quarta-feira, fevereiro 28, 2007

MORTES VIOLENTAS NO BRASIL!

O estudo apresentado pela OEI sobre mortes violentas no Brasil mostra que o crime se espalhou pelo país e que ou o governo federal assume o comando e a coordenação nacional do combate ao tráfico de drogas ou armas, ou o processo vai continuar se intensificando.
Para se ter uma idéia, a cidade do Rio de Janeiro, que freqüenta o noticiário pelas mortes violentas aqui ocorridas, é a 70a - isso mesmo, septuagésima do Brasil. E quando se trata de mortes violentas de jovens é a 107a - isso mesmo centésima sétima do Brasil.
Clique sobre a figura para ver melhor.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

GLOBALIZAÇÃO E ESTRATÉGIA!

01. Se é impossível entender uma língua que não se conhece, mais grave é uns entenderem de uma forma expressões muito usadas em sua língua, que tem significado distinto para outros. Vários dos meus leitores têm me dado informações, feito críticas... mas nelas destacam-se duas expressões que são usadas com significados diferente conforme quem as usa. Nesse sentido entendo importante dizer o que entende por Globalização e por Estratégia.

02. Muitos usam Estratégia com o sentido de longo prazo. Assim quando se fala em Planejamento Estratégico pensam se tratar de planejamento em longo prazo. Não é assim. Planejamento em Longo Prazo é algo que você começa hoje para terminar algum tempo, digamos, quatro anos depois, num cenário sem mudanças que alterem sua decisão. Uma obra, um curso, um programa, etc...

03. Drucker repetia sempre que "estratégico é o que há de futuro no presente". Estratégico é um futuro incerto e que os elementos e indicações do presente permitem que se especule, se desenhe cenários, se faça previsões... em relação ao futuro e se atue em função disso, operacionalmente naquela direção. E no caminho se mantenha, corrija, ou se ajuste o cenário projetado. O estratégico é o incerto, sobre o qual se quer antecipar. Hilferding (final do século 19 e primeiro autor que tratou adequadamente do capital financeiro) introduziu uma expressão no vocabulário econômico: "lucro de fundador". Lucro de fundador é o sobre-lucro que se ganha sempre que se chegue na frente, num produto, processo ou atividade.

04. Num mundo como o de hoje, onde a inovação se dá a qualquer momento e em qualquer campo e onde o obsoletismo não tem prazo, chegar na frente é ser mais competitivo que os demais. É ser vanguarda. Nesse sentido - e mais do que nunca - pensar estrategicamente é o que diferencia a vanguarda econômica, política, social, cultural ou científica dos demais. Planejamento Estratégico é pensar um futuro incerto, definir objetivos em base a cenários desenhados, projetados e investir nessa direção (ajustando ou não no percurso).

05. Globalização NÃO É internacionalização. Essa está aí há centenas e centenas de anos. E se usar as atividades comerciais e mesmos as financeiras em relação ao PIB mundial, se pode garantir que em vários períodos o mundo foi mais internacionalizado que hoje.

06. Exagerando um pouco - mas nem tanto - poder-se-ia dizer que o núcleo da administração, da gestão é o processo de tomada de decisões. O demais são técnicas para as quais podem-se treinar rapidamente pessoas com conhecimento geral. Decidir exige experiência, informação, capacidade de comando, de trabalho em equipe, de interação, coragem, humildade, ousadia... Um CEO é um "decisor", basicamente. O demais delega a técnicos.

07. O processo de tomada de decisões até poucos anos atrás operava sob as restrições nacionais e de tempo e distância... Mas a revolução eletrônica mudou tudo isso. As fronteiras se tornaram inúteis para os bens imateriais como direitos e isso inclui moedas, títulos, comodities... que são ou se acoplam aos bens, serviços da nova economia. Com isso, o processo de tomada de decisões passou a poder usar progressivamente mais e mais recursos de todos os tipos - RTT - (materiais, humanos, financeiros, informacionais, tecnológicos, etc... etc...) independente de tempo e distância. São identificáveis em tempo real e acessáveis em tempo real.

08. Globalização é o processo de tomada de decisões, onde quem decide leva em conta quaisquer recursos - RTT - disponíveis, identificáveis e acessáveis em tempo real. Pode-se estar dentro da globalização no quinto andar e fora no segundo de um mesmo edifício. Pode-se estar na globalização num setor de uma empresa e não estar em outro setor. Portanto a globalização não divide o mundo em países, nem em regiões, nem em cidades, nem empresas a priori. Claro que quanto mais "decisores" estiverem globalizados num certo espaço (em casa, empresa, cidade, região, país), aumentará a probabilidade para que mais e mais "decisores" também venham a estar.

09. Insisto: pensar estrategicamente e em globalização vale para qualquer tipo de atividade. A política, certamente é uma delas. O pragmatismo na Política está transformando-a em uma loteria de personagens. O Brasil nesse sentido só tem regredido.

10. Qual o cenário para 2010? Projetando o estilo do primeiro governo e os elementos do início do segundo (que só acentuam os do primeiro governo) desenha um lastimável final de governo. Essa é minha visão estratégica. E as decisões tomadas em função disso o são levando em conta os RTT, especialmente a prática política nos demais paises, que são acessados e utilizados em tempo real, todos os dias, de forma a ir confirmando ou ajustando a visão estratégica a respeito. De novembro para cá - quatro meses - ou 8,3% de um período de governo- só se fez confirmar o cenário projetado.

A QUEDA DE XANGAI!

