina, recebeu a missão de implantá-lo no sul do Estado. Dois anos depois, em 1987, veio o chamado: largar tudo e levar o movimento para o Nordeste. "Tinha 27 anos e fiquei várias noites sem dormir, com a cabeça no travesseiro. Até que aceitei", lembra. Os pais de Amorim não entenderam direito o que ele ia fazer, mas acharam bom vê-lo longe da roça. A primeira parada foi na Bahia. Depois, morou dois anos em Maceió e chegou a Pernambuco em 1992.
De sua base em Caruaru, Amorim depurou maneiras de adaptar a tecnologia de invasões usada no Sul do País ao Nordeste. Acha que se deu bem, em primeiro lugar, porque é de Santa Catarina. "Os gaúchos que vieram queriam impor sua maneira de ver as coisas e acabaram voltando logo. Os catarinas são mais maleáveis." Hoje ele é o detentor de uma espécie de kit MST, usado da metade do País para cima. Na semana passada, com sua chegada a Roraima, era possível ver de perto como fazer invasões, em algumas breves lições.
COMO FAZER UMA INVASÃO
Amorim gosta de filosofar em torno do ato de "cortar a cerca" de uma propriedade. "É um ato capaz de mudar a cabeça de um homem em segundos." Nos Estados do Nordeste e do Norte, as propriedades que terão seus arames arrebentados são escolhidas, no geral, pelo próprio Amorim. Ele fuça na internet as estatísticas sobre o lugar onde pretende fincar a bandeira vermelha do movimento, pega livros, abre mapas e, em seguida, vai até o lugar. Esteve três vezes em Roraima, antes de definir o local que seria invadido. Escolheu uma fazenda que pertenceu ao banco Bamerindus, foi desapropriada pelo Incra e já abriga um projeto de assentamento - para não arrumar brigas feias logo na chegada ao Estado.
Em seguida, deixou na cidade dois militantes que tinham a missão de cadastrar pessoas interessadas em um pedaço de terra e explicar as regras dos acampamentos. De acordo com o movimento, 200 famílias toparam e entraram no cadastro inicial.
Um número menor apareceu na hora da invasão. Já dentro do acampamento, os sem-terra foram distribuídos em grupos de trabalho. Alguns cavavam fossas para servir como banheiro, outros buscavam lenha, mais alguns construíam barracos - e a orientação é fazer o maior número possível de construções, para dar visibilidade ao acampamento.
Amorim estendeu uma rede com mosquiteiro no meio do galpão principal, cozinhou, tomou banho em um igarapé junto com os homens acampados. Na quarta-feira, ficou acordado durante a madrugada para fazer a vigilância do acampamento. Tudo para marcar presença, mas também para garantir uma espécie de padrão de qualidade das invasões com a marca MST.
SAQUES "BONITOS"
A chegada do MST a Roraima foi tão pacífica que os acampados ficaram ao lado de um batalhão do Exército. Até mesmo um coronel da Abin, Gelio Fregapani, passou por lá para fazer uma visita. "Preciso mandar informações para Brasília." Foi um caso raro. Na maioria das vezes, a chegada do MST é rodeada de tensão permanente. Pelas lentes de Amorim, isso acontece porque há casos em que "só uma boa pressão resolve".
Arregimentar pessoas dispostas a ganhar um pedaço de terra e depois encorajá-las a entrar em situações em que o limite entre a pressão e a bandidagem não pode ser visto a olho nu, no manual do invasor elaborado por Amorim, está na lista dos fins que justificam os meios. Pela seguinte lógica: "Os saques a caminhões e mercadinhos feitos em Pernambuco foram um dos momentos mais bonitos do MST... Havia 3 mil famílias acampadas e passando fome, falando em fazer saques. Ou a gente dizia que elas tinham sido derrotadas e deviam ir embora ou entendia o sentimento e as necessidades da base. Essa é a diferença entre ser dirigente e militante. Fizemos os saques, mas depois ninguém ali transformou essa ação política em atitude individual e virou saqueador. Deu para entender?"
Como, na prática, ações políticas e atitudes individuais causam o mesmo efeito, o burburinho criado pela chegada do MST à Orla Taumanam até que não era receio infundado. Como já dizia Amorim, "uma pressão sempre pode acontecer".
