"Especialismo é saber-se cada vez mais de cada vez menos até saber-se tudo de nada; do mesmo modo que generalismo é saber-se cada vez menos de cada vez mais, até não se saber nada de tudo." (William James)
sexta-feira, setembro 11, 2009
segunda-feira, agosto 17, 2009
Preciosidade - Voo de Helicoptero em 1967 no Rio c/ Roberto Carlos
Trata-se de um clip gravado durante a produção do filme "Roberto Carlos em ritmo de aventura", elaborado em plena época da Jovem Guarda.
Na travessia do Túnel do Pasmado, o trânsito foi interrompido e pode-se ver alguns veículos aguardando o término da ação.
Ainda não existiam a Torre do Rio Sul ou o Condomínio Morada do Sol. A Avenida Atlântica possuía, apenas, uma pista de rolamento, as ondas da praia ainda estouravam longe da margem.
Ao passar pela Cinelândia (Avenidas 13 de Maio e Rio Branco) pode ser visto o antigo Senado Federal (conhecido como Palácio Monroe) demolido durante as obras do Metrô Rio.
O pouso foi feito no prédio do antigo Banco do Estado da Guanabara, hoje, BancoItaú S.A., na Avenida Nilo Peçanha, provavelmente, o único heliporto existente, então, no centro da cidade.
Naquela época que deixou muitas saudades, o Rio de Janeiro era chamado de Estado da Guanabara.
O piloto que realizou este voo já faleceu e pelas normas actuais de segurança seria impossível realizar um procedimento semelhante.
Até hoje se elogia a habilidade do piloto em passar pelo túnel, em uma única passagem, sem um treinamento mais específico.
segunda-feira, agosto 10, 2009
segunda-feira, agosto 03, 2009
sexta-feira, julho 31, 2009
quinta-feira, julho 30, 2009
terça-feira, julho 21, 2009
quarta-feira, junho 24, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
quarta-feira, maio 13, 2009
Somália - a verdade sobre os "piratas"

Os piratas jamais foram exatamente o que pensamos que fossem. Na "era de ouro dos piratas" – de 1650 a 1730 – o governo britânico criou, como recurso de propaganda, a imagem do pirata selvagem, sem propósito, o Barba Azul que ainda sobrevive. Muita gente sempre soube disso e muitos sempre suspeitaram da farsa: afinal, os piratas foram muitas vezes salvos das galés, nos braços de multidões que os defendiam e apoiavam. Por quê? O que os pobres sabiam, que nunca soubemos? O que viam, que nós não vemos? Em seu livro Villains Of All Nations, o historiador Marcus Rediker começa a revelar segredos muito interessantes.
Se você fosse mercador ou marinheiro empregado nos navios mercantes naqueles dias – se vivesse nas docas do East End de Londres, se fosse jovem e vivesse faminto –, você fatalmente acabaria embarcado num inferno flutuante, de grandes velas. Teria de trabalhar sem descanso, sempre faminto e sem dormir. E, se se rebelasse, lá estavam o todo-poderoso comandante e seu chicote [ing. the Cat O’ Nine Tails, lit. "o Gato de nove rabos"]. Se você insistisse, era a prancha e os tubarões. E ao final de meses ou anos dessa vida, seu salário quase sempre lhe era roubado.
Os piratas foram os primeiros que se rebelaram contra esse mundo. Amotinavam-se nos navios e acabaram por criar um modo diferente de trabalhar nos mares do mundo. Com os motins, conseguiam apropriar-se dos navios; depois, os piratas elegiam seus capitães e comandantes, e todas as decisões eram tomadas coletivamente; e aboliram a tortura. Os butins eram partilhados entre todos, solução que, nas palavras de Rediker, foi "um dos planos mais igualitários para distribuição de recursos que havia em todo o mundo, no século 18 ".
Acolhiam a bordo, como iguais, muitos escravos africanos foragidos. Os piratas mostraram "muito claramente – e muito subversivamente – que os navios não precisavam ser comandados com opressão e brutalidade, como fazia a Marinha Real Inglesa." Por isso eram vistos como heróis românticos, embora sempre fossem ladrões improdutivos.
As palavras de um pirata cuja voz perde-se no tempo, um jovem inglês chamado William Scott, volta a ecoar hoje, nessa pirataria new age que está em todas as televisões e jornais do planeta. Pouco antes de ser enforcado em Charleston, Carolina do Sul, Scott disse: "O que fiz, fiz para não morrer. Não encontrei outra saída, além da pirataria, para sobreviver".