CONTER O CRESCIMENTO
A grande notícia que afetou o mundo econômico aconteceu durante a noite: a Bolsa de Shangai despencou quase 9%. Fruto de especulações sobre medidas do governo chinês para conter investimentos, como aumento de juro e de impostos. Em outras palavras: o vertiginoso crescimento chinês não pode continuar. E para ser contido não tem como agradar os agentes econômicos do mundo todo.
RISCO
Como se vê, aí não há aviso prévio. Os mercados podem, a qualquer hora, serem atingidos com quedas fortes e impiedosas. Basta uma simples notícia de decisão, ou pretensão, governamental em países de forte presença mundial. Pronto: todos viram vendedores. E no afã de tentar sair dos ativos, muita gente, no entrevero, além de perder dinheiro ainda corre risco de perder a vida no pisoteio. Espero que com isto entendam melhor a política conservadora do nosso BC.

O BRASIL, O URUGUAI E O MERCOSUL


TERRITÓRIO PEQUENO
O Uruguai é, infelizmente, um país cujo território tem dimensões muito reduzidas. Não fosse o tamanho, o que limita o número de habitantes, seria a melhor opção para que muita gente se mudasse imediatamente para Montevidéu ou Punta Del Este, principalmente.
ACERTOS IMPORTANTES
Em 2006 escrevi sobre as reformas que foram aprovadas no Uruguai e mais sobre aquelas que deverão ser aprovadas neste ano. Na realidade transcrevi as informações fornecidas pelo ministro das Finanças do Uruguai, cujo PIB cresceu mais de 7% no ano passado. Uma prova clara dos primeiros e importantes acertos do governo Tabaré Vásquez.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Volto a repetir o que já escrevi: os cuidados por lá são e continuam grandes e consistentes. Em 2007, pelo que se imagina, o crescimento deve ser muito parecido com o ano anterior, pela forte atração de investimentos que a reforma fiscal e tributária vem oportunizando. Ou seja, tudo aquilo que nós vamos protelando.
FÓRA MERCOSUL!
Os uruguaios não reclama dos EUA. Nem da China ou Índia. Estão fazendo, conforme revelação do ministro, a lição de casa para não mais perder as oportunidades. E como o Mercosul vem demonstrando muito claramente ser uma instituição com puros interesses ideológicos, ao invés de comerciais, nem um socialista como Vásquez quer saber do Bloco.
DE MALA E CUIA
A visita de Lula ao Uruguai, ontem, foi uma boa oportunidade para conhecer os novos objetivos do nosso vizinho. E na medida em que as informações forem passadas aos brasileiros tenho certeza que muita gente gostaria de ir definitivamente para lá. É perto e a língua ajuda. O problema, porém, muito sério, é que o Uruguai, pelo seu reduzido tamanho, não suporta um ingresso de 500 mil pessoas.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Prisão na Áustria - Bate muito hotel 5 estrelas, hein?















EM ENTREVISTA PUBLICADA NO ESTADÃO DE DOMINGO, BRIGITE BARDOT DESANCA LULA E MARINA DA SILVA

O que a sra. pensa do presidente Lula e da ministra Marina Silva?
Eu não penso nada de Lula nem de Marina Silva. Os políticos só fizeram promessas, jamais ajudaram. Em geral, são oportunistas e não fazem nada de concreto e positivo por seus países. Eles são piores que as estrelas de cinema, pensam na própria popularidade antes de pensar no essencial de sua função, que é governar e promover melhorias no país. No que diz respeito ao Brasil, estou horrorizada e escandalizada com o desflorestamento da Amazônia, que é o pulmão do mundo. Marina Silva faria bem se parasse com urgência a morte das árvores, que virou uma indústria e que pesa muito na opinião que o mundo tem sobre o Brasil. Se o fizer, poderá merecer o título de ministra do Meio Ambiente. Se não, ela não servirá para nada, como todos os outros.

QUARTO CENTENÁRIO DA ÓPERA!

No dia 24 de fevereiro de 1607 estreou no Palácio Ducal de Mantua, de Madama di Ferrara, a primeira Ópera que se conhece até os dias de hoje: L'ORFEO de Monteverdi, uma maravilhosa obra mestra que introduziu os princípios do "recitar cantando", adornado pelo que se chamou "estilo representativo". A partir daí a Opera incendiou corações e hábitos! Parabéns à Ópera pelos seus 400 anos de vida, e muitos anos de vida mais!

CHÁVEZ CONTINUA AGREDINDO A IMPRENSA BRASILEIRA!

Deutsche Welle/EFE - Chávez faz duras críticas ao jornal "O Globo"

O presidente Hugo Chávez, fez duras críticas ao jornal "O Globo" durante entrevista coletiva neste sábado, ao responder a uma pergunta de um repórter da publicação brasileira sobre o destino de uma televisão e um diário de Caracas. "Dou as boas-vindas a você como cidadão sul-americano. Não dou boas-vindas é ao 'O Globo'", começou dizendo Chávez. "Estão te pagando para você dizer coisas, em função da oligarquia brasileira, que é o plano do império dos Estados Unidos. Tristemente você pode acabar como um cachorrinho do império (...) escrevendo o que seus donos, do jornal 'O Globo', querem que você diga", afirmou o governante.
Sobre "O Globo", Chávez reiterou que seus proprietários "são da mais rançosa extrema direita" e "vem agredindo há anos a verdade, o povo venezuelano, a mim, chegando a sabotar a integração com o Brasil". O presidente venezuelano lembrou que seu colega brasileiro, Lula da Silva, recentemente disse que os dois eram agredidos pela imprensa de seus países e que "O Globo" foi o maior representante da "imoral agressão contra Lula e contra o Brasil", ao supostamente ter sugerido que ele ordenasse um ataque militar ou uma invasão armada à Bolívia. "É o que queriam os donos d'O Globo', que fazem parte da feroz oligarquia que aplaudiu" quedas de presidentes e reúne pessoas que "roubaram, saquearam e abriram as portas aos gorilas e ao império". "Não têm ética nenhuma", afirmou Chávez, e, uma ditadura é o que há em meios de comunicação como 'O Globo'".