Dom Eusébio detona Lula e Heloísa Helena
Paulo Barcellos
Sem usar reticências, o cardeal Eusébio Oscar Scheid não restringe os momentos de pregação e reflexão a missas e outras cerimônias religiosas. O arcebispo do Rio de Janeiro ultrapassa os limites da igreja e do altar para ir de encontro ao povo. Seja católico ou não. Em ano de eleição, ainda mais depois de uma série de escândalos detonados em Brasília, a atuação do prelado não poderia ser diferente: por meio de uma espécie de cartilha (Scheid faz restrições ao termo, mas não encontrou definição melhor), intitulada Voto consciente, leva o seu pensamento a comunidades e paróquias do Rio. Objetivo: preparar melhor o eleitor para a escolha dos candidatos. É tarefa árdua, que enfrenta problemas como o analfabetismo, o desconhecimento político e a descrença no sistema eleitoral brasileiro. Mas nada que desanime o pastor que veio de Santa Catarina. Pelo contrário. A cada pergunta sobre política, apresenta-se mais fiel às suas crenças: Não se pode votar em candidatos desconhecidos. Só porque foi sindicalista, foi (dito com ênfase e repetidas vezes) trabalhador e sabe falar em palanques, não significa um bom candidato. Parece que o político bom é aquele que está na frente, seja com que princípio ético e moral for. Não é assim – alertou, em um fim de tarde, na sua sala, no Edifício João Paulo II, na Glória. Eusébio Oscar Scheid: Aos 73 anos, nasceu em Joaçaba, Santa Catarina. Foi ordenado padre em 1960 e nomeado arcebispo de Florianópolis em 1991. À frente da arquidiocese do Rio de Janeiro desde 2001, o religioso é conhecido por uma personalidade forte, às vezes polêmica.
Quais as expectativas para as eleições em meio à forte crise moral e institucional do Congresso?
Sabemos que a situação é conturbada. No Brasil, os fatores de conturbação estão especialmente em âmbito social. Não foram cumpridas promessas, a não ser as que favoreciam a ressonância política. O que me parece mais difícil são certas premissas subjacentes ao que se quer apresentar. Por exemplo, a própria corrupção que ocupou e ainda ocupa tanto tempo na discussão das diversas CPIs. Nesse processo, o voto é secreto e o parlamentar não mostra sua verdadeira fisionomia. É um dos males graves.
Seria uma forma de distanciar os eleitores dos candidatos que elegeram? Passar por uma situação dessas e pessoas serem novamente apresentadas como candidatos parece até uma ofensa ao eleitorado.
Se as pessoas cometeram atos completamente contrários à ética, como podem ser reapresentadas? Essa é uma situação de fundo que torna praticamente impossível qualquer eleição mais consciente.
O que fazer para ampliar a consciência?
A nossa arquidiocese apresenta uma síntese para ajudar o voto consciente. O ponto de partida é a estrada para a paz. No Brasil temos uma situação insustentável, com dois poderes paralelos: um ataca o outro, e o outro tem medo do um. Já nem sei mais como vamos caminhar com liberdade. O pior mal que existe é a falta de formação política. Não há muito tempo para um aprendizado mais profundo. O meu grande desejo é criar escolas de formação política em três níveis: popular, médio e superior.
Quais os aspectos que os eleitores devem levar em conta antes de decidir o voto?
O povo deve saber da história dos candidatos, em que se baseia sua condição política. A vida do candidato é muito importante. É preciso examinar o partido. Por que, se ele tiver princípios que não são aceitáveis, o candidato também não os terá. Um dos grandes problemas dos partidos é que não há uma política clara, bem definida.
A grande quantidade de legendas no Brasil provoca uma crise de representatividade? Os partidos, até por meio de sobrevivência, não acabam tendo a identidade abalada e até corrompida?
Os países mais avançados em seriedade partidária têm poucos partidos. O número partidário gera confusão. Delimitar uma filosofia, uma didática das propostas para cada partido é muito questionável. Precisa ser um artista ou um grande pensador para conseguir fazer uma síntese. Há um partido – que não vou citar – que seria o ideal, mas ainda é muito pequeno no Brasil.
Muitos candidatos mudam de legenda logo depois de assumirem o cargo. O senhor acredita que o partido ainda decida o voto?