O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de somalianos passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram nos mares da Somália o local ideal onde jogar todo o lixo nuclear do planeta.
Exatamente isso: lixo atômico. Nem bem o governo desfez-se (e os ricos partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália, que jogavam ao mar contêineres e barris enormes. A população litorânea começou a adoecer. No começo, erupções de pele, náuseas e bebês malformados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e houve 300 mortes.
Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: "Alguém está jogando lixo atômica no litoral da Somália. E chumbo e metais pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos." Parte do que se pode rastrear leva diretamente a hospitais e indústrias européias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à Máfia, que se encarrega de "descarregá-los" e cobra barato. Quando perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo para combater esse ‘negócio’, ele suspirou: "Nada. Não há nem descontaminação, nem compensação, nem prevenção."
Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da Somália, atacando uma de suas principais riquezas: pescado. A Europa já destruiu seus estoques naturais de pescado pela superexploração – e, agora, está superexplorando os mares da Somália. A cada ano, saem de lá mais de 300 milhões de atum, camarão e lagosta; são roubados anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais passam fome.
Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 quilômetros ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: "Se nada for feito, acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália."
Esse é o contexto do qual nasceram os "piratas" somalianos. São pescadores somalianos, que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos, como meio de extrair deles alguma espécie de compensação.
Os somalianos chamam-se "Guarda Costeira Voluntária da Somália". A maioria dos somalianos os conhecem sob essa designação. [Matéria importante sobre isso, em http://wardheernews.com/Articles_09/April/13_armada_not_solution_muuse.html : "The Armada is not a solution".] Pesquisa divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que 70% dos somalianos "aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional".
Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gângsteres misturados nessa luta – por exemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos líderes dos piratas, Sugule Ali disse: "Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe." William Scott entenderia perfeitamente.
Por que os europeus supõem que os somalianos deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (dentre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo… imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.
A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4º AC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata riu e respondeu: "O mesmo que você, fazendo-se de senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado de ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado de imperador." Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália – mas… quem é o ladrão?
Fonte aqui, UK, 5/1/2009 (autoria de Johann Hari)
Tradução de Caia Fittipaldi
Lideranca e solidariedade na hora H!
Pra refletir um pouco sobre o nosso papel e nossas escolhas na vida...
Olhem o grande espírito de solidariedade.
Líder não manda, encaminha, orienta e fica atento a todo momento; ele não é estrela. Surge quando necessário. Faz o essencial.
Ele vive o sucesso do liderado.
A menina, 13 anos, ganhou um prêmio e foi cantar o Star Spangled Banner, o hino dos EUA, no jogo da NBA. Vinte mil pessoas no estádio, ela afinadinha.
Aí o braço tremeu, ela engasgou, esqueceu a letra...
DEU BRANCO!!! Treze anos. Sozinha, ali no meio...
O PÚBLICO ESTUPEFATO ameaça uma VAIA.
De repente, Mo Cheeks, técnico dos Portland Trail Blazers, aparece ao seu lado e começa a cantar, incentivando-a, e trazendo o público junto.
Bonita CENA e - o que é mais incrível - ... só o técnico tomou a iniciativa de ir até lá para ajudar, enquanto os demais à volta dela só observavam estupefatos...
Mostra como uma atitude de *LIDERANÇA e SOLIDARIEDADE NA HORA CERTA* pode fazer uma grande diferença, para ajudarmos um ser humano e mudar a história do JOGO da vida.
Será que isso já não aconteceu em nossas vidas?
E a nossa atitude foi a do técnico Mo Cheeks ou a de todos que estavam ao redor, comum e de descaso?
TEM GENTE QUE ESTÁ NO MUNDO PARA AJUDAR... OUTROS PARA VAIAR.
PENSE NISSO. AGORA, VEJA O FILME...
Se tivermos pessoas com essa atitude, não estaremos só.
Uma mão amiga, na hora certa, é tudo.
Líder é líder!
quinta-feira, abril 30, 2009
Explicação
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem a sua cachaça.
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha-de-flandres,
folha de taioba, tudo serve.
Para louvar a Deus como para aliviar o peito,
queixar o desprezo da morena, cantar minha vida e trabalhos
é que faço meu verso.
E meu verso me agrada.
Meu verso me agrada sempre...
Ele às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota,
mas não é para o público, é para mim mesmo esta cambalhota!
(Carlos Drummond de Andrade).
Amigos, o vício é uma coisa séria. O vício é coisa difícil de largar. Na última quinta-feira, despedi-me de vocês, resolvido a nunca mais escrever colunas sobre futebol. Pedi a conta na Furacao.com e passei e-mail aos amigos comunicando a minha decisão.