Ordem no caos!

domingo, fevereiro 25, 2007

CCE lança primeiro MP3 player não-portátil do mundo

Bom Despacho (BA) – Os salões do Charrete Clube de Barra do Piriri receberam nesta semana a primeira edição da Consumer Nordestinian Eletronics Show, novo nome da antiga Mossoró Entertainment Expo Tour. A grande expectativa era pelo lançamento do novo produto da CCE - Cavalo Chucro Eletrônicos. O anúncio do aparelho, cercado de mistério e expectativa, contou com nomes de peso para o discurso oficial: o nordestino sofrido Mateus Nacthtergaile e a atriz facialmente paralisada Betty Faria.

A novidade tem o nome de ccePode. É o primeiro MP3 player não portátil do mundo e promete revolucionar o modo como se escuta música digital. O gadget pesa aproximadamente 120 quilos e tem versões de 2, 4 e 10 megas, que podem armazenar até duas ou três músicas. “Se forem músicas pequeninas podem caber até umas cinco no aparelho de 10MB”, explica o entusiasmado Mateus Naxinstergaule, enquanto come um pastel de palmito com passas e faz laboratório para interpretar um bandido demente em formato de flor na próxima série global do núcleo de Guel Arrais.

Todo serelepe, Mateus Nachosonthegarden demonstrava muita excitação. “Ôxi, sirvuplê, i’ve got you, eheheh”, disse logo após ser sobriamente clicado por este articulista.

Betty Faria não falou com a reportagem por estar temporariamente movimentando apenas os cílios, mas não parou de piscar um só minuto ao som de seu ccePode que executava duas marchinhas de Emilinha Borba. “Militávamos juntas no mesmo grupo de senhoras bordadeiras durante a ditadura”, escreveu em uma folha de palpel almaço a rupestre atriz.


“Arf, nerf, rouf”, balbuciava uma empolagada Betty ao buscar seu ccePode arremessado pelo seu treinador. O clique orgânico é meu mesmo.

Tecnicamente o ccePode tem algumas limitações: a entrada para o fone de ouvido aparentemente foi esquecida e o compartimento da bateria de caminhão que alimenta o aparelho poderia ser interno. Apesar disso, o belo design e o novo conceito de não-portabilidade deve fazer do aparelho um sucesso de vendas. “Tenho um na sala e brevemente comprarei outro para andar no carro, esse mês vou dar o lance no consórcio”, diverte-se o ator Napstergale, já se preparando para a estréia da peça onde faz o papel de um pernambucano bandido que se prostitui e fica louco.

Um novo conceito em tocamento de emepêtrês. O higiênico clique de divulgação do ccePode é do insalubre Tio Wal.

HONESTIDADE A TODO CUSTO

Será que é mais fácil confiar nos ladrões? Ou será que não?
Humm!?

METEOROLOGIA PARA INICIANTES

sábado, fevereiro 24, 2007

Harpa paraguaia

Os acordes emitidos pelo nosso estratégico vizinho merecem atenção. As últimas notas dedilhadas simultaneamente pelos postulantes a sucessão do presidente Nicanor Duarte Frutos podem até se diferenciar, mas um arpejo é uníssono: o Brasil é o mote central da campanha presidencial já deflagrada e que promete ser a mais disputada da história do Paraguai.
O governo brasileiro concentra suas atenções e ao mesmo tempo disponibiliza os melhores esforços diplomáticos na direção dos Palácios Miraflores e Quemado, privilegiando a interlocução com os mandatários Hugo Chávez e Evo Morales. A polêmica negociação com a Bolívia, culminada no generoso acordo do gás, expõe a nossa vulnerabilidade em muitos flancos, sinalizando as indefinições existentes no Brasil na área de regulamentação. As mesuras dispensadas à Venezuela contrastam igualmente com a desatenção para com os outros países do entorno regional.
A efervescência da campanha eleitoral no Paraguai expõe a necessidade de o Brasil rever o quanto antes o seu relacionamento com aquele vizinho. São muitos os pontos da intrincada agenda eleitoral. Há sinalização clara dos candidatos de revisão dos preços da energia excedente de Itaipu vendida ao Brasil, passando pela celebração de acordos de comércio com os Estados Unidos, desferindo novos golpes no combalido Mercosul.
Como se não bastassem os complicadores anunciados, não podemos esquecer a gravidade da situação dos aproximadamente 800 mil brasiguaios residentes em solo paraguaio, ameaçados por um processo nebuloso de ''reforma'' agrária amparado por legislação que institui a sumária expropriação de terras na faixa de fronteira sob o manto protetor de preservação da segurança nacional.
A declarada intenção de reavaliar a planilha de desembolsos (juros remanescentes da construção da usina pela Eletrobrás), bem como o valor recebido do Brasil pela energia comercializada, remetem à inevitável revisão do tratado firmado no início da década de 70. O contencioso bilateral é explícito e requer análise e mobilização da diplomacia brasileira.
O foco da política externa do presidente Lula não pode se restringir às parcerias estabelecidas com a Venezuela e a Bolívia, em detrimento do relacionamento com outros países estratégicos do mosaico regional. O Paraguai é ator estratégico sob qualquer ângulo de política exterior brasileira.
As eleições presidenciais, a serem realizadas em abril do próximo ano, prometem colocar em xeque a hegemonia do Partido Colorado, e apenas esse aspecto, por si só, enseja a possibilidade de profundas mudanças na coalizão de forças que dominaram o Paraguai nos últimos 60 anos.
O principal contendor da campanha eleitoral precocemente em curso é o ex-bispo católico Fernando Lugo, sacerdote que renunciou da sua condição eclesiástica e mergulhou na política em salto triplo. Sua imagem entre os paraguaios é irretocável, exibindo baixo índice de rejeição. Sua vitória significaria a mais profunda revisão no relacionamento com o Brasil. O candidato situacionista, o atual vice-presidente, Luis Castiglione, desfralda bandeiras em mastros cujos ventos não sopram exatamente a nosso favor. Ele defende a presença de tropas militares norte-americanas em solo pátrio e ainda apóia a formalização de acordo comercial com Washington.
A galeria dos candidatos presidenciais é mais ampla, incluindo um neto do Generalíssimo Alfredo Strossner, sem mencionar o general Lino Oviedo, mantido sob cárcere na capital paraguaia. A propósito, esse é um episódio inconcluso e de desfecho incerto. O general Oviedo permanece preso em flagrante desrespeito tanto às leis internas como a convenções internacionais subscritas pelo Paraguai. A Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos ''OEA'' já foi acionada e deverá se pronunciar sobre o caso. A popularidade de Oviedo não pode ser subestimada num cenário futuro da sucessão presidencial do Paraguai.
Os sons ouvidos nas arborizadas ruas de Assunção e cercanias não são apenas os produzidos pelas cordas da harpa paraguaia. Cabe ao governo do presidente Lula ponderar sobre os acontecimentos em marcha e escolher um novo diapasão para a política externa.

Senador Alvaro Dias - vice-presidente do Senado Federal

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

"REVOLUÇÕES"

Num artigo no jornal La Nacion - no dia 16/02 - Marcos Aguinis, comenta as "revoluções", bolivariana e em alguns paises árabes, e os riscos de exportação das mesmas. Trecho!

1. " O poeta Heinrich Heine, escreveu que temia aos idealistas revolucionários, apesar de lhes ter alguma simpatia, porque quando tem o poder depreciam a liberdade e a arte, não amarão as flores, nem respeitarão as diferenças. Em outro texto fala da fantasia que está na cabeça de um revolucionário, aparentemente angelical. Suas súplicas ao bom Deus começam exibindo inocência: uma habitação arejada, uma sólida mesa para comer e escrever, e uma janela ampla pela qual veria grandes e formosas árvores, ...........nas quais pendurará seus inimigos."

2. "Sempre agitam a ilusão prévia de libertação, que logo se corrompe com assassinatos, campos de concentração e tirania. Pareceria que continuavam lançando chispas à maldição etimológica, porque em vez de conduzir ao futuro, a tração é para trás, em direção aos males que pretendia corrigir. Muda a decoração e os atores. Mas não o roteiro."

"NÃO PODE HAVER PRESTÍGIO SEM MISTÉRIO"!

Trecho do clássico Fio da Espada, escrito pelo major De Gaulle ainda em 1932. Aliás essa visão, (a importância do silêncio e do ocultamento), é própria da tradição da escola francesa de comunicação política. Vide Jaques Seguelá - assessor de imagem de Miterrand, no seu livro Em nome de Deus! Vamos a um pequeno trecho do livro do major De Gaulle!

01. "Em primeiro lugar, e acima de tudo, não pode haver prestígio sem mistério, pois a familiaridade produz o desprezo. Todas as religiões possuem o seu “santo dos santos” e nenhum homem é um herói para o seu “empregado de quarto”. Os projetos, o comportamento, as operações mentais de um líder, devem possuir sempre um “algo” que os outros não conseguem entender, que os intriga e que os agita, atraindo a sua atenção.

02. Esta atitude de reserva exige, como uma regra, uma economia correspondente de palavras e gestos. Sem dúvida estas são coisas superficiais, mas desempenham um grande papel para determinar a reação das massas.
Nenhum militar experiente jamais subestimou a importância das aparências. Enquanto oficiais comuns contentam-se em comportar-se corretamente à frente de suas tropas, os grandes líderes, sempre produziram cuidadosamente os efeitos de sua presença. Sobriedade ao falar oferece um útil contraste à teatralidade de modos.

03. Nada reforça mais a autoridade que o silêncio. O silêncio é a maior virtude do forte, o refúgio do fraco, a modéstia do orgulhoso, o orgulho do humilde, a prudência do sábio, e o bom senso dos tolos. O homem que é movido por desejos ou por medo é conduzido naturalmente para buscar alívio nas palavras. Se ele cede à tentação é porque ao externalizar sua paixão ou seu terror ele tenta lidar com eles. Falar é diluir o pensamento, é dar vazão ao ardor, em suma, a dissipar a força, enquanto que a ação exige a sua concentração. O silêncio é a preliminar necessária para o ordenamento do pensamento.

04. Mas este hábito sistemático de reserva, adotado pelo líder, produz pouco ou nenhum efeito, a menos que seja percebido como a forma pela qual ele oculta a sua firmeza e determinação. É precisamente do contraste entre poder interior e controle externo que a ascendência é reconhecida, assim como o estilo num jogador consiste na sua capacidade de mostrar mais frieza que o usual, quando aumenta a aposta, e a qualidade de um ator está em mostrar emoção, mantendo controle sobre si.

05. O preço que um líder tem que pagar pela liderança é a incessante e obsessiva autodisciplina, a disposição constante de correr riscos, e uma perpétua luta interior.

06. O líder tem que aceitar aquela solidão que, segundo Faguet é a “maldição dos seres superiores”. Contentamento, tranqüilidade e as simples alegrias às quais damos o nome de felicidade, são negadas aqueles que ocupam posições de grande poder.

07. A escolha tem que ser feita e é uma escolha dura, daí o vago senso de melancolia que acompanha o líder.
Um dia alguém disse a Napoleão, enquanto ambos olhavam um antigo e nobre monumento: “Como ele é triste”. Napoleão lhe respondeu: “Tão triste quanto a grandeza”.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Onde estão eles?

O sangue da sociedade brasileira tinge o chão das ruas das cidades, infelicita famílias que vão perdendo seus entes queridos sob a sanha dos que são alimentados pelo crime. Sequestram, assaltam, matam a sangue frio, asfixiam e incineram corpos, arrastam crianças indefesas, dependuradas até a morte, em um veículo na cidade maravilhosa do crime.
Estranho. Onde estará Dona Marisa Letícia, primeira mãe da Nação que não consola mães que perdem seus filhos barbaramente? Não ouvimos uma palavra de alento, solidariedade e repulsa do ex-candidato a Prêmio Nobel da Paz, Dom Paulo Evaristo Arns, do ex-ministro José Gregory, pioneiro da Comissão de Justiça e Paz, do angélico Frei Beto, do douto Professor Dalmo Dalari, apologista dos Direitos Humanos, do Frei “chapa fria” Bofe, Marisa não tem nenhuma palavra de conforto para as mães que choram os seus filhos. Teólogo da venenosa Teologia da Libertação, do espírito flutuante do saudoso pastor-reverendo White, do padre Lancelloti, plantonista de tragédias, e tantos outros.
Onde está o movimento aproveitador das pensões da ditadura, “Tortura Nunca Mais”? Onde está o seu advogado milionário, Luiz Eduardo Greenhalg, defensor dos Direitos Humanos, que turbou a investigação do assassinato do colega petista Prefeito Celso Daniel? Essa gente, piolho vermelho, não aparece para defender a sociedade da tortura imposta pelo crime que se avantaja no governo de Luiz Inácio da Silva, o mesmo que sustentou uma quadrilha de criminosos já denunciados pelo Procurador-Geral da República.
Julio Lancelloti: as crianças de rua do Rio de Janeiro esperam sua ajuda. Que vergonha! Que cinismo dos líderes religiosos! Onde está o clero brasileiro, a poderosa multinacional Igreja Universal do Reino de Deus e seus agentes políticos, que não bradam e não saem às ruas contra o crime?
Onde está Mr. Francisco Whitaker, ex-presidente da Comissão de Justiça e Paz, hoje líder e fundador do Fórum Social Mundial, metamorfose do Movimento Comunista que agasalha todas as organizações narco-terroristas do planeta?
A história demonstra que todas as tiranias começam adulando movimentos que contrariam a ordem pública e social.
O crime é munição e agente da esquerda. Seus militantes são reservistas de primeira categoria para o alinhamento ao assalto do poder, quando um governo desarma a sociedade boa, generosa e trabalhadora, do seu legítimo direito de defesa. Estamos sob o governo do crime complacente, indulgente, que ajuda e subvenciona o Crime Organizado dos Sem Terra e Sem Teto, treinados pelas FARC e outros, que atemorizam, invadem, destróem e rendem notícias e imagens de um país sem a segurança do direito.
Até quando assistiremos a classe togada, os magistrados que não andam a pé nas ruas, permanecer covardemente entocada, sem reagir unissonante contra o crime que avança, domina e vai tomando conta de todos os setores da vida nacional?

Olha o PAC aí gente!

Apocalypto

O ator-diretor australiano-nova-iorquino. Aos desavisados, Mel conseguiu a proeza de ser preso dirigindo bêbado em Los Angeles, e enquanto era detido, insultou o ‘judeu, responsável exclusivo dos males dos Estados Unidos’, agora nos apresenta, Apocalypto. O filme conta a estória – e note-se o ‘e’ de ‘es’tória – da decadência da civilização Maya quando, em 1517, já sofriam pelo conflito entre 16 tribos ao controle total da região, enquanto muitos dos ex-habitantes das grandes cidades, procuravam a paz nas florestas regionais. Aqui, mais uma vez, o diretor escolhe a narrativa da violência, mesclada à sua genialidade cinematográfica inegável, para expressar um ponto que não se esconde, porque muito pelo contrário, aparece na frase de abertura do filme: ‘Uma grande civilização não se conquista por fora sem que antes se destrúa por dentro’, de Will Durant. Uso ‘estória’ não porque a película mente ou desmente a ‘história’, nem por sua fabricação, porque se muito, foi meramente editada, não modificada da crua e nua realidade. Uso-a, isto sim, justo pela injusta edição da história de uma civilização tão maior do que no momento de sua decadência, esta estendida por décadas sem fim, até a chegada verdadeiramente apocalíptica dos europeus colonizadores, vindos de uma Renascença marcada por Inquisições, Cruzadas, e total injustiça e opressão sociais. Por mais verídica, realista e perfeitamente elaborada a trama, Gibson escolheu filmá-la de modo a inspirar a torcida pela morte de índios, e ainda, quem sabe, o alívio do público quando, no horizonte, se aproximavam as caravelas de Hernández de Córdoba, capitão dos exploradores das terras Maya. Para quem conhece as consequências dessa chegada, não há possível alívio, e sim a consciência de que aquilo, e não a decadência do Império Maya, significou o fim de uma grande civilização.
Nada justifica a barbárie dos índios opressores, e ninguém pode descartar a realidade de que, entre eles e muitas de suas tribos, houve muitas guerras, muitas delas de extrema violência e crueldade, se em nome de sacrificios supersticiosos ou disputando territórios. Contudo, o genocídio ocasionado pelos europeus, de homens, mulheres, crianças e idosos, nada se compara ao primitivismo destas ditas tribos em suas batalhas. Mesmo que houvesse genocídio entre os índios, nenhuma tribo, nem as mais cruéis, procurava aniquilar crianças propositalmente, como fizeram e ainda fazem os pertencentes à Grande Civilização Ocidental. Em nenhuma de suas guerras houve a menor intenção de aniquilar toda uma raça, mesmo porque a guerra era, ou assim se pode afirmar paralelamente, ‘civil’, entre os Mayas, em seu próprio âmago. Aniquilar toda uma raça, como ainda se diz e se cochicha pelos ouvidos dos racistas, homofóbicos, anti-semitas e misógenos, significaria para os Mayas, naquela época, exterminar os próprios Mayas. Gibson, com a frase de Durant, quis expressar que as grandes civilizações sempre foram iguais, e que os europeus apenas lograram a conquista pela desunião das tribos locais. Não se pode negar que a desunião tivesse alguma influência, mas imaginemos que, por mais avançados em suas arquitetura e no modo de condução de suas vidas, em floresta ou nas restantes cidades, a surpresa dos índios foi extrema ao avistar os europeus em suas caravelas. Talvez, menos por seu avanço em infra-estrutura, e mais pelo atraso em suas superstições, a batalha dos europeus, desde a original ilha caribenha invadida por Colombo, até a desoladora conquista dos territórios Maya e Azteca, foi infinita e superiormente desproporcional ao nível dos índios, originais habitantes dos territórios colonizados, mais cruel, desumana e opressora, por motivos mais banais, sem cultura ou estrutura pensamental antropológica, apenas pelo mais básico instinto animal pela busca e consolidação de um terreno.
No futuro, não se espantem se Gibson resolver fazer um filme sobre os muçulmanos, expressando seu primitivismo e sua barbárie, e o declínio de sua civilização, que antes se auto-desestruturou para que fosse assim possível a destruição pelas mãos dos Estados Unidos militar e seus aliados. Ele é um bom diretor, afirmo com toda a certeza que pode ter um mero espectador, como outro qualquer. Nenhum dos demais participantes da sessão sequer piscou os olhos durante o muito longa-metragem. O filme é bem filmado, bem traçado, bem falado, bem legendado, e tudo de bom que se pode dizer de um filme. Assustadora nem é a mensagem... Assustadora é a intenção do diretor, espelhada na frase inicial. Gênio, ele talvez pudesse ser, sem a frase... Talvez, com a mesma, torne-se ele o que, segundo Bush e para seu secreto agrado, chamar-se-ia de ‘Gênio do Mal’.

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL NA FRANÇA: FRANÇOIS BAYROU SE APROXIMA DE SÉGOLÈNE ROYAL!

Em dias e especialmente após debate na TV,a diferença de Bayrou para Ségolène caiu de 25 pontos para 7 pontos e ele já ultrapassa em terceiro lugar. Quem é Le PenFrançois Bayrou?

1. Filho de agricultores do sudoeste francês e pai de seis filhos, Bayrou, 55 anos de idade, começou sua vida política no Conselho Municipal de Pau, antes de chegar à Presidência do Conselho Geral dos Pirineus Atlânticos, em 1992. Apesar ter feito parte de alguns governos de direita, nos quais foi ministro da Educação entre 1993 e 1997, Bayrou se distanciou progressivamente da maioria conservadora, e defendeu nos últimos anos o "direito à diferença", e sua "via centrista", o que lhe levou a rejeitar a integração de seu partido com a União para um Movimento Popular (UMP), o grande partido conservador surgido em 2002.

2. Ocupou uma cadeira no Parlamento Europeu entre 1999 e 2002, após ter liderado a lista da UDF nessas eleições, nas quais obteve 9,28% dos votos. Na França, seu partido se consolidou junto ao eleitorado de centro, com bons resultados, que lhe permitiram obter 30 deputados na Assembléia Nacional, nas Legislativas de 2002, e alcançar 12% nas Européias de 2004.

3. Presidente da União pela Democracia Francesa (UDF), François Bayrou, anunciou em dezembro passado a sua candidatura às eleições presidenciais de 2007, com uma mensagem de união para evitar uma "guerra civil" no país. "Nos resta uma última oportunidade de unir nosso país, fixar os objetivos razoáveis e republicanos e fazer retroceder, passo a passo, os fracassos e a decadência", assegurou o deputado.

4. Será esta a segunda tentativa consecutiva de Bayrou de chegar à presidência da França. Em 2002, ele foi o quarto candidato mais votado, com 6,84% dos votos no primeiro turno, sendo superado pelo conservador Jacques Chirac (19,88%), o ultradireitista Jean-Marie Le Pen (16,86%) e o socialista Lionel Jospin (16,18%).

5. Bayrou assegurou que sua concepção da função presidencial inclui "a união e a reconciliação", e afirmou que, em caso de vitória, formará "uma equipe plural e equilibrada", composta por "homens e mulheres procedentes de setores diferentes", e citou como exemplos os governos da Alemanha, Áustria e Holanda.

6. O centrista vem atacando Ségolène Royal e Nicolas Sarkozy, aos quais acusa de praticarem "uma busca permanente de cabeças de turcos".

7. Bayrou enfrentará a campanha eleitoral como o representante da união, após ter se distanciado nos últimos meses das políticas do governo conservador.

DECIFRADA A AUTORIDADE, NÃO HAVERÁ MAIS ESTRATÉGIA!

01. Todo líder político que quiser manter a legitimidade e o prestígio de seu poder deve aprender a cultivar atitudes de reserva e uma certa aura misteriosa. Em toda a história política mundial, poucas advertências foram repetidas de tantas formas diferentes - embora sempre com o mesmo teor - como aquelas que aconselham o governante a ter cuidado com suas palavras. Armand Jean Du Pleiss, o Cardeal de Richelieu, primeiro-ministro do rei Luís XIII, célebre por ser o grande artífice do Absolutismo Real e por sua obra, constituída, basicamente, de conselhos políticos, costumava alertar o monarca francês para o fato de que: "Convém sempre ser comedido ao falar e escrever, e exteriorizar somente o que for necessário. Quando as palavras escapam, através da língua ou da pena, torna-se bem difícil controlá-las".

02.
O líder político, o governante, é sempre um enigma para os seus governados e até mesmo para seus auxiliares. Não se trata apenas de um jogo, uma atração pelo segredo ou, ainda, um método para obter valorização. A reserva garante sua liberdade de ação, a possibilidade de escolher entre alternativas. Por isso, o silêncio não comete erros. Enquanto mantiver a discrição, evitando expor suas intenções e decisões, o líder conservará suas opções, sua liberdade de ação e sua capacidade de surpreender.

03. Há duas lógicas em jogo na relação entre governante e governados: 1) a do próprio líder e a dos outros - os assessores, auxiliares, aliados, a mídia, o eleitor, os adversários e inimigos. A segunda implica decodificar a autoridade, conhecendo tudo que seja possível (o que pensa, o que pretende, o que vai fazer) sobre quem dela estiver investido. Decifrada a autoridade, não existirá mais estratégia. O governante tornar-se-á previsível e sujeito a pressões que o paralisarão.

04. Além disso, a exteriorização das intenções de um governante tem muita força e acarreta muitas conseqüências, algumas das quais inesperadas e indesejáveis. Dessas considerações, constata-se que a lógica do governante é oposta à dos outros. Ele sempre terá interesse em preservar as condições de exercício do poder. Para isso, sempre deverá cultivar a reserva e tornar conhecido o indispensável. Somente assim ganhará o tempo necessário para pensar, avaliar alternativas e antecipar conseqüências antes de tomar suas decisões. Somente assim manterá as condições de viabilizar e praticar sua estratégia de governo. Somente assim preservará as condições para lançar mão do "efeito surpresa" a seu favor. Somente assim conseguirá que os governados o admirem, os inimigos o temam e os adversários o respeitem.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

PARA LULA LER,....E RELER!

O jornalista - sênior - Mariano Grondona (foto), em sua coluna de domingo no La Nacion, tratou do complexo e decisivo tema do "combate entre aparência e realidade" na comunicação dos políticos. Fiz um resumo das idéias.

Maquiavel escreveu que os homens se guiam pela aparência e não pela realidade. O político, portanto, tem dois caminhos. Se é um estadista tratará de mostrar a realidade e poderá sofrer um alto custo político até que sua audiência lhe dê razão. Só neste momento o estadista se converterá em um líder capaz de conduzir seu povo a novos patamares. Como Sarmiento, (presidente argentino no final do século 19), dizia: o estadista, definitivamente, é um educador.
Churchill advertiu aos ingleses que Hitler era um perigo, mas estes acreditaram na ilusão da paz. Depois lhe deram a razão. Mas aí ele só poderia oferecer "sangue, suor e lágrimas" e assim conduzi-los à vitória.
Estadistas como Sarmiento e Churchill são excepcionais. Ao contrário deles, a maioria dos políticos só aspira mover-se com astúcia num mundo de aparências, para despertar os aplausos da audiência. Maquiavel, que era um descarnado realista, não se fazia ilusões sobre a envergadura moral dos príncipes e políticos que tratavam com o povo. Por isso supunha que todos eles estariam dispostos a disfarçar a realidade.
Antes e depois de Maquiavel a arte da política se aproximou perigosamente da arte da simulação.
Nas pequenas localidades, como o foram a ágora ateniense, o fórum romano, e os reduzidos ambientes de republicas do Renascimento como Florença, cidade de Maquiavel, a arte da simulação tinha que exercer-se cara a cara, frente a uma realidade imediatamente perceptível. Quando um príncipe decidia enganar a seus interlocutores, como o fez Cesar Borgia, a quem Maquiavel apresentou como um exímio cultor da arte da simulação, sua tarefa não era fácil porque os iludidos eram no fundo, seus próprios pares. Ainda assim, quando o príncipe devia atuar como uma pessoa, (persona), frente a outras pessoas, (personas), a dissimulação já formava parte da arte da política. Não devemos esquecer nunca que a palavra persona significou em sua origem: a máscara que usavam os atores.
A situação atual é diferente. Entre o político que procura enganar e as massas a quem se dirige, existe um abismo de informações. Os cidadãos agora, já não estão na presença direta dos políticos. Entre uns e outros media uma imensa distancia, porque o povo já não é uma "persona" em carne viva. Há uma trama complexa de mensagens que passam pela mídia com a ajuda de pesquisas e indicadores. Entre os receptores da mensagem política, impera hoje uma aguda sensação de desconfiança.
A economia vai bem como diz o governo? Ou as mensagens da oposição estão mais perto da verdade? Ao meio de um choque de argumentos em conflito, os cidadãos não sabem em quem acreditar. Por isso, para que se recupere a confiança do povo, se criaram as pesquisas e indicadores. Portanto, quando um político envia as suas mensagens, necessita apoiar-se em pesquisas e indicadores econômicos ou sociais avalizados por instituições cuja imparcialidade, percebida, lhe sirva de guarda-chuva.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Lula, Bismarck e o velho truque…

Em 1850, o brilhante Otto von Bismarck era membro do parlamento prussiano, que estava num momento decisivo. A Alemanha estava então dividida e em guerra com a Áustria, a poderosa vizinha do sul que fazia de tudo pra impedir a unificação da Alemanha para mantê-la fraca. O Rei da época, Frederico Guilherme IV, era contra a guerra.

A sua vida toda, Bismarck fora um leal e até apaixonado defensor da força prussiana e da unificação alemã. Sonhava com o dia que a Prussia humilharia a Áustria após tanto tempo de opressão.

Por esse motivo, todos ficaram confusos quando Biscmarck no auge da febre da guerra, fez um discurso no parlamento que deixou a todos perplexos, por ser oposto a tudo que ele defendeu a vida toda. Falou a respeito das loucuras e brutalidades da guerra e até elogiou as ações da Áustria. Todos ficaram confusos, votos foram modificados e a guerra foi evitada.

Pouco depois do notório discurso de Bismarck, o rei, agradecido por ele ter defendido a paz, nomeou-o ministro de gabinete. Passado anos, tornou-se premier da Prússia. Neste papel, ele obteve o poder necessário para fortificar o país e o conduzi-lo a uma guerra contra a Áustria, aniquilando o antigo império e unificando finalmente a Alemanha com a Prússia na chefia. E foi exatamente o que fez.

Todo esse papo, pra dizer o seguinte: é um truque antigo na política alguém negar tudo que defendeu a vida toda para atingir o poder e aí sim fazer tudo que quer. Tenha isso em mente, ao ver os vídeos do Lula no show de calouros em 1989: Aqui e aqui.

Compare o Lula de 1989 ao Lula de hoje. Só os erros de português continuam iguais.

É claro que eu não comparo Lula ao brilhante Bismarck. Mas a tática é velha e certamente conhecida pelos “companheiros” Dirceu e Mendonça.

Nosso Presidente dando o exemplo - se beber, não dirija

BUSH LEVA À ÁFRICA A LUTA CONTRA O TERRORISMO!

1. O pentágono cria um novo comando regional que cobrirá toda a África, salvo o Egito. A medida foi anunciada oficialmente dia 6/2/07, pelo secretário de defesa, Robert Gates, em seu comparecimento ao comitê de serviços armados do Senado.

2. Essa decisão deixa claro que Gates e Bush decidiram manter a doutrina militar de Rumsfeld, recentemente afastado. Ou seja: controle de recursos petrolíferos e luta contra o integrismo islâmico.

3. Também confirma a dramática perda de peso da Europa, na visão de defesa dos EUA, porque a maior parte da África estava sob a supervisão do Comando Europeu, que em 2003 organizou a iniciativa Pan-Saheliana, em razão da qual, os EUA enviaram boinas verdes (força especializada na colaboração com forças locais) a Mali e Mauritânia e infantes da marinha a Chad e Niger. As tropas treinadas pelos EUA têm mantido duras batalhas no Deserto do Saara com a guerrilha local vinculada ao Al Qaeda, o Grupo Salafista para a Predicação e o Combate.

4. O sistema continua agora sob o nome de Iniciativa Contraterrorista Transahariana, com um orçamento de 350 milhões de euros e numa área de ação que vai desde Marrocos até a Nigéria. Essa iniciativa está sendo dirigida desde a cidade alemã de Stuttgart, que é onde está o comando das forças dos EUA na Europa. Mas à medida que o novo Comando da África se expanda, seu quartel general se deslocará para algum lugar da região. Isso constitui um novo golpe ao Comando Europeu dos EUA, que já em 2004 perdeu a jurisdição de pontos quentes como Síria e Líbano.

5. A nova organização também fica com o comando sobre Quênia, Etiópia, Yibuti (onde os EUA tem uma base com a França), Sudão e Somália (recentemente bombardeada pelos aliados dos EUA). Por outro lado, o Comando do Pacifico lhe cede o controle sobre Madagascar e a República de Mauricio no Oceano Índico.

6. Uns 16% do petróleo que EUA importa hoje vem da África, e em 2015, serão 25%. Com isso a África venderá mais petróleo à economia mundial que o Oriente Médio. Grande parte deste petróleo está em mãos de cleptocracias - Guiné Equatorial, Angola ou Chad - ou de democracias débeis marcadas por tensões sociais e religiosas, como a Nigéria.

7. Enquanto isso, a China caminha para se converter no primeiro sócio comercial da África.

Apelo a Bin Laden

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Banco do Lula

Descoberta a origem da idéia da campanha publicitária do Banco do Brasil.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Sugestão: emancipar o menor criminoso

O debate sobre a redução das maioriadade penal lançou luz sobre uma proposta defendida por juristas: a emancipação de menores infratores, de ofício. Assim como a lei já prevê a emancipação de menores outorgada pelos pais, tutores e juízes, é preciso autorizar o magistrado a determinar, de ofício, a emancipação do menor criminoso, de acordo com a gravidade da infração. Com isso, ele estaria sujeito às mesmas penalidades previstas para adultos criminosos. A medida é considerada ainda mais eficaz que a simples redução da maioridade penal. Outra medida importante, seria considerar co-autores os maiores que participarem de crimes imputados a menores e que eles sejam sentenciados com penas dobradas, além de limitar as reduções penais para os chamados "crimes hediondos".