Se um partido trai princípios fundamentais, como o respeito à vida, é digno que o político troque de legenda. Se o ex-deputado Hélio Bicudo e o ex-governador Franco Montoro, por exemplo, trocaram de partido, é porque eles tinham razões muito graves. E eu também não ficaria num partido desses. A possibilidade de se poder contestar saindo de um partido, desde que não seja para outro pior, é saudável.
O troca-troca de partido estimula um voto mais personalista? Como justificar a liderança do presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto, mesmo depois dos escândalos envolvendo o PT?
Há duas possibilidades: ou Lula não vive o que o partido quer, ou o partido é completamente nulo para ele, algo que não é admissível. Parece uma grande palhaçada. Prefiro optar pela segunda teoria. É como estar no meio da chuva sem se molhar. Parece que tem uma capa impermeável que o torna imune a todas as coisas. Estou criticando, quero deixar claro, toda a situação não esse ou aquele político específico.
O que representaria a reeleição do Lula?
Penso que o PT intentava quase uma ditadura partidária. Todos os postos estavam ocupados por pessoas do PT. Competentes ou incompetentes, estavam lá. É claro que se essa situação continuar vai ser impossível sustentá-la.
A ascensão da ex-petista Heloísa Helena (PSOL-AL) na corrida presidencial é um sinal de descrença em relação ao PT?
É uma nova ilusão. Como foi o Lula. Dizem que ela vai dar jeito. É o mito do salvador da pátria. Tem ainda um apelo feminista no meio. Ela é respeitada nas suas posições. Mas não tenho dados objetivos para julgar.
A desilusão com a política aumenta os votos nulos?
Sei que há uma grande decepção pelo que houve na corrupção, porque o PT se apresentava como o partido da honestidade e da ética e provou bem que era aético de maneira escandalosa, embora alguns não queiram ver isso, acham tudo jogo político.
Mas a religião também está presente no jogo político, não?
Religião não é política. Mas política contra religião ou atéia não é política também. Mas não se pode jamais confundir – e há partidos que confundem – e fazer da religião um trampolim de lance político e vender o sagrado. Fazem um mercado do sagrado como proposta política. Isto é crime contra a consciência.
Então o senhor é contra a candidatura de religiosos?
Quem é bispo ou pastor, se for realmente um chamado de Deus, e não só uma proposta para se encontrar ocupação de vida. Isso é mais que suficiente para cumprir sua missão, não precisa de cargo político. Dá uma confusão de trabalhos que vai terminar numa balbúrdia.
Mas a confusão também é oriunda do fato de parlamentares serem grandes empresários ou terem influência direta em estatais, não? Esse não seria um dos incentivos à corrupção?
O perigo é que a corrupção está cheirando a um cataclisma cada vez maior. E perpetuar o poder e a situação disso tudo é perda de perspectiva. E, quando o povo perde a perspectiva, tende a ser reivindicativo pelas próprias forças. Não dá para entender como o Brasil chegou a esse grau de violência, de pânico, de medo, sem culpar o governo. E não é só o governo estadual ou local, é o governo federal como responsável pelo todo. Os legisladores e o Executivo ficam em discussões balofas enquanto o problema fundamental não é atingido.
Em síntese, como encarar a situação pré-eleitoral brasileira?
Temos uma situação bem clara. Duas posições: ou você opta por aquilo que lhe interessa ou você quer realmente melhorar a situação. Um candidato tem toda uma demagogia popular e também populista. O outro luta com princípios que são realmente válidos e serão de grande utilidade para o país. Aí está o binômio da dúvida na votação a que estamos obrigados.
Fonte: Jornal do Brasil, domingo, 30 de julho de 2006
UM ASSALTO AO AGRONEGÓCIO
Depois de quase quatro anos de conflitos, os líderes do inutilíssimo Ministério do Desenvolvimento Agrário ganharam a parada contra as pessoas mais sensatas do Ministério da Agricultura. O governo já decidiu rever os índices de produtividade que servem de critério para os processos de desapropriação de terras. Os índices propostos são absurdos e servirão como potente munição para quem estiver empenhado em espalhar insegurança no campo, onde já grassa uma crise de proporções inéditas.
Os números contidos na Portaria Interministerial divulgada pelo jornal Valor foram calculados precisamente para favorecer o MST e organizações semelhantes. O presidente da República sabe disso. Se não tivesse consciência do que representam os índices propostos, não deixaria para depois das eleições a sua publicação. Não há outra explicação para o adiamento, além do temor das conseqüências de mais esse ato de irresponsabilidade.
A revisão daqueles números é duplamente desastrosa. Em primeiro lugar, porque os novos índices vão representar um risco permanente para os proprietários que efetivamente produzem. Os níveis de produtividade propostos são muito próximos das médias do período 1999- 2004. O rendimento mínimo proposto para a cana-de-açúcar em São Paulo, Paraná e Alagoas corresponde a 75, 70 e 60 toneladas por hectare, respectivamente. Naqueles anos, as médias foram de 75,6 toneladas para os dois primeiros Estados e de 59,5 para o terceiro.
O mesmo ocorre nos casos da soja, do milho e do algodão. Vejamos o caso da soja, por exemplo. Os produtores de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás colheram em média, naqueles anos, 2.767, 2.613, 1.813 e 2.456 quilos por hectare. Os índices propostos são 2.500, 2.500, 1.700 e 2.400, praticamente sem margem de diferença.
Quem terá disposição para investir numa atividade arriscada como a lavoura, se tiver de trabalhar com os bandos do MST e seus amigos do Incra à espreita, o tempo todo, para aproveitar qualquer mínima redução de produtividade que possa ocorrer? Só uma pessoa absolutamente ingênua pode imaginar que os novos índices tenham sido propostos de boa-fé, como critérios para redistribuição de terras improdutivas em nome do interesse social.
Se é preciso ser ingênuo para acreditar nisso, é indispensável ser desprovido de qualquer sinal de bom senso para admitir que a transferência da propriedade, nesses casos, possa resultar em aumento de eficiência na agricultura. Talvez alguns conselheiros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, notoriamente desprovidos de luzes, possam admitir essa hipótese. Mas será que o presidente acredita nessa barbaridade? Imaginar que ele possa cair num conto-do-vigário tão rudimentar é assustador. No entanto, ele já cometeu equívocos de calibre semelhante, especialmente na política externa, até agora um rosário de fracassos. Mas a hipótese contrária é igualmente preocupante: se não acredita, por que se dispõe a sustentar politicamente essa aventura?
Isto remete ao segundo ponto: a própria idéia da reforma agrária, tal como sustentada pelo governo brasileiro, é um enorme equívoco. A agricultura é uma atividade profissional extremamente sofisticada. Exige competência, esforço, disposição para o risco e capacidade para absorver e aplicar inovações - além de recursos financeiros. É um negócio competitivo e não se pode mantê-lo distante dos padrões internacionais, a menos que se queira fazer da terra um instrumento de assistencialismo e clientelismo, do tipo bolsa-família.
Se isso ocorrer, toda a economia brasileira será prejudicada. Não serão atingidos, como pensam os menos informados, somente os atuais proprietários. Se insistir nessa irresponsabilidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva porá em risco um dos principais trunfos comerciais do Brasil, tornará a economia mais vulnerável a choques externos e, de quebra, comprometerá a estabilidade de preços de alimentos, que é favorecida não por incompetentes e amadores, mas por produtores eficientes, sejam grandes ou pequenos proprietários.
PRESIDENTE, VÁ SE DANAR, VÁ! - por Adriana Vandoni
No texto eu dizia que Lula, com sua postura tola e incapaz diante dos crimes cometidos por seus amigos, insultava o povo brasileiro que é honesto e trabalhador. Alguns leitores, mesmo admitindo a irresistível vontade de mandar o Presidente se danar, questionavam a honestidade do brasileiro.
Cheguei até a me questionar também. Será que ficamos assim estarrecidos, por ver nesses corruptos nossos próprios alter egos e pecados, apenas em uma escala maior? Hoje eu discordo desses leitores. Não, o brasileiro não é corrupto. Estamos passivos, acomodados e alguns até acovardados, não por simplesmente sermos assim, mas por nos vermos desprovidos da Justiça que nos garanta a cidadania.
A maioria do nosso povo tem honestidade e caráter, mesmo que receba “belos” exemplos de sordidez, descaso e deboche para encobrir provas escancaradas de desvio do dinheiro público, enquanto Lula, no mínimo como apedeuta, diz não saber nada de nada. Não estávamos preparados para tanta hediondez.
Hoje, um ano depois, quanta coisa aconteceu?
Naquela época eu me referia às benesses que o filho do Presidente havia recebido. Hoje o Congresso Nacional está emporcalhado, e enquanto isso era realizado, Lula, feliz como um pintinho no lixo, tentava se posicionar como estadista em viagens ao mundo. Mostrou-se um estadista de Mierda, um mercador de Congressos.
Dentre os sonhos utópicos e perdidos pela esquerda, a maior herança deste governo será a perda da noção da Ética. Os antes guardiões da ética se mostraram verdadeiros bandidos. Ninguém acredita mais em ninguém. A impunidade impera e a autoridade acabou.
Os bandidos comuns, aqueles que ainda vão presos, mandam mais que o Presidente da República. Marcola, um traficante, administra o Brasil de dentro da cadeia e tem poder de decisão maior que Lula. Ah, mas a prioridade de Lula, nos discursos, são escolas e não a segurança que é uma conseqüência da educação. Uma mentira! Lula mente quando diz preferir escolas.
Ele vai deixar de repassar R$ 400 milhões aos estados, destinados à educação básica, porque o seu Congresso, envolto em falcatruas ordenadas de dentro do Palácio do Planalto, não conseguiu votar o novo Fundo de Educação Básica. E o crédito extraordinário de R$ 200 milhões para remendar a situação de crise do sistema de segurança pública, bagunçado por Marcola - o competente -, não teve um centavo sequer empenhado ou gasto até agora. Isso porque o Presidente determinou a liberação desse recurso no dia 13 de julho deste ano.
Deu pra perceber que em termos de competência Marcola dá de dez no Presidente.
Vários leitores me perguntaram se eu tinha enviado o artigo ao Lula. Bem, até deveria, mas pra que mandar a ele? Falta-lhe um mínimo de consciência moral, embora seus discursos digam o contrário.
Agora a campanha recomeça e Lula mais uma vez quer ser presidente, com cabos eleitorais fortes. Na sexta-feira Hugo Chávez, em uma reunião do Mercosul, ao fazer o seu pronunciamento declarou “voto” a Lula e arrematou com um: “Garra, Lula, garra!”. Depois, meio que tentando se explicar pela estupidez, disse: “Precisamos continuar com esse projeto”. Qual projeto Lula tem?
Ser capacho do comandante Chávez, que entra e intromete na nossa política, enquanto briga com Bush por querer fazer o mesmo com a Venezuela? Hipócrita! Qual projeto presidente? Responda! Deixar-se desmoralizar pela Venezuela e Bolívia? Que projeto é esse? É apenas um marionete ou sabe qual é esse projeto?
Ah!, quer saber? Vá se danar, Presidente, mas não vá sozinho, leve seu comandante junto, que de comandante e gerentão estamos cheios, mas deixe-nos construir uma nação antes que percamos até a vergonha na cara.
O que nenhum canal de TV mostrou ou: QUE MICO HEIN PRESIDENTE!!!
Quem flagrou o lance foi um fotógrafo amador que não conseguia dizer o próprio nome de tanto que ria.
sábado, julho 29, 2006
PORQUE PETISTA NÃO ESTA MAIS USANDO O VERMELHO???
COR SÍMBOLO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES, TÃO ASSOCIADA COM O PT DESDE A SUA FUNDAÇÃO ATÉ OS DIAS DE HOJE, ELA NÃO ESTA MAIS SENDO USADA PELOS CANDIDATOS(AS)! PORQUE?
O motivo é o PT estar muito associado à corrupção e, assim, a campanha do Lula se dissocia do partido. Faz sentido. Por outro lado, dá a chance para todos os anti-petistas dizerem: "Fica vermelho, partido sem-vergonha!".
Vergonha! A mesma que eles não têm - mas deveriam - de continuar apoiando o apedeuta e seus "companheiros". Na verdade, estão tentando esconder (por uns tempos, é claro tudo o que lembre o partido dos ladrões para não atrapalhar a campanha do seu líder. Como se o "chefe" não fizesse parte da corja corrupta. A fase "paz e amor" já não engana ninguém a não ser aqueles que acreditam em duendes.
Eles gostam é de aproveitar até o ultimo momento! Já que ele usam as cores do PSDB, porque não adotam (ou copiam também) o número?
MERCOSUL VAI MONITORAR AS ELEIÇÕES NO BRASIL
A informação foi dada nesta sexta-feira pelo presidente da Comissão de Representantes do Mercosul, Carlos Chacho Alvarez (foto), em Buenos Aires.
Acontece, que Chacho é antigo companheiro do mulla e do pt. Outro, muito entusiasmado com esta história de Monitorar as eleições no nosso país é o Chávez.
Isto sim, é que é deixar o galinheiro na supervisão da raposa. Um ditador que ganhou uma eleição na qual mais de 75% dos eleitores não votou, e que pretende permanecer no cargo até 2030, falando de monitorar as eleições no Brasil?
Venha ler o material completo no Blog do Movimento da Ordem e vigília: (clique aqui).
ALVARO DIAS TAMBÉM REBATE CRÍTICAS DE LULA AO CONGRESSO
sexta-feira, julho 28, 2006
Agora Chávez quer os temidos mísseis norte-coreanos
A Coréia do Norte provocou uma crise internacional pelo iminente lançamento de um míssil intercontinental pondo em perigo a segurança mundial. A plataforma de lançamento está pronta para lançar o míssil Taepodong-2 que mede 35 metros com um alcance de 15.000 kilômetros, podendo chegar à costa oeste dos Estados Unidos e podendo impactar no Alaska ou Califórnia, devastar a Coréia do Sul, o Japão ou Taiwan, pondo em perigo a vida de mais de 18 milhões de pessoas. Os serviços de inteligência do Japão e da Coréia do Sul conseguiram corroborar que Pyongyang completou a injeção de combustível no míssil e que podem ter construído, clandestinamente, 20 mísseis nucleares. Condoleezza Rice, secretária de Estado dos Estados Unidos, considerou o assunto como uma “grave provocação” e o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, anunciou que Tókio tomaria “medidas drásticas e duras” se o lançamento se realizar. Pyongyang já havia provocado uma comoção internacional quando em 1998 lançou o Taepodong-1, míssil de longo alcance de uns 2.000 km., que sobrevoou o Japão e caiu no Oceano Pacífico. Apesar das ameaças, o lançamento parece iminente já que as imagens de satélites mostraram que o míssil está pronto para ser lançado e uma vez carregado de combustível, é difícil e muito perigoso extraí-lo. De modo que, uma vez enchido o combustível, o míssil tem que ser lançado. Entretanto, uma frente de tormenta impediu o lançamento, fato que dificultaria realizar os procedimentos de seguimento ao foguete uma vez lançado. Em conseqüência, Washington declarou-se em “alerta máximo”. O assunto é de tal gravidade que, segundo a CNN, oficiais de defesa dos Estados Unidos confirmaram ao Washington Times que o Pentágono já ativou o sistema de defesa anti-mísseis nucleares, que esteve inativo por anos, como medida de precaução e segurança, passando de “test mode” para “operacional”. Por outro lado, as tensões do programa nuclear do Irã pareceram diminuir e com isso o preço do petróleo, que se mantém numa variação entre 68-72 dólares. Ao contrário da Coréia do Norte, o Irã insiste que seu programa nuclear busca produzir energia e não a fabricação de armas nucleares. O Irã continua estudando a proposta ocidental e prepara uma resposta. Na Venezuela, o presidente Chávez anunciou um novo giro internacional antes de setembro à Rússia, Irã, China, Vietnã e Coréia do Norte. Segundo informação privilegiada revelada pela jornalista Jurate Rosales, “a viagem de Chávez à Coréia do Norte agitará o vespeiro porque a Venezuela deseja comprar foguetes intercontinentais de longo alcance. Representantes do governo venezuelano já realizaram mais de 8 viagens à Coréia do Norte para negociar a compra de tais mísseis”. Com isso, a Venezuela instalaria plataformas nucleares próprias, satisfazendo os sonhos delirantes e senis de Fidel Castro, conformando um bloco nuclear com o “eixo do mal” Coréia do Norte-Irã, pondo em grave perigo a paz do mundo.
Tradução: Graça Salgueiro
Trecho do 'Conversa Afiada'
Mailson da Nóbrega: reservas vão superar dívida. Para ouvir o áudio (clique aqui), aqui, em itálico, vai um trecho sobre o que disse este "brilhante" economista: Pela primeira vez na Historia, o Brasil deixará ser devedor para se tornar credor do mundo. Isso vai acontecer até o fim deste ano, com a política do Tesouro Nacional de comprar títulos da divida externa. Quem fez essa observação foi Maílson da Nóbrega, em entrevista a Paulo Henrique Amorim. Maílson da Nóbrega foi Ministro da Fazenda e é sócio da Tendências Consultoria. Nesta segunda, dia 5, o Tesouro Nacional anunciou que vai comprar US$ 4 bilhões em títulos da dívida externa. Por isso, o risco-país do Brasil caiu 5% (para 261 pontos) e o dólar caiu 0,8% (para R$ 2,25). Nóbrega calcula que, com essa política do Tesouro Nacional, no fim do ano o Brasil terá em caixa US$ 60 bilhões de reservas, contra uma dívida de US$ 50 bilhões. "Isso é uma completa novidade. O Brasil nunca foi credor do mundo. Sempre foi devedor", disse Nóbrega. No fim do ano, a divida externa brasileira deverá não ser mais do que 15% do PIB -ou seja, a divida externa, que levou à quebra do Brasil nos anos 80, não é mais problema. É tanta novidade que, lembra Nóbrega, "o Brasil já nasceu endividado - uma das condições para Portugal reconhecer a nossa Independência foi assumirmos uma dívida de 2 milhões de libras", disse o economista. A recompra faz parte de um programa cujo valor total alcançará US$ 20 bilhões. "Somos um país que está reduzindo dramaticamente a vulnerabilidade externa", afirmou o ex-ministro. Não foi à toa que os mercados financeiros internacionais "responderam rapidamente", como demonstram a queda do risco-país e do dólar. Para Mailson, a redução progressiva da divida mostra que o Tesouro adquiriu capacidade de operar "com muita competência; mostrou que o Brasil é um país sério". E a recompra não poderia ter vindo numa hora mais apropriada: numa hora de turbulência nos mercados internacionais, a medida, segundo Nóbrega, reduz a volatilidade dos títulos brasileiros mais negociados.
É muito "çabido" esse governo, enquanto paga uma dívida barata (a juros anuias baixíssimos na casa de 6% +/-) para "inglês ver", estoura a dívida interna que já ultrapassou a os UM TRILHÃO DE REAIS que custa muitíssimo mais já que paga juros "brasileiros". É mais ou menos você comprar um carro em 36 vezes com juros de 1,9% e quitar o carnê com o cheque especial que cobra 10% de juros ao mês, só para dizer que o seu carro tá quitado.... negócião né?? E tem mais , enquanto o mundo cresceu como nunca o brasil amarga um crescimento medíocre, só superior ao do Haiti, e caso esse bando tivesse competência, o Brasil teria acompanhado esta tendência e estaria em situação muito mais favoráel. Este "Sr." é um mentiroso contumaz. Já que disse 2 mentiras. Uma pior que a outra. A primeira mentira é que o Brasil vai deixar de ser devedor pra ser credor. O que vai acontecer é que o total das reservas brasileiras vai superar a dívida EXTERNA. Agora isso não quer dizer que o Brasil vai deixar de ser devedor, pois apesar de ter recursos, o país não vai pagar a dívida, visto que fica muito mais em conta, continuar administrando-a pagando juros baixissimos. A segunda mentira, e essa BEM maldosa, é a afirmação de que essa é a primeira vez na história que isso acontece. Em 1997 e 1998, o Brasil teve mais reserva que dívida EXTERNA também. E como os caros colegas já disseram, o que adianta diminuir a dívida externa pra aumentar ENORMEMENTE a dívida interna, se a ultima tem juros BEM mais elevados que a da primeira. Só mesmo pra fazer propaganda. Como bem afirmou uma propaganda da W/Brasil para a Folha de São Paulo há muitos anos atrás (1986), "é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade".
Obs.: a campanha da Folha a que me refiro ganhou o Leão de Ouro e o filminho está em (clique aqui).