Recebi dezenas de respostas pedindo pra ficar ou, ao menos, não deixar de escrever, nem que fosse para o “Fala, Atleticano”, a coluna do leitor do site. Firme em minha decisão, li cada um dos pedidos, respondi e firmei posição de não voltar de jeito nenhum.
Pelas minhas contas, foram 250 colunas em cinco anos, contabilizadas as colunas como leitor no “Fala, Atleticano” e depois como Colunista do RubroNegro.Net e da Furacao.com. Escrever mais o quê? Nada mais a declarar, encerrei a noite de quinta-feira decidido a não escrever mais sobre futebol. E a noite se abriu em sonhos.
Sexta-feira de manhã, algo me incomodava. Tomei café, fumei e nada de o incômodo passar. Liguei o computador e iniciei um parágrafo “O Geninho precisa parar com essa mania de botar os garotos no final da partida, pois isso não resolve nada”. Atônito, olhei para o micro e apaguei o período: colunas de futebol? Jamais.
Na tela, arrisquei um poema “Só a tua ausência me deu a real dimensão do quanto sinto a tua falta!” – mas o que é que me faltava? Tinha estado com a Edith na noite anterior, tinha estado com os amigos havia poucos dias, tudo que eu poderia querer estava comigo, mas na tela o poema era um neon na minha cara “Só a tua ausência me deu a real dimensão do quanto sinto a tua falta!”.
Resignado, dobrei-me diante da verdadeira verdade: faltava-me a coluna, este vício maldito. Vício é coisa séria, difícil de largar. E junto com essa inafastável verdade vieram-me os versos de Drummond, os quais cito no início deste texto, mas me vieram convertidos em paródia que também pode se chamar “Explicação”:
Minha coluna é minha consolação.
Minha coluna é minha cachaça. Todo mundo tem a sua cachaça.
Para escrever, site pequeno, coluna do leitor, site grande, Orkut, e-mail, blog, tudo serve.
Para louvar o Atlético como para aliviar os nervos, queixar o desprezo, cantar minha vida e trabalhos é que faço minha coluna. E minha coluna me agrada.
Minha coluna me agrada sempre...
Ela às vezes tem o ar sem-vergonha de quem vai dar uma cambalhota, mas não é para o público, é para mim mesmo esta cambalhota!
Definitivamente, era preciso voltar a escrever as colunas. Mas onde? Tinha pedido para sair do site. E agora, Rafael? Em plena Sexta-Feira da Paixão, eu estava sem esperanças de voltar a escrever. Triste, fui à área de serviço, acendi um cigarro e por uma fresta da janela assoprava a fumaça para longe, como se criasse uma outra forma de me comunicar com Deus.
Não demorou muito e minha mãe veio me perguntar o que é que estava havendo. Contei-lhe sobre a perda da coluna e ela disse que a Páscoa é tempo de renascimento. Irônico, perguntei-lhe “Até colunas renascem na Páscoa?” e ela apenas repetiu “Páscoa é tempo de renascimento!”. Lembro-me só de ter dito “Amém!”.
Não me perguntem como, não queiram saber quem por mim intercedeu, mas eis que no Domingo de Páscoa me (re) apareceu um velho Amigo, Dr. Waldemar, a me oferecer espaço neste blog para veicular minha coluninha, meu vício, minha cachaça, minha consolação.
Agradecido e cheio de felicidade, aceitei o convite do bom Amigo e neste espaço publicarei minhas colunas, a começar por hoje. E como o blog é rico noutros tantos assuntos - política, arte e literatura - é bem capaz de eu me animar a fugir um pouco do Atlético e publicar uns poemas, ou tentativas de poemas, coisa que até então não tinha podido fazer.
Para escrever, site pequeno, coluna do leitor, site grande, Orkut, e-mail, blog, tudo serve.
Para louvar o Atlético como para aliviar os nervos, queixar o desprezo, cantar minha vida e trabalhos é que faço minha coluna. E minha coluna me agrada.
Minha coluna me agrada sempre...
Espero, humildemente, que ela também agrade vocês, queridos leitores, prezados amigos, companheiros sem os quais a vida perde muito de sua graça e de sua beleza!
Abração do Rafael Lemos, agora sob as ordens do preclaro Chefe, Waldemar Pluschkatt Neto, meu velho e bom Amigo, convertido agora em Anjo da Guarda!
E-mail para contato: rflemos75@hotmail